Um comandante de submarino russo foi morto a tiros na cidade de Krasnodar, no sul da Rússia, na segunda-feira, em um caso cujos detalhes foram revelados pela Inteligência ucraniana, que não assumiu a responsabilidade pela morte.
Stanislav Rzhitsky foi baleado enquanto corria por uma “pessoa desconhecida”, informou a agência de notícias estatal russa Tass, acrescentando que “o motivo do crime está sendo investigado”. Os suspeitos teriam sido identificados, de acordo com a agência russa.
Rzhitsky comandou um dos submarinos russos da frota do Mar Negro, capaz de disparar mísseis de cruzeiro Kalibr, segundo um comunicado ucraniano e reportagens russas. Os ataques com mísseis lançados por submarinos foram alguns dos mais destrutivos em cidades ucranianas no ano passado, incluindo um na cidade central de Vinnytsia, que matou dezenas de pessoas, incluindo três crianças.
O pai do comandante, no entanto, disse que o filho renunciou às Forças Armadas russas em dezembro de 2021, antes da invasão da Ucrânia.
A Inteligência de Defesa da Ucrânia, por sua vez, deu mais detalhes do caso no Telegram e revelou como Rzhitsky foi baleado. A agência não assumiu explicitamente a responsabilidade pela morte do comandante.
“O comandante do submarino corria no Parque dos 30 anos da Vitória em Krasnodar. Por volta das 6h, foi baleado sete vezes com uma pistola Makarov. Como resultado dos ferimentos, Rzhitsky morreu no local”, disse o comunicado. “Devido à forte chuva, o parque estava deserto, então não havia testemunhas que pudessem fornecer detalhes ou identificar o agressor.”
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Seu relógio e fones de ouvido foram encontrados no local, o que indica que ele não foi roubado, de acordo com a agência de notícias russa Mash.
Uma declaração do Departamento de Comunicações Estratégicas das Forças Armadas da Ucrânia procurou minimizar as sugestões de que Kiev poderia ter realizado o ataque. Em uma linguagem em tom imparcial, o comunicado afirma que Rzhitsky teria chegado à conclusão de que os ataques com mísseis que mataram civis foram ineficazes.
“Obviamente, ele foi eliminado por seus próprios homens por se recusar a continuar cumprindo as ordens de combate de seu comando sobre ataques com mísseis a cidades ucranianas pacíficas”, concluiu o comunicado.
Seu endereço e detalhes pessoais apareciam no site ucraniano Myrotvorets, um vasto banco de dados não oficial de pessoas consideradas inimigas da Ucrânia.
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