A economista Diana Mondino, futura chanceler do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, afirmou, neste domingo, que trouxe como mensagem ao governo brasileiro os dois países são irmãos e que as relações bilaterais vão continuar como sempre foram. Ela se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
— A conversa foi excelente, creio que a principal mensagem é que somos países irmãos e vamos seguir, vamos continuar sendo e temos que trabalhar muito juntos para que ambos os países cresçam — afirmou Mondino.
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Diana Mondino entregou uma carta, a Mauro Vieira, com um convite para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vá à posse de Milei, marcada para o dia 10 de dezembro. O chanceler disse que entregaria a correspondência a Lula ainda neste domingo.
— Ela foi portadora de uma carta que será entregue ao presidente — disse Vieira, que evitou especular sobre a resposta de Lula. .
— Não tenho dúvidas que essa relação continuará sendo importante — completou.
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A questão é que Milei atacou Lula durante a campanha. Chamou o presidente brasileiro de corrupto, razão pela qual Lula teria sido preso. As relações bilaterais acabaram comprometidas e Mondino veio a Brasília para tentar aparar as arestas.
— Repito o que na Argentina já repeti muitas vezes: uma coisa é a crítica à ideologia e a outra é à pessoa. Isso é totalmente diferente. E temos que separar Estado, de governo, de pessoas. A parceria vai continuar, o melhor e o mais rápido que pudermos — disse ela.
Recentemente, Diana Mondino declarou que a assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia é prioridade do novo governo. Com isso, ela sinalizou que Milei recuou nas críticas que fazia ao bloco sul-americano durante a campanha.
— Já que estamos lado a lado, nós tratamos na conversa da importância que temos de assinar acordo do Mercosul e União Europeia.
Outro bloco alvo de críticas de Milei é o Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), do qual o atual governo argentino, sob o comando do presidente Alberto Fernandez, passou a fazer parte. O assunto não fez parte da conversa com Mauro Vieira, disse a futura chanceler.
—Conseguimos não falar de Brics durante uma hora e meia. E até agora não entendemos qual é a vantagem que o Brics teria para a Argentina, com todos os problemas que já temos. Claro, que se há, nós vamos participar. Por ora, nós já trabalhamos com todos esses países e não queremos estar alinhados politicamente com ninguém, mas cremos no multilateralismo — afirmou.
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