Corpo de brasileira Karla Stelzer é encontrado em Israel, diz Itamaraty

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"O governo brasileiro lamenta e manifesta seu profundo pesar com a morte da cidadã brasileira Karla Stelzer Mendes, de 42 anos, terceira vítima fatal brasileira dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro em Israel. Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Karla, o Governo brasileiro reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil", diz a nota.

Também em nota, a Federação Israelita do Estado de Israel (FIERJ) também lamentamos a morte de Karla Stelzer Mendes e anunciou que fará uma homenagem a ela e aos outros dois brasileiros assassinados pelo Hamas no próximo domingo, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Ao todo, já são três brasileiros mortos nos conflitos em Israel. Além de Karla, o gaúcho Ranani Glazer, de 24 anos, e a carioca Bruna Valeanu, também de 24, morreram. Os três tinham ido à edição israelense da rave Universo Paralello, evento organizado pelo pai do DJ Alok. Segundo a organização de resgate Zaka, ao menos 260 corpos foram encontrados no local.

Karla, que também tinha nacionalidade israelense, estava acompanhada do namorado Gabriel Azulay, israelense que foi encontrado morto nesta quarta-feira. Ela era mãe de um jovem de 19 anos, membro do exército de Israel. Durante o ataque, Karla enviou áudios aos amigos. Nos arquivos repassados ao GLOBO, é possível ouvir sons de tiros.

Ela ainda gravou um vídeo enquanto conversava com pessoas ao redor. Em dado momento, ela chama pelo nome "Gabriel". O israelense foi enterrado no cemitério de Kiryat Malachi durante a noite desta quarta-feira. "Nosso Gabi se foi. O funeral será às 23h", escreveu a ex-companheira de Azulay, mãe de seus dois filhos.

O primeiro brasileiro a ser encontrado morto foi o gaúcho Ranani Glazer. A informação foi confirmada pela tia do jovem ao GLOBO na noite desta segunda-feira, e divulgada pelo Itamaraty na manhã desta terça. Glazer era brasileiro-israelense, tinha 24 anos e morava em Israel há sete. O jovem chegou a prestar serviço militar no país.

Antes de morrer, ele gravou um vídeo dentro de um bunker, onde buscou abrigo após o ataque começar. "Foi cena de filme", disse, afirmando que precisou correr quilômetros para achar um local seguro para se esconder. "No meio da rave a gente parou num bunker. Começou uma guerra em Israel. Pelo menos a gente está num bunker agora, seguro".

O gaúcho namorava outra brasileira, Rafaela Treistman, que também estava no evento, mas sobreviveu. Em vídeo publicado nas redes, Rafaela conta que ela, o namorado e o amigo do casal Rafael Zimerman se esconderam dos terroristas usando corpos das vítimas.

Nesta terça-feira, o governo confirmou a morte da jovem Bruna Valeanu, de 24 anos. Ela também era brasileira-israelense e participava do festival de música eletrônica. Natural do Rio de Janeiro, sua última comunicação com a família foi no último sábado, por volta das 9h, quando contou ter testemunhado disparos e mortes à sua volta.

"O governo brasileiro lamenta e manifesta seu profundo pesar com a morte da cidadã brasileira Bruna Valeanu, de 24 anos, natural do Rio de Janeiro, segunda vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro em Israel. Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Bruna, o governo brasileiro reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil", afirma o Itamaraty.