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Em um discurso em que condena os ataques do grupo terrorista Hamas, mas também faz críticas fortes à reação de Israel, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou, durante reunião de cúpula no Egito, que Israel tem responsabilidades pela crise humanitária que assola a região de Gaza.

— Israel, como potência ocupante, tem responsabilidades específicas no âmbito dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário. Estas devem ser cumpridas em qualquer circunstância - afirmou o chanceler brasileiro.

Segundo Vieira, a destruição de infraestrutura civil é "inaceitável". Sem culpar diretamente Israel, o chanceler fez referência à destruição de um hospital que deixou centenas de mortos em Gaza.

— A destruição de infraestruturas civis, incluindo instalações de saúde, é inaceitável. Testemunhamos com consternação o bombardeamento do Hospital Árabe al-Ahli, lamentamos profundamente e lamentamos as centenas de vítimas civis, incluindo pacientes, médicos, enfermeiros e outros trabalhadores humanitários. Todas as partes devem proteger plenamente os civis e respeitar o direito internacional e o direito humanitário internacional — disse.

De acordo com ele, o Brasil observa "com alarme" a deterioração da situação humanitária da região e a escassez de itens básicos.

— Como muitos outros países, o Brasil também tem cidadãos à espera de serem evacuados de Gaza, enquanto observamos com alarme a deterioração da situação humanitária na região, especialmente a escassez de suprimentos médicos, alimentos, água, eletricidade e combustível. Israel, como potência ocupante, tem responsabilidades específicas no âmbito dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário. Estas devem ser cumpridas em qualquer circunstância — afirmou.

Vieira também condenou os atos do grupo Hamas:

— O governo brasileiro rejeita e condena inequivocamente os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel no dia 7 de outubro, bem como a tomada de reféns civis. Cidadãos brasileiros estão entre as vítimas, três deles foram assassinados em Israel — completou.

Vieira apontou que a estagnação econômica em Gaza, assim como a ocupação por parte de Israel de territórios palestinos, são parte das causas do agravamento do conflito.

— O impasse no processo de paz; a estagnação social e econômica que prevalece há muito tempo em Gaza; a expansão contínua dos colonatos israelitas nos territórios ocupados, a violência contra os civis, a destruição de infraestruturas básicas, as violações do “status quo” histórico dos locais sagrados em Jerusalém, todos estes fatores se combinam para gerar um ambiente social e cultural que põe em risco a “solução de dois Estados” e gera ódio, violência e extremismo — afirmou.

Cerca de 4.500 mortos

Mais cedo, antes do início da reunião de cúpula, Vieira afirmou que ia à reunião para cumprir determinações do presidente Lula. Ele estimou em cerca de 4.500 o número de mortos, nos dois lados, durante o conflito.

— Precisamos discutir a questão antes que a situação se transforme em problema humanitário de ainda maior volume. Vamos discutir as questões dos atos do Hamas contra Israel, mas também a questão da reação do Estado de Israel, a esses atos de violência, que já vitimaram no total 3 mil pessoas do lado palestino e 1400, 1500 do lado de Israel — disse o chanceler brasileiro.

Além de Brasil e Egito, participam da cúpula representantes de Jordânia, Catar e Turquia, de outros países do Oriente Médio e da Europa. Segundo o Itamaraty, um grupo de cerca de 30 brasileiros e familiares diretos que aguarda retirada da Faixa de Gaza segue abrigado nas localidades de Khan Younis e Rafah, nas proximidades da fronteira com o Egito.

"O governo brasileiro, por meio do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, mantém permanente contato com os nacionais, aos quais vem provendo informações e itens de primeira necessidade. Veículos contratados pelo Itamaraty seguem de prontidão, aguardando a abertura da passagem de Rafah", disse a pasta em nota.

Uma aeronave utilizada pela Presidência da República permanece no Cairo, aguardando autorização para resgatar esses brasileiros.

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