O comissário ucraniano para os Direitos Humanos, Dmytro Lubinets, afirmou nesta quinta-feira que existem ao menos 70 campos de reeducação de crianças do país que foram deportadas para a Rússia, ou para territórios ocupados por Moscou. A informação foi publicada pela agência de notícias Ukrinform.
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"São obrigatórios. Os nossos filhos não podem escolher se querem participar ou não. Todos estão registados e trata-se de um programa educativo oficial", denunciou Lubinets, afirmando que os menores recebem instrução "patriótico-militar".
Crianças 'brincam' de guerra na Ucrânia
Ele afirmou que a Rússia tem um plano para "educar uma nova geração de militares entre as crianças ucranianas", prevendo que elas "provavelmente terão de lutar contra a Ucrânia ou outros países" no futuro.
"Atualmente, podemos dizer que não menos de 70 desses campos funcionam no território da Federação Russa, nos territórios temporariamente ocupados e na Crimeia", destacou.
Um levantamento feito pela Ucrânia identificou cerca de 20 mil menores retirados de suas casas ou de centros sob responsabilidade do Estado nos territórios ocupados na Ucrânia sob controle. Partes destes menores foram separados das suas famílias após não serem autorizados a regressar de acampamentos para onde os pais ou tutores tinham concordado em enviá-los durante algumas semanas.
Em setembro, mais de 3 milhões de crianças retornaram às salas de aula de todo o país para o segundo ano letivo desde o início da invasão russa. Segundo levantamento, cerca de outras 400 mil estão deslocadas no exterior.
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