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Por — Brasília

Um dia depois de fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá reuniões bilaterais com os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

A expectativa é que de Lula converse com Biden por cerca de 40 minutos, com foco na reforma da ONU, no aquecimento global e no lançamento de uma ação global pelo trabalho decente. Já o encontro com Zelenskey terá a guerra com a Rússia como tema principal.

Segundo um integrante do governo brasileiro, Lula ficou satisfeito com o discurso de Biden, na terça-feira. O presidente americano defendeu a reforma do Conselho de Segurança e disse que Washington mantém consultas com outros países para discutir a ampliação.

Lula, por sua vez, falou sobre temas de interesse das nações em desenvolvimento, como a maior participação nas decisões mundiais. O presidente fez duras críticas ao Conselho de Segurança e cobrou maior participação das nações desenvolvidas no combate ao aquecimento global.

O Brasil é candidato a uma vaga permanente no Conselho de Segurança desde a criação do órgão, em meados dos anos 1940. Juntamente com Índia, Japão e Alemanha, formou o G4 para lutar pelo aumento do número de membros permanentes, hoje restrito a apenas cinco — EUA, França, Rússia, China e Reino Unido.

Brasil e EUA também estão mais próximos quando a questão é o aquecimento global. Os americanos anunciaram que serão doadores do Fundo Amazônia e esperam investir cerca de US$ 500 milhões em projetos ligados ao meio ambiente.

Após a reunião, Lula e Biden lançarão a Coalizão Global pelo Trabalho. O teor do documento não foi revelado, mas um interlocutor da área diplomática destacou que a ideia é conseguir o máximo de apoio da comunidade internacional em defesa dos direitos dos trabalhadores, especialmente aqueles que atuam em aplicativos, liberdade sindical e outras garantias.

Zelensky

Segundo Lula, foi Kiev quem pediu a bilateral com Zelensky, que não esconde a frustração pelo fato de o governo brasileiro — tanto o atual, de Lula, como do ex-presidente Jair Bolsonaro — condenar a invasão de seu país por tropas russas, mas não apoiar a aplicação de sanções econômicas contra o Kremlin. O líder ucraniano também já se mostrou decepcionado por Brasília vetar o envio de munições à nação do Leste Europeu para abater drones iranianos lançados pela Rússia.

Lula insiste na criação de um grupo de países para negociarem um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia. Considera que os dois lados precisam ceder. Zelensky, porém, já deixou claro várias vezes que só aceita conversar com base em condições estabelecidas pelos ucranianos.

A Fórmula de Paz de Zelensky é composta de dez pontos. Entre as exigências estão a desocupação, pelos russos, da central nuclear de Zaporíjia, a maior usina da Europa; o cumprimento de um acerto com a Rússia de deixar livre um corredor para a saída de grãos ucranianos pelo Mar Negro; a libertação de todos os presos; o restabelecimento dos territórios anexados por Moscou; e a punição dos responsáveis pelos crimes de guerra.

Lula e Zelensky nunca se encontraram presencialmente, só tendo conversado por videoconferência em março deste ano.

Em maio, durante a Cúpula do G7 (grupo formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), no Japão, os dois mandatários chegaram a acertar uma reunião, que não aconteceu. Na época, as autoridades ucranianas disseram que houve incompatibilidade de agendas e o Brasil demorou a responder. O governo brasileiro disse que ofereceu algumas opções de horários, mas que Zelensky não apareceu.

Por outro lado, o assessor para assuntos internacionais de Lula, Celso Amorim, esteve com Zelensky, em maio, em Kiev. Um mês antes, Amorim foi recebido pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou.

Após os compromissos, Lula retornará a Brasília. A agenda prevista o retorno para quinta-feira, mas foi antecipada.

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