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Por AFP — Washington

O governo americano aprovou, pela primeira vez, uma ajuda militar direta dos Estados Unidos para Taiwan, no âmbito de um programa de assistência a governos estrangeiros, enquanto cresce a preocupação da China, que advertiu sobre as consequências para a "segurança" da ilha. Na segunda-feira, Pequim publicou uma nova versão do seu mapa nacional para corrigir o que descreveu como “mapas problemáticos” que afirma deturpar as suas fronteiras territoriais.

O Departamento de Estado comunicou ao Congresso, na terça-feira, o pacote de US$ 80 milhões (R$ 395,2 milhões, na cotação atual). Embora o valor seja reduzido se comparado com as recentes vendas de equipamento bélico para Taiwan, ele marca a primeira ajuda a Taipei dentro da iniciativa Financiamento Militar Estrangeiro.

A iniciativa de abalar ainda mais a já crítica relação entre Taipei e Pequim. Em uma sessão à imprensa, o ministério da Defesa da China reagiu e advertiu que a ajuda militar dos EUA a Taiwan prejudicaria a ilha.

— A ajuda e as vendas militares dos Estados Unidos para Taiwan apenas alimentam o complexo militar-industrial americano e prejudicam a segurança e o bem-estar dos compatriotas de Taiwan — disse Wu Qian, porta-voz do ministério. — Nesse sentido, o Exército de Libertação Popular irá, como sempre, tomar todas as medidas necessárias para contrabalançá-las com determinação.

Já o ministério das Relações Exteriores expressou “forte insatisfação” e “firme oposição” à venda de armas, que disse ter prejudicado “a soberania e os interesses de segurança da China” e minado “a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”.

O governo chinês considera Taiwan parte do seu território, e opõe-se a qualquer tipo de relação oficial entre as autoridades da ilha e governos estrangeiros. Recentemente, a China intensificou o que chama de exercícios militares ao redor da ilha, numa atitude considerada como intimidação por Taipei.

Já o Ministério da Defesa de Taiwan expressou a sua gratidão numa breve declaração e garantiu que “a ajuda contribuirá para a paz e estabilidade regional”.

Durante cinco décadas, os Estados Unidos reconheceram oficialmente apenas Pequim, embora o Congresso, em virtude da Lei de Relações com Taiwan, exija o fornecimento de armas para a democracia autônoma para sua defesa.

Agora, sob a Lei de Resiliência Reforçada de Taiwan, aprovada no ano passado, o governo dos EUA está autorizado a gastar até R$ 10 bilhões anualmente em assistência militar à ilha, de 2023 a 2027.

O Departamento de Estado insistiu que esse programa de "primeiros socorros" não implica qualquer reconhecimento da soberania de Taiwan. Embora o Departamento de Estado não tenha anunciado publicamente a assistência nem fornecido detalhes, uma fonte familiarizada com o anúncio disse que a assistência consistiria em apoio para melhorar o policiamento no mar.

— De forma consistente com a Lei de Relações com Taiwan e com a nossa política de longa data de 'uma só China' [que exclui as relações diplomáticas simultâneas com Pequim e Taipei] que não mudou, os Estados Unidos põem à disposição de Taiwan os artigos e serviços de defesa necessários para possa manter uma capacidade de autodefesa — disse um porta-voz da chancelaria americana. — Os Estados Unidos têm um interesse permanente na paz e na estabilidade no Estreito de Taiwan, que é fundamental para a segurança e prosperidade regional e mundial.

Elogios da oposição

De acordo com a carta enviada ao Congresso, o pacote poderia abranger uma ampla gama de materiais, incluindo sistemas de defesa aérea e costeira, defesa contra mísseis balísticos, defesa cibernética, drones, treinamento militar, e equipamento de proteção individual para soldados e munições. Mas é provável que demore meses — ou anos até que o apoio militar — chegue de fato a Taiwan, já que os equipamentos será adquiridos em compras futuras do Pentágono.

A ajuda também precisa da aprovação do Congresso americano, o que é praticamente dado como certo, uma vez que tanto os legisladores democratas quanto os republicanos apoiam Taiwan. O deputado Mike McCaul, presidente republicano do Comitê de Relações Exteriores da Câmara e crítico da política externa de Biden, elogiou a medida.

— Estas armas não só ajudarão Taiwan e protegerão outras democracias na região, como também fortalecerão a postura de dissuasão dos Estados Unidos e garantirão nossa segurança nacional frente a um PCC [Partido Comunista da China] cada vez mais agressivo — disse ele, referindo-se ao Partido Comunista Chinês.

Washington anunciou, na semana passada, que autorizou a venda a Taipei de equipamentos de detecção de aeronaves de combate na ilha, como prevenção a invasão pela China.

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