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Por O Globo — Faixa de Gaza

O Gabinete de guerra de Israel autorizou por unanimidade a entrada diária de dois caminhões com combustível na Faixa de Gaza. A recomendação para a medida teria sido feita em conjunto pelo serviço de inteligência interna de Israel, o Shin Bet, e as Forças Armadas para atender a um pedido dos Estados Unidos, informou uma fonte política ao jornal israelense Haaretz, nesta sexta-feira. A condição é de que o produto não chegue ao Hamas. Antes da guerra, que teve início no dia 7 de outubro com o ataque do grupo terrorista a Israel, entravam 50 caminhões-tanque diariamente.

O combustível será utilizado em usinas de dessalinização de água e tratamento de esgoto no sul do enclave palestino, “a fim de evitar a propagação de doenças que prejudiquem a população civil”, afirmou uma autoridade israelense à agência Axios. A ONU alertou na terça-feira para a iminência de um surto de cólera na região. A doença é contraída através de água e alimentos contaminados ou por contaminação fecal-oral direta.

Uma semana após o início da guerra, a ONU já alertava que quase toda a população do enclave palestino, de 2,3 milhões de habitantes, corria o risco de ficar sem água, uma vez que as três usinas de dessalinização de Gaza, que produziam 21 milhões de litros de água potável por dia, paralisaram suas operações devido à falta de combustível para os geradores. Combustível também é necessário para a locomoção de caminhões-pipa

"Esta ação permite a Israel o espaço internacional de manobra necessário para eliminar o Hamas", disseram as autoridades israelenses à agência AFP em comunicado.

Serão cerca de 60 mil litros diariamente, informou um oficial israelense à agência Axios. Antes do início da guerra, 50 caminhões-tanque entravam em Gaza diariamente, informou esta semana um funcionário da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA). Um outro oficial israelense reconheceu à agência Axios o valor limitado, já que a quantidade entregue antes da guerra se aproximava de 7 milhões de litros por semana.

Israel impôs um “cerco total” ao enclave palestino como resposta ao ataque terrorista do grupo Hamas, que deixou 1.200 pessoas mortas e fez cerca de 240 reféns. Em meados de outubro, o país acordou com o Egito e os Estados Unidos a entrada de ajuda humanitária no território, embora barrasse o combustível, sob alegação de que o Hamas dispunha de 500 mil litros de diesel armazenados que poderia usar .

Sem o produto, e devido a danos causados por bombardeios, 22 de 36 hospitais em Gaza suspenderam suas atividades, enquanto muitos operam com capacidade limitada. A entrega de ajuda humanitária e a circulação de ambulâncias ficaram comprometidas, ao passo que as usinas de dessalinização não funcionam mais. A produção de energia também foi impactada.

Na última terça-feira, as Forças Armadas de Israel anunciaram, segundo o jornal The Times of Israel, que 24 mil litros entraram no enclave, mas apenas para abastecer os tanques dos caminhões de ajuda humanitária. O Estado judeu também diz que tentou enviar, no último domingo, 300 litros de combustível para o Hospital al-Shifa, o mais importante da região, mas alegou que a oferta foi recusada pelo Hamas. A oferta foi relativizada pelo diretor do hospital, Mohammad Abu Salmiya, explicando que os 300 litros supostamente oferecidos teriam capacidade de alimentar os geradores por "não mais do que um quarto de hora".

Pressão internacional

Israel está sob crescente pressão internacional. A Agência da ONU para aos Refugiados Palestinos (UNRWA) alertou no início desta semana que seu trabalho de ajuda humanitária no território estava paralisado diante do esgotamento das reservas de combustível. Thomas White, diretor da UNRWA, afirmou que seus principais fornecedores de água suspenderam as atividades e que o enclave vivia o dilema entre usar o combustível ou no hospital ou nas usinas de dessalinização. “As duas salvam vidas", escreveu em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

Nesta quinta-feira, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU denunciou que 2,2 milhões de pessoas no enclave palestino — isto é, toda sua população — correm “risco imediato” de morrer de fome. O déficit alimentar é causado pela falta de combustível e devido à diminuta quantidade de ajuda humanitária que tem entrado na região, cerca de 40 caminhões por dia, desde o dia 21 de outubro. Antes da guerra, a ONG Médicos Sem Fronteiras indicou que entravam entre 300 e 500 caminhões, boa parte deles com ajuda humanitária. Todas as padarias do enclave, 131 ao total, fecharam por falta de combustível. O pão é um dos principais alimentos da dieta dos palestinos. (Com AFP)

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