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Por O Globo e agências internacionais — Berlim

O governo da Alemanha reprimiu, na quarta-feira, um grupo de extremistas de direita que tinha por objetivo a doutrinação de crianças. A polícia realizou operações de busca e apreensão em dezenas de casas de membros da organização conhecida como Artgemeinschaft (comunidade racial, em alemão), e em outros locais, em 12 dos 16 estados alemães.

Um comunicado do Ministério do Interior informou o banimento da associação neonazista e antidemocrática, com cerca de 150 pessoas, e todas as suas subdivisões. Segundo a ministra do Interior, Nancy Faeser, em torno de 700 agentes dos serviços de segurança participaram das operações.

“Banimos uma associação sectária, profundamente racista e antissemita” declarou a ministra, em nota. “Esse é mais um duro golpe contra o extremismo de direita e aqueles que continuam espalhando ideologias nazistas até os dias atuais.”

Segundo Faeser, o grupo, fundado em 1951, tentava doutrinar crianças e jovens com sua ideologia nazista e antidemocrática, sob a fachada de uma seita pseudo-religiosa germânica. A organização, que se autodenomina uma “comunidade de fé germânica” que promove o que chama de superioridade “nórdica” ou branca, distribuía livros infantis com conteúdo antissemita, incluindo vários títulos da época do nazismo.

As crenças “Völkisch” defendidas pelo grupo, centradas no etnonacionalismo alemão, foram um princípio fundador dos nazistas, segundo Felix Wiedemann, acadêmico da Universidade Livre de Berlim, que investiga a extrema direita.

— As organizações Völkisch conectavam raça e religião e, portanto, tendiam a agir como um grupo político e religioso ao mesmo tempo — disse Wiedemann ao New York Times.

O objetivo central do grupo era a preservação e a promoção de um tipo de doutrina racial que equivale ao termo “raça” na forma como era utilizado pelos nazistas. O simbolismo, as narrativas contrárias à ordem constitucional e as atividades do grupo também demonstram semelhanças com a ideologia nazista, afirma o comunicado do ministério.

A ministra do Interior alemã disse que o grupo representava uma ameaça significativa. Nas buscas realizadas na quarta-feira, foram encontradas armas de fogo, coletes à prova de balas, ouro, dinheiro em espécie e material de conteúdo extremista. Faeser informou que também foram apreendidas algumas balestras e duas licenças de posse de arma foram revogadas. Os policias recolheram, ainda, medalhas, bandeiras e bustos associados ao nazismo.

— Este grupo extremista de direita tentou levantar novos inimigos da Constituição através da doutrinação repugnante de crianças e jovens — disse Nancy Faeser.

O grupo também ensinava seus membros como escolher cônjuges “apropriados”, dentro dos biotipos da Europa Central e do Norte, de modo a transmitir a formação genética “correta”, de acordo com a ideologia racista do grupo.

A operação é a segunda do tipo nos últimos dias. Na semana passada, o governo alemão baniu o grupo neonazista Hammerskins Germany, realizando buscas nas residências de dezenas de membros. O grupo, uma ramificação de uma associação extremista de direita dos Estados Unidos, teve papel central na cena neonazista europeia nos últimos anos. Nos EUA, o Hammerskins era conhecido pelos shows de rock de supremacia branca.

Há dez meses, autoridades frustraram o que descreveram como uma conspiração de extrema direita para derrubar o governo democraticamente eleito na Alemanha e substituí-lo por um grupo liderado pelo príncipe Heinrich XIII de Reuss, descendente de uma antiga família real do século XII. Só em 2020, quatro grupos neonazistas, incluindo o Combat 18, foram banidos. (Com New York Times)

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