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Por O Globo — Oslo

O Prêmio Nobel da Paz 2023 foi concedido nesta sexta-feira a Narges Mohammadi "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos", disse a presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen, em Oslo. O nome dela estava no topo da lista de cotados feita por especialistas no prêmio.

Todo ano, a bolsa de apostas começa a trabalhar semanas antes da premiação. Desta vez, assim como ocorreu no ano passado, os apostadores colocaram o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, entre os fortes candidatos, mas especialistas na premiação não acreditavam nessa possibilidade.

O diretor do Instituto de Pesquisas da Paz de Oslo, Henrik Urdal, que já apontou ganhadores no passado, disse à CNN que as casas de apostas estão em busca de pessoas que queiram "perder dinheiro" e que não considerava que o entusiasmo com o nome de Zelensky reflita "nenhuma real informação" sobre a probabilidade dele ganhar o prêmio.

Prêmio Nobel da Paz:

  • Prêmio Nobel da Paz será anunciado na sexta-feira, em Oslo, no último dia de uma semana onde foram anunciados os vencedores de várias categorias.
  • No ano passado, tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia, o Nobel da Paz foi atribuído a um trio de defensores dos direitos e liberdades.
  • O prêmio é de responsabilidade da Fundação Nobel, e os vencedores de cada categoria recebem um diploma, uma medalha de ouro de 18 quilates, além de um valor em dinheiro.
  • O Nobel da Paz, que tem sua cerimônia realizada em Oslo, diferentemente dos outros, é entregue pelo presidente do Comitê Norueguês do Nobel, na presença do rei e da rainha do país. 

oComo faz anualmente desde 2017, Urdal divulgou sua lista de nomes cotados para a premiação deste ano na semana da premiação. Ele apostava em ativistas ligados à defesa dos direitos humanos, lembrando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 75 anos em dezembro.

Veja a lista:

Narges Mohammadi e Mahbouba Seraj

Urdal frisa que os regimes opressores no Irã e no Afeganistão reverteram drasticamente os direitos das mulheres e que, se o comitê Nobel decidir lançar luz sobre a luta não violenta por direitos humanos, Narges Mohammadi e Mahbouba Seraj são possíveis indicadas. As duas ativistas são expoentes da defesa das mulheres nos dois países.

Narges Mohammadi é jornalista e uma das principais vozes em campanha pelos direitos das mulheres no Irã. Já foi presa várias vezes e, atualmente, cumpre um longa pena por acusações que incluem divulgar “propaganda contra o Estado”. Mohammadi é vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, presidido pela ganhadora do Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi.

Mahbouba Seraj também é jornalista e ativista pelas mulheres afegãs. Após 26 anos no exílio, ela voltou ao país em 2003, e vive em Cabul. Urdal destaca que seu trabalho é notável pela atuação em prol da saúde infantil e no apoio a vítimas de violência doméstica. Ela é cofundadora da Rede de Mulheres Afegãs e da Organização para Pesquisa da Paz e Solidariedade.

Embaixador Kyaw Moe Tun e o Conselho Consultivo de Unidade Nacional de Mianmar

A ONU declarou que a brutalidade da junta militar que tomou o poder em Mianmar em 2021 contra a população equivale a crimes contra a humanidade e possíveis crimes de guerra. O diretor do Instituto aponta que o representante de Mianmar nas Nações Unidas, embaixador Kyaw Moe Tun, e o Conselho Consultivo de Unidade Nacional (NUCC) são fortes candidatos ao prêmio pelos esforços para trabalhar pela paz e pela democracia no país e para acabar com a violência por parte das forças de segurança.

O embaixador denunciou o golpe logo após ocorrer, pedindo à comunidade internacional que não reconhecesse o governo militar. Ele continua representando o país nas Nações Unidas, em nome do Governo de Unidade Nacional, formado no exílio por parlamentares eleitos e representantes de vários grupos étnicos e da sociedade civil. O NUCC é um órgão consultivo do governo no exílio, formado por representantes eleitos do Parlamento, partidos políticos e organizações da sociedade civil, em prol da luta pela democracia em Mianmar.

Corte Internacional de Justiça

A Corte Internacional de Justiça faz parte do sistema ONU e tem a função de resolver, de acordo com o direito internacional, disputas jurídicas submetidas a ela pelos Estados e dar opiniões consultivas sobre questões jurídicas encaminhadas por órgãos autorizados da ONU e agências especializadas. É um importante mecanismo de resolução de conflitos internacionais e completou 75 anos em 2023.

Em março de 2022, a Corte se posicionou contra a invasão russa na Ucrânia ordenando a imediata suspensão das operações militares de Moscou. Segundo Urdal, o órgão pode ser escolhido caso o comitê Nobel decida ilustrar a importância do multilateralismo para soluções pacíficas entre nações. Igualmente, o diretor do Instituto aponta o Tribunal Penal Internacional (TPI), que pediu a prisão do presidente russo, Vladimir Putin, em março, por crimes de guerra, e a Corte Interamericana de Direitos Humanos como potenciais candidatos.

Victoria Tauli-Corpuz e Juan Carlos Jintiach

A lista inclui ainda dois ativistas pelos direitos de povos originários: Victoria Tauli-Corpuz e Juan Carlos Jintiach, que seria uma escolha por valorizar a luta contra as mudanças climáticas e a preservação do meio ambiente.

Victoria Tauli-Corpuz é filipina e trabalhou por muitos anos em defesa dos direitos de povos originários, ao redor do mundo. Foi relatora especial da ONU para os Direitos de Povos Indígenas.

O ativista indígena equatoriano Juan Carlos Jintiach é o líder eleito da COICA [Coordenação de Organizações Indígenas da Bacia do Rio Amazonas] e membro ativo de diversos grupos de defesa dos direitos de povos originários.

Grupo de Análise de Dados sobre Direitos Humanos(HRDAG).

O Grupo de Análise de Dados sobre Direitos Humanos (HRDAG) é baseado nos EUA e trabalha para documentar e analisar informações sobre abusos dos direitos humanos, com o objetivo de promover responsabilização de violadores, com base em trabalhos científicos e não partidários, explica Urdal. Ele também aponta outras organizações similares: a agência de pesquisa Forensic Architecture, e os grupos de jornalismo investigative, Bellingcat e Lighthouse Reports.

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