O exército israelense anunciou nesta quinta-feira que realizou uma “operação seletiva” durante a noite, com tanques e infantaria na Faixa de Gaza, em preparação para uma incursão terrestre no território palestino controlado pelo Hamas.
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Durante a noite, o exército realizou “uma operação de tanques direcionada no norte da Faixa de Gaza, em região próxima ao Mar Mediterrâneo. Essas ações fazem parte dos preparativos para as próximas fases do combate”, afirmaram as forças armadas de Israel. “Os soldados deixaram a área no final da atividade”, acrescentaram.
Israel realiza 'operação seletiva' com tanques em Gaza
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na noite anterior que, juntamente com o intenso bombardeio de Gaza, “estamos preparando uma ofensiva terrestre”. A operação da última noite é a segunda incursão terrestre limitada realizada pelo exército israelense em Gaza. Duas semanas atrás as Forças disseram que algumas tropas haviam entrado brevemente naquele território.
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Em 7 de outubro, combatentes do Hamas entraram em Israel vindos de Gaza, matando 1.400 pessoas, a maioria civis, e fazendo 222 reféns, segundo as autoridades israelenses. Entre os mortos estão mais de 300 soldados.
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Mais de 6.500 moradores de Gaza foram mortos em bombardeios israelenses, incluindo 2.704 crianças, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde controlado pelo Hamas no território.
Os militares de Israel observaram que, na ação noturna, “os soldados localizaram e atacaram numerosos terroristas, infra-estruturas terroristas e locais de lançamento de mísseis antitanque, e prepararam o campo de batalha”.
Um porta-voz militar israelense confirmou à AFP que não foi a primeira vez desde 7 de outubro que soldados e tanques entraram em Gaza em ataques limitados.
Ofensiva terrestre
Mesmo com os crescentes apelos internacionais para atenuar a campanha de bombardeios, Netanyahu anunciou que continuará com os planos para uma guerra terrestre com o objetivo de, segundo ele, "aniquilar" o grupo Hamas. Ainda sem decisão oficial para a entrada em Gaza, o primeiro-ministro israelense assegurou que seu gabinete de guerra e o exército decidirão o momento da "ofensiva terrestre", na intenção de matar "milhares de terroristas".
Na quarta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron se opôs a esta ideia inicial, afirmando que "uma intervenção massiva que coloca em perigo a vida da população civil (...) é um erro".
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é outro líder que também pediu a Israel para "proteger os civis inocentes" em sua campanha contra o Hamas.
— Quando a crise acabar, deve haver uma visão do que virá a seguir — disse Biden na quarta-feira, reiterando apoio a uma solução de dois Estados, um palestino e outro israelense.
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