A primeira mulher eleita para o gabinete político do Hamas, Jamila al-Shanti, foi morta num bombardeamento israelense à Faixa de Gaza, anunciou nesta quinta-feira o grupo terrorista palestino, no 13º dia da guerra contra Israel. Viúva de Abdel Aziz al-Rantisi, fundador do Hamas no fim dos anos 1980 e falecido em 2004, ela tinha 64 anos e foi morta durante um bombardeio lançado pelo Exército israelense na noite desta quarta-feira em Jabaliya, no norte do enclave palestino, disse o Hamas.
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Além de ser membro do gabinete político do movimento islâmico, a liderança do Hamas, ela ocupava o cargo de deputada no Parlamento da Autoridade Palestiniana desde 2006. O órgão legislativo, no entanto, já não se reunia desde que o Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza em 2007. Em 2021, Al Shanti tornou-se a primeira mulher a juntar-se ao gabinete político de 20 membros.
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Jamila al-Shanti tinha PhD e falava inglês, tendo sido uma das responsáveis pela fundação do movimente de mulheres do grupo Hamas, segundo o Jerusalem Post. Segundo o The Week, al-Shanti disse ao canal de TV palestino Al-Aqsa, à época de sua eleição, que as mulheres na liderança do Hamas dariam “contribuições inestimáveis” para o futuro do movimento.
Outra mulher, Fatima Shurab, também ingressou no gabinete político na sequência, como chefe da comissão de mulheres do movimento. Os analistas interpretaram a presença destas duas mulheres na gestão como um “sinal positivo” enviado à comunidade internacional.
"Como movimento de mulheres (palestinas), nunca estivemos oficialmente no gabinete político do Hamas antes, mas participamos na organização e na tomada de decisões durante o período anterior [...] Isto significa que as mulheres palestinas têm uma identidade e um poder na cena política palestina, e a sua participação efetiva tornou-as dignas de ocupar qualquer posição", disse ela na ocasião.
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O Exército de Israel já havia confirmado a morte do chefe do braço militar dos Comitês de Resistência Popular em Rafah, Rafat Harev Hossein Abu Halal. Fontes em Gaza afirmam que bombardeios israelenses também mataram o chefe das forças de segurança interna de Gaza, Jehad Mheisen. A informação, atribuída a uma agência de notícias alinhada pelo Hamas, foi repercutida por veículos de imprensa internacional, como Reuters e Haaretz.
Os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, em retaliação a um ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro, deixaram mais de 3.500 mortos, segundo o relatório mais recentes das autoridades locais.
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Mais de 1.400 pessoas foram mortas em Israel desde 7 de outubro, quando militantes do Hamas lançaram uma ofensiva terrestre, marítima e aérea contra Israel, o ataque mais mortal desde a criação do Estado judeu em 1948.
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