Mundo
PUBLICIDADE
Por , Em The New York Times — Washington

Um funcionário do Departamento de Estado que supervisiona as transferências de armas pediu demissão esta semana em protesto contra a decisão do governo de Joe Biden de continuar enviando armas e munição a Israel enquanto o Estado judeu sitia Gaza em meio à guerra contra o Hamas.

Em sua carta de demissão, Josh Paul, que é diretor de relações públicas e do Escritório de Assuntos Político-Militares do Departamento de Estado há mais de 11 anos, disse que o “apoio cego a um lado” da gestão Biden estava levando a decisões políticas que eram “míopes, destrutivas, injustas e contraditórias com os próprios valores que defendemos publicamente”.

"A resposta que Israel está dando, e com ela o apoio americano tanto a essa resposta como ao status quo da ocupação, só levará a um sofrimento maior e mais profundo tanto para o povo israelense como para o povo palestino", escreveu ele, no pedido de demissão. "Temo que estejamos repetindo os mesmos erros que cometemos nas últimas décadas e me recuso a fazer parte disso por mais tempo".

Crítica a cerco à entrada de água e comida em Gaza

Em entrevista, Paul disse que o corte de água, alimentos, cuidados médicos e eletricidade por parte de Israel para Gaza, um território com mais de dois milhões de pessoas, bate de frente com uma série de leis federais de longa data destinadas a manter as armas americanas fora do alcance de violadores dos direitos humanos. Mas essas proteções legais estão falhando, disse ele.

— O problema com todas essas disposições é que cabe ao Poder Executivo determinar que ocorreram violações dos direitos humanos — disse Paul. — Tomar uma decisão não cabe a nenhuma entidade acadêmica apartidária e não há incentivo para que o presidente realmente determine qualquer coisa.

Biden abraçou Israel desde que o Hamas matou mais de 1.400 pessoas e fez quase 200 reféns num ataque no início deste mês, e a sua gestão está se preparando para atender um pedido de US$ 10 bilhões em ajuda principalmente militar, segundo assessores familiarizados com o plano.

Numa visita a Tel Aviv na quarta-feira, Biden também alertou os israelenses para não cederem a “uma raiva que tudo consome” que poderia levar o país a exageros na resposta ao Hamas. O governo americano pressionou Israel a evitar as mortes de civis.

Israel afirmou que a escala e a violência do ataque do Hamas justificam a sua resposta e que está agindo em conformidade com o direito internacional. A assessoria de imprensa do Departamento de Estado não respondeu imediatamente a um pedido de comentários na noite de quarta-feira.

Paul, cuja renúncia foi relatada em primeira mão pelo HuffPost, disse que viu o governo dos Estados Unidos aprovarem inúmeras vendas ou remessas de material para outros países do Oriente Médio, mesmo quando acreditava que a lei federal deveria tê-los impedido de avançar.

— Há um momento em que você pode dizer: 'Ok, bem, está fora do meu controle, mas sei que o Congresso vai recuar' — disse ele, em referência a uma possível suspensão da transferência de armas ou interrogatórios de autoridades em audiências no Capitólio. — Mas, neste caso, não há qualquer resistência significativa provável por parte do Congresso, não há qualquer outro mecanismo de supervisão, não há qualquer outro fórum para debate, e isso é parte do que considerei na minha tomada de decisão.

Continuar a dar a Israel o que ele descreveu como "carta branca para matar uma geração de inimigos" não serve, na opinião de Paul, "aos interesses dos Estados Unidos".

— O que isso leva é a este desejo de impor segurança a qualquer custo, incluindo o custo para a população civil palestina — disse ele. — E isso não leva, em última análise, à segurança.

Desde que publicou sua carta de demissão online na quarta-feira, Paul disse ter recebido uma onda de apoio de colegas do Departamento de Estado e de funcionários do Congresso.

— Muitas pessoas estão lutando contra esta política atual e acham que é profundamente problemática — disse ele. — Fiquei realmente comovido com algumas pessoas que me procuraram para dizer que entendem a minha posição. Eles respeitam minha decisão.

Mais recente Próxima Parlamento europeu concede Prêmio Sakharov à iraniana Mahsa Amini, morta pela polícia por causa do véu

Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY

Mais do Globo

Ambiente é de cobranças por melhores apresentações, mas todos reconhecem que há evolução e que será necessário sequência para caras novas

Jogadores da Seleção se incomodam com dilema entre resultados e atuações

Dirigido por Pedro Brício, o espetáculo 'Vital' vai passear pelos mais de 40 anos da banda, evocando o repertório e momentos que marcaram a história do rock brasileiro

Musical sobre os Paralamas do Sucesso estreia em outubro no Rio; ingressos já estão à venda

Eugênia tira dúvidas sobre a programação carioca; envie sua pergunta

Dia do cachorro-quente: boas opções para comer no Rio de Janeiro sem ser 'podrão'

Atriz, que interpreta Mércia em nova novela do autor de 'Avenida Brasil', falou sobre ansiedade, ausência nas redes sociais e casamento com Vladimir Brichta

Adriana Esteves repete parceria com João Emanuel Carneiro em 'Mania de você' e celebra 35 anos de TV

Em colégio do Rio, inércia da direção fez família de vítima procurar a polícia e registrar boletim de ocorrência; segundo especialistas, falta preparo para lidar com casos

Bullying com bolsistas: alunos que não pagam mensalidade enfrentam diversos preconceitos em escolas privadas

Mesmo em cidades em que vão bem nas intenções de voto, como São Paulo e Porto Alegre, representantes do campo progressista registram percentuais elevados no índice negativo

A menos de um mês da eleição, esquerda terá que superar desafios para driblar alta rejeição a candidatos nas capitais

Nas três principais capitais do Sudeste, Ricardo Nunes, Eduardo Paes e Fuad Noman registraram oscilações para cima nas intenções de voto e para baixo na rejeição

Em poucos dias, horário eleitoral na TV já deu sinais positivos para prefeitos que concorrem à reeleição

Série A e B do Brasileiro têm 46 atletas nas Eliminatórias e Liga das Nações. Bom momento do mercado contrasta com problemas do calendário

Futebol brasileiro é o que mais cede jogadores para Eliminatórias Sul-Americanas