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Por O Globo com AFP — Lewiston

Um homem que jogava boliche quando um atirador abriu fogo no estabelecimento SpareTime Recreation, na noite desta quarta-feira, no estado americano do Maine, contou como conseguiu escapar do ataque e se esconder até a chegada dos policiais. O ataque a tiros, que também ocorreu num bar-restaurante da região, deixou ao menos 18 mortos e 13 feridos. Identificado apenas como Brandon, o cliente detalhou o momento em que percebeu estar no meio de um atentado.

— Nós estávamos todos lá dentro, apenas uma noite normal de boliche. Do nada, ele entrou e houve um estalo alto. Achei que fosse um balão [estourando]. Eu estava de costas para a porta. Logo que eu virei e vi que não era um balão, que ele estava segurando uma arma, eu corri pela pista, escorreguei basicamente até o lugar onde ficam os pinos e escalei a máquina. Eu fiquei no topo das máquinas por cerca de 10 minutos até os policiais chegarem lá — contou Brandon à imprensa americana.

Brandon contou que havia chegado ao estabelecimento havia apenas dez minutos e estava colocando os sapatos para jogar quando ouviu o primeiro de pelo menos dez estalos.

— Ninguém deveria ver isso na vida real. Quando eu cheguei ao topo da máquina, havia muito tumulto por lá. Eu ouvi o primeiro [tiro] a 4 metros de mim. Ele estava perto, muito perto — disse ele. — Eu fui lá só para jogar boliche. Eu estava lá não fazia nem dez minutos. Eu tinha acabado de chegar. Estava colocando meus sapatos de boliche quando começou. Então, estou descalço faz cinco horas.

Centenas de policiais fazem buscas, nesta quinta-feira, por um homem que abriu fogo numa pista de boliche e num bar-restaurante no nordeste dos Estados Unidos. Ele fugiu após o tiroteio.

Os assassinatos ocorreram na noite de quarta-feira na cidade de Lewiston, a segunda cidade do estado do Maine, onde a população foi instada a permanecer em suas casas devido ao risco representado por este homem “armado e perigoso”.

Ataque a tiros no Maine — Foto: Arte/O Globo
Ataque a tiros no Maine — Foto: Arte/O Globo

A polícia identificou o agressor e divulgou sua fotografia. No momento suas motivações são desconhecidas. Segundo a CNN, que cita fontes policiais, o homem é reservista do Exército.

— Temos 22 mortos confirmados e muitos, muitos mais feridos — disse Robert McCarthy, vereador de Lewiston, uma cidade com mais de 36 mil habitantes, à CNN. — Nossos hospitais não estão equipados para lidar com esse tipo de tiroteio — disse ele, acrescentando que houve entre 50 e 60 feridos.

Autoridades confirmaram, na manhã de quinta-feira, que ao menos 16 pessoas morreram durante o ataque e dezenas ficaram feridas.

Veja a linha do tempo do ataque

Por volta das 19h (23h em Brasília): Dois tiroteios são relatados em Lewiston com várias vítimas. A informação é confirmada pelo Departamento de Segurança Pública do Maine.

20h: O Gabinete do Xerife do Condado de Androscoggin divulga fotos do suspeito armado e insta comerciantes a fecharem as portas.

20h09: A Polícia Estadual do Maine confirma que há "um atirador em atividade em Lewiston" e pede que a população fique em casa, com portas trancadas.

20h26: Moradores de Auburn, cidade vizinha, são instruídos a ficarem em casa.

20h53: A polícia de Lewiston afirma que o ataque a tiros ocorreu em dois locais: Schemengees e Sparetime Recreation, um restaurante e uma pista de boliche.

21h17: A polícia de Lewiston divulga a imagem de um veículo branco e pede informações a quem o tenha visto pelas ruas. À CNN, a Polícia Estadual do Maine disse que o carro é do suspeito do ataque.

22h52: A polícia nas redes sociais identifica um homem e o nomeia “pessoa de interesse” no caso.

Por volta das 23h30: O comissário do Departamento de Segurança Pública do Maine, Mike Sauschuck, afirma que um “veículo de interesse” foi encontrado em Lisbon, a pouco mais de dez quilômetros de Lewiston. O homem segue foragido.

23h34: As autoridades de Lisbon confirmam que repartições municipais estarão fechadas na quinta-feira e orientam moradores e comerciantes a permanecerem trancados.

Policiais cercam ruas; população é instada a ficar trancada

O chefe da segurança pública do Maine, Mike Sauschuck, disse aos repórteres que as ruas estão cheias de policiais em busca do suspeito.

— Temos literalmente centenas de policiais trabalhando em todo o estado do Maine para localizar [o atirador — disse ele.

Este novo massacre, um dos mais mortíferos desde o de Las Vegas em 2017, junta-se à lista de tiroteios nos Estados Unidos.

Depois de ser informado sobre o ataque, o presidente Joe Biden faltou a um jantar de Estado em homenagem ao primeiro-ministro australiano para se comunicar com as autoridades locais e oferecer-lhes apoio federal, segundo a Casa Branca.

Fotos divulgadas do suspeito mostram um homem vestindo jaqueta marrom, calça azul e sapatos marrons, segurando um rifle semiautomático.

Segundo Sauschuck, a polícia encontrou uma van branca abandonada a cerca de dez quilômetros de Lewiston.

Os tiroteios ocorreram em pelo menos dois locais: uma pista de boliche e um bar-restaurante. Agentes de Boston também participam da busca pelo suspeito.

As escolas públicas permanecerão fechadas na quinta-feira, informou uma autoridade local no X (antigo Twitter).

Os Estados Unidos têm mais armas do que pessoas: um em cada três adultos possui pelo menos uma arma e quase um em cada dois adultos vive numa casa onde existe uma arma. A consequência desta proliferação é o índice de mortes por armas de fogo, mais alto que o de outros países desenvolvidos.

Ataque a tiros no Maine:

Excluindo os suicídios, mais de 15 mil pessoas morreram devido à violência armada desde o início do ano no país, e o ataque de quarta-feira é o mais mortal registrado no período, segundo a associação Gun Violence Archive (GVA).

Os esforços para reforçar o controle de armas nos EUA se chocam há anos com a oposição dos republicanos, defensores do direito constitucional de portar armas.

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