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Por O Globo — Gaza

O posto de fronteira de Rafah — único ponto de trânsito para a Faixa de Gaza não controlado por Israel, mas pelo Egito — será aberto nos próximos dias para permitir a passagem de ajuda humanitária para o território palestino, bombardeado por Israel há 13 dias. Mais de cem caminhões com suprimentos aguardam a autorização para entrar no território palestino.

Prevista para esta sexta-feira, a primeira entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza por Rafah, passagem que faz fronteira com o Egito, foi adiada e deve ocorrer “no próximo dia ou depois”. A informação foi confirmada no começo desta sexta-feira pelo chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths.

Entenda como é a fronteira entre Egito e Palestina — Foto: Editoria de Arte
Entenda como é a fronteira entre Egito e Palestina — Foto: Editoria de Arte

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que o Egito havia permitido a entrada de "até 20 caminhões" de ajuda humanitária a Gaza por Rafah, em resposta ao apelo da Organização das Nações Unidas (ONU). O acordo foi firmado através de uma conversa por telefone entre o líder americano e o seu homólogo egípcio, Abdel Fatah al-Sisi. Havia portanto uma expectativa de que as entregas ocorressem na sexta, uma vez que o Egito ainda precisaria reparar danos na estrada que liga o país ao enclave palestino.

O anúncio de Biden — que realizou no mesmo dia uma visita-relâmpago a Tel Aviv — ocorreu horas depois dos Estados Unidos e de Israel terem concordado com a entrada de "alimentos, água e remédios para a população civil" do enclave palestino, que tem 2,3 milhões de habitantes. A ajuda humanitária foi aceita sob duas condições.

Israel condicionou o sinal verde para a entrada mediante a garantia de que nenhuma parte dela irá para o Hamas — o grupo governa Gaza desde 2007. Em paralelo, o Estado Judeu continuará bloqueando todos os suprimentos, como eletricidade, provenientes de seu próprio território enquanto houver reféns israelenses em Gaza. Segundo as Forças Armadas de Israel, há 199 sequestrados, número que sobe para 250 segundo o grupo terrorista.

Os caminhões deverão entrar em Gaza com a bandeira da ONU hasteada e passarão por uma inspeção de observadores internacionais antes, uma exigência de Israel, segundo o The New York Times. Quase 150 caminhões aguardam um sinal verde em Rafah. Ali, está a ajuda do Egito e do mundo, que chegam em aviões no aeroporto de al-Arish, capital da província egípcia do norte do Sinai.

O número, apesar de ser um primeiro teste para ver se o Hamas não irá se apoderar dos carregamentos, é considerado insuficiente pela ONU. À rede britânica BBC, a porta-voz da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), Juliette Touma, afirmou que, antes da guerra, 500 caminhões por dia entravam em Gaza com ajuda, combustível e outras necessidades.

Integrantes do governo brasileiro que participam diretamente das conversas em torno do conflito no Oriente Médio avaliam que a abertura pelo Egito da passagem de Rafah para permitir a entrada de 20 caminhões de ajuda humanitária em Gaza é apenas o primeiro passo, mas reforçam que não pode ficar só nisso. A prioridade, dizem diplomatas, é a abertura de um corredor humanitário, proposta que o Brasil tenta avançar na ONU.

Mais recente Próxima 'Longe' do conflito, Cisjordânia vive escalada de violência com mais de 70 mortos desde início da guerra entre Israel e Hamas

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