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Por — Brasília

Uma semana após a resposta de Israel aos ataques terroristas do Hamas, o conflito chega ao oitavo dia com a iminência de uma invasão da Faixa de Gaza por militares israelenses. No sábado, as forças de defesa israelenses citaram uma ofensiva por “terra, céu e mar” contra o grupo terrorista.

Até o momento, já houve cerca de 3.500 mortes, e as autoridades israelenses dizem que há 126 reféns em poder do Hamas. Israel chegou a dar um ultimato aos cidadão palestinos para que deixem o norte da Faixa de Gaza em direção ao sul antes que o conflito escale ainda mais. O território tem mais de dois milhões de pessoas.

Ataque iminente

"Os batalhões e soldados do Exército israelense estão destacados por todo o país e estão preparados para aumentar a prontidão para as próximas fases da guerra, com ênfase em uma operação terrestre significativa", disse a Defesa israelense.

Conflito em Israel:

Os militares também falam na "implementação de um plano de ofensiva em larga escala, que inclui, entre outras coisas, um ataque integrado por ar, mar e terra".

— Estamos de cabeça erguida, estamos orgulhosos do nosso país, vamos defendê-lo e tudo faremos para protegê-lo — disse o comandante da divisão de Gaza do exército israelense, Avi Rosenfeld.

Desde o início do conflito no último sábado, quase 300 soldados foram mortos e mais de 120 foram sequestrados, segundo dados oficiais das autoridades do país.

Faixa de Gaza

Entre os civis na Faixa de Gaza, mais de um milhão de pessoas estão desalojadas ou desabrigadas e estão caminhando do norte para o sul da região, onde os ataques são menos frequentes e a fronteira com o Egito pode ser uma chance de fuga do território. Israel também orientou os civis a deixarem o norte de Gaza e saírem da zona de guerra.

A ONU emitiu um alerta de que ao menos dois milhões de pessoas estão sob risco de ficar sem água na região, que já sofre com escassez de combustível, essencial para o abastecimento elétrico. De acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), os moradores estão tendo de recorrer a água suja de poços, aumentando o risco de doenças.

O governo israelense também acusa o Hamas de estar fazendo bloqueios no território para impedir a fuga de civis para o sul. Em nota, a embaixada de Israel no Brasil disse que “as Forças de Defesa de Israel divulgaram há pouco imagens que mostram um bloqueio do Hamas às rotas de evacuação de Gaza para evitar que os civis evacuem para o sul”.

A escalada dos ataques israelenses não se resume ao território palestino, ou ao Hamas, mas também atinge alvos do Hezbollah, no sul do Líbano, e na Síria. A artilharia israelense bombardeou a Síria, neste sábado, pouco depois de alertas antiaéreos terem sido emitidos nas Colinas de Golã, território anexado por Israel em 1967. Na quinta-feira, segundo a mídia síria, os israelenses atacaram os dois principais aeroportos do país, nas cidades de Damasco e Aleppo.

Brasileiros em Gaza

O grupo de brasileiros em Gaza segue tentando deixar o território pela fronteira de Rafah com o Egito. Ao todo, 28 brasileiros pediram ajuda para a travessia, sendo 14 crianças, oito mulheres e seis homens adultos. Doze estão na cidade de Khan Younes, mais ao sul de Gaza, e 16 já chegaram em Rafah. Até sexta-feira, eles estavam mais ao norte do território, abrigados em uma escola. O deslocamento começou a ser preparado na madrugada deste sábado, com a ajuda do governo brasileiro e da autoridade palestina.

A passagem para o Egito, porém, está enfrentando obstáculos. Representantes do Itamaraty que acompanham as negociações relatam que o Egito chegou a dar sinal verde para a passagem dos brasileiros durante a manhã de sábado e estava com a estrutura pronta para receber o grupo. Mas os militares de Israel não sinalizaram positivamente, o que vem emperrando a situação.

Lula nas negociações

Em meio ao impasse, o presidente Lula tem feito ligações telefônicas para líderes de Israel, Palestina e Egito para tentar viabilizar a saída dos brasileiros o mais rápido possível. Neste sábado, Lula falou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, pediu assistência humanitária a brasileiros e o fim das hostilidades na Faixa de Gaza.

No mesmo dia, conversou ao telefone com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, para solicitar apoio à retirada dos brasileiros que estão tentando sair da Faixa de Gaza. Lula informou que assim que os brasileiros cruzarem a passagem de Rafah serão acompanhados pelo embaixador do Brasil no Egito até o Aeroporto de Arish, onde embarcarão imediatamente em aeronave da Força Aérea Brasileira com destino ao Brasil.

Mas o Palácio do Planalto sabe que a permissão de saída dos brasileiros está praticamente nas mãos de Israel. Por isso, Lula ligou na quinta-feira para o presidente de Israel, Isaac Herzog.

— Transmiti meu apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança — escreveu Lula no Twitter.

Discussão na ONU

Enquanto a Guerra ganha corpo, o Conselho de Segurança da ONU ainda não emitiu uma posição oficial sobre os ataques do Hamas. O GLOBO teve acesso a um texto preliminar em que o Brasil fala em “contundente condenação dos ataques terroristas do Hamas”.

No documento preliminar, segundo a mesma apuração, o governo brasileiro pede um imediato cessar-fogo, a liberação de todos os reféns e defende que todas as partes envolvidas no conflito permitam o acesso das Nações Unidas às regiões de conflito para ações humanitárias.

O texto, confirmaram fontes diplomáticas, foi enviado a outros membros do conselho, que nas próximas horas devem fazer comentários e pedidos de emendas. A expectativa do Brasil é de aprovar uma eventual resolução ao longo da próxima semana, mas não será fácil.

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