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Por O Globo e agências internacionais — Tel Aviv

O Conselho de Segurança Nacional de Israel anunciou, nesta quarta-feira, que nenhum refém será libertado antes desta sexta-feira. O anúncio ocorre após Israel aprovar, na madrugada de quarta-feira (noite de terça no Brasil), um acordo para a libertação dos capturados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro, em troca de um cessar-fogo de quatro dias em Gaza e da libertação de 150 prisioneiros palestinos, priorizando mulheres e crianças. Apesar de fontes anônimas israelenses terem afirmado à imprensa internacional que a trégua, que teria início na quinta-feira, também será adiada, a informação ainda não foi confirmada oficialmente por Israel.

A informação foi revelada por Tzachi Hanegbi, chefe do Conselho de Segurança Nacional, que garantiu que o estágio de libertação do acordo de cessar-fogo com o Hamas prosseguiria como planejado e que a primeira parcela de reféns israelenses seria libertada na sexta-feira.

O atraso na libertação de reféns, informou o jornal israelense Hareetz citando uma fonte política em anônimo, deve-se ao fato de o Hamas ainda não ter fornecido a lista de cidadãos israelenses a serem libertados. Além disso, outro motivo seria o Hamas não ter ratificado o acordo de cessar-fogo com o Catar, que tem o objetivo de garantir a conformidade de todas as partes com os termos.

Antes, a mídia israelense havia reportado que a libertação começaria já na quinta, quando se iniciaria a trégua. Em entrevista à rádio do Exército israelense, o ministro das Relações Exteriores, Eli Cohen, disse esperar que os primeiros reféns fossem libertados ainda na quinta-feira, mas se negou a confirmar a informação de que o processo começaria no horário indicado pelo Hamas, às 10h (5h em Brasília).

Contudo, ainda não se sabe ao certo se o cessar-fogo terá início na data prevista originalmente. Por um lado, o jornal al-Jazeera afirma que sim, citando um correspondente local. "A mídia israelense está relatando que houve algum tipo de atraso, mas não deu mais detalhes sobre as discussões, nem o Conselho de Segurança Nacional. Mas sabemos que este acordo foi aprovado, será concretizado, haverá a tentativa de cessar-fogo temporário que terá início por volta das 10h de amanhã, hora local", diz o jornal.

Por outro, fontes anônimas afirmaram o contrário ao Hareetz, CNN e à AFP, dizendo que isso só ocorrerá quando "houver um cronograma finalizado para o acordo com o Hamas". A informação não foi confirmada oficialmente por Israel até então.

A administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai acompanhar a implementação do acordo entre Israel e o Hamas, afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, nesta quarta-feira, após o anúncio. Kirby destacou a importância de observar de perto, enfatizando que "agora é o momento de garantir a execução efetiva do acordo". Ele também mencionou que a Casa Branca estará monitorando de perto para garantir que o Hamas cumpra sua parte no acordo de reféns.

Cruz Vermelha em Gaza

O anúncio também ocorreu após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmar em uma coletiva de imprensa em Tel Aviv que a Cruz Vermelha seria autorizada a entrar em Gaza para visitar os reféns que ainda aguardam ser libertados.

— Espero que a Cruz Vermelha faça o seu trabalho, visite todos e leve os medicamentos de que necessitam — disse o premier.

Entretanto, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirma que ainda não recebeu informações atualizadas sobre os planos, os quais envolvem diretamente seu pessoal. De acordo com a organização, "assim que as visitas forem acordadas, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha estará pronto para conduzi-las".

Na mesma coletiva, o premier israelense também afirmou que a guerra contra o Hamas continua, apesar do acordo, e repetiu que o maior objetivo de Israel é "eliminar o Hamas".

Pouco antes, o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, havia declarado que o Exército está se preparando para a implementação do acordo, descrevendo-o como um "processo complexo que pode levar tempo" e que envolve várias etapas. Os próximos dias serão "repletos de momentos de alívio e momentos de dor", disse ele, alertando que também podem incluir "tentativas de realizar terror psicológico, direcionado contra nós pelas organizações terroristas".

Na madrugada desta quarta-feira (noite de terça no Brasil), Israel aprovou o aguardado acordo de cessar-fogo temporário com o Hamas. O principal aspecto da negociação, mediada pelo Catar, foi a libertação imediata de reféns capturados pelo grupo terrorista no ataque de 7 de outubro, quando foram mortas 1,2 mil pessoas, em sua maioria civis, em Israel. Os termos aceitos pelos dois lados do conflito impõem que o Hamas deve libertar 50 reféns em troca de 150 presos palestinos.

Hamas e Israel afirmaram que apenas mulheres e menores serão incluídos na troca, negando-se a negociar a soltura de militares e combatentes inimigos. De acordo com um comunicado emitido pelo governo israelense, 30 menores de idade e 20 mulheres (oito delas, mães) serão libertados pelo grupo terrorista.

Em contrapartida, o Ministério da Justiça de Israel divulgou uma lista com os nomes de 300 prisioneiros palestinos detidos no país para uma espécie de consulta pública, a fim de ouvir a população sobre impedimentos a libertação deles. Os 150 primeiros presos libertados devem sair desta lista após as contestações.

O atual confronto entre Israel e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, começou depois que combatentes do Hamas realizaram o ataque mais mortífero da História de Israel, matando 1.200 pessoas, em sua maioria civis, e fazendo cerca de 240 reféns. Israel respondeu com uma campanha terrestre e de bombardeios avassaladora, que deixou grande parte de Gaza em ruínas e matou 14.100 pessoas, incluindo milhares de crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino.

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