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Por O Globo

Após dias de espera e intensas disputas diplomáticas, o primeiro comboio de ajuda humanitária atravessou a fronteira de Rafah para a Faixa de Gaza na manhã de ontem, transportando água, comida e medicamentos em 20 caminhões. O montante não é suficiente para atender às necessidades básicas de todos os cerca 2,4 milhões de moradores do enclave palestino, bloqueado por Israel desde o dia 7 de outubro em reposta aos ataques terroristas do Hamas. Mas as Nações Unidas afirmam que este “não será o último” carregamento, embora não esteja claro quando o Egito irá liberar a passagem de uma nova leva de suprimentos.

"A entrega segue-se a dias de negociações profundas e intensas com todas as partes relevantes para garantir que a operação de ajuda a Gaza fosse retomada o mais rapidamente possível e com condições adequadas", afirmou em nota o chefe de operações humanitárias das Nações Unidas, Martin Griffiths, que disse estar "confiante" de que esse comboio será o começo "de um esforço sustentável para fornecer suprimentos essenciais, incluindo alimentos, água, medicamentos e combustível, ao povo de Gaza, de uma forma segura, confiável, incondicional e sem impedimentos".

Com a deterioração das condições de vida na região, o primeiro comboio de ajuda humanitária foi despachado sem inspeções físicas, de modo a agilizar o processo. Mas, segundo Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das ONU, as próximas remessas precisarão ser verificadas.

A verificação da carga é uma exigência fundamental dos israelenses, que querem garantir que nenhuma arma ou outros itens de uso dos combatentes palestinos entrem em Gaza e caiam nas mãos do Hamas, o grupo armado que controla a faixa costeira.

Após uma visita a Israel na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que havia intermediado um acordo entre as autoridades egípcias e israelenses para permitir a entrada de 20 caminhões de ajuda em Gaza, mas dias de negociações contenciosas mantiveram a ajuda parada no posto de fronteira de Rafah.

Segundo Dujarric, os inventários desses 20 caminhões foram apresentados aos egípcios, às Nações Unidas e a Israel antes de serem autorizados a partir. A ajuda foi então entregue ao Crescente Vermelho Palestino para distribuição.

O número, no entanto, é insuficiente ao mínimo estabelecido pela ONU: 100 veículos por dia. Segundo a Médicos Sem Fronteiras (MSF), antes do início da guerra, de 300 a 500 caminhões com suprimentos entravam diariamente na Faixa de Gaza para ajudar a população.

No comboio, quatro caminhões transportavam itens médicos suficientes para atender cerca de 300 mil pessoas, segundo a OMS; e ao menos um continha mantimentos voltados para menores, informou o Unicef, braço da ONU de proteção à criança e ao adolescente.

— O povo de Gaza precisa de um esforço muito, muito maior. Uma entrega contínua de ajuda a Gaza na escala necessária — declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cúpula da Paz, que reuniu líderes e representantes de diversos países ontem no Egito para discutir um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Conflito em Israel:

Pendências

Um processo de verificação mutuamente aceitável para a carga em futuras remessas ainda está sendo negociado, segundo autoridades da União Europeia e da ONU que falaram ao New York Times sob condição de anonimato.

De acordo com uma proposta citada por essas fontes, a ONU verificaria a carga sem o envolvimento de outras autoridades, para garantir que a ajuda seja tratada com neutralidade, seguindo os parâmetros internacionais de ajuda humanitária.

Outra questão importante que precisa ser solucionada é a entrada de combustível em Gaza. A ONU e os doadores de ajuda, como a União Europeia, insistem que o combustível é vital para operar os geradores que abastecem os hospitais e as usinas de dessalinização de água na faixa costeira. Mas Israel está preocupado com a possibilidade de o Hamas usar o combustível para operações militares e o principal porta-voz de seu Exército, Daniel Hagari pareceu descartar essa possibilidade, pelo menos por enquanto.

O Ministério da Saúde de Gaza, que é administrado pelo Hamas, alertou ontem que continuar bloqueando o combustível dos comboios de ajuda poderia ter "repercussões perigosas" para o sistema de saúde do enclave. Sete hospitais e 25 clínicas de saúde estão fora de serviço porque ficaram sem combustível, e a ocupação de leitos nos demais hospitais de Gaza chegou a mais de 150%, informou o ministério em um comunicado.

As condições de vida em Gaza tornaram-se cada vez mais terríveis desde que Israel reforçou seu bloqueio de 16 anos ao enclave, após o ataque terrorista do Hamas que deixou cerca de 1.400 mortos em Israel. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu respondeu cortando a entrada de alimentos, água e combustível, o que levou ao esgotamento de suprimentos e aumentou as dificuldades de centenas de milhares de palestinos que foram forçados a deixar suas casas durante a guerra.

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