Economia
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Por — Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que não irá desistir da assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). Em entrevista na Alemanha, na última etapa da viagem internacional que fez nos últimos dias, Lula falou sobre entraves recentes nas negociações, como críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, além de defender o diálogo com o presidente eleito na Argentina, Javier Milei.

— Não vou desistir enquanto eu não conversar com todos os presidentes e ouvir um não de todos. Aí nós vamos partir para outra — disse Lula.

Já chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que esforços 'adicionais' serão feitos.

— Para utilizar o potencial que advém das relações econômicas e comerciais, o Brasil e a Alemanha apoiam a celebração do acordo União Europeia e Mercosul. Vamos fazer esforços adicionais para que esse acordo possa ser concluído. A comissão tem conduzido essas negociações e eu e o presidente Lula temos mantido contato a respeito dessas iniciativas — disse Scholz.

Lula disse que já conversou com Macron e que a oposição francesa ao acordo com o Mercosul é histórica. Citou outros presidentes, como François Hollande. Segundo Lula , isso ocorre porque esses presidentes têm "problemas políticos, financeiros com os produtores franceses"

— Nós respeitamos a posição dele. O que eu não posso te dizer é que a gente ainda não vai assinar. Primeiro, porque, além da posição da França, nós temos uma posição da Argentina que teve eleições, o novo presidente toma posse dia 10, o Alberto Fernández vai participar da nossa reunião dia 7. Dia 6 haverá reunião dos ministros, dos chanceleres dos países do Mercosul, que vão tentar resolver alguma pendência técnica que exista — afirmou.

O presidente brasileiro pediu a Scholz para falar com o presidente da Argentina e também com Macron:

— Eu só posso dizer para você que não vai ter assinatura na hora que terminar a reunião do Mercosul e eu tiver o não. Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, eu vou lutar para fazer.

O presidente brasileiro disse que discutiu com Scholz sobre os esforços para concluir o acordo e reiterou a expectativa de que a "União Europeia decida se tem ou não interesse na conclusão de um acordo equilibrado".

— São quase 23 anos de negociação. Na próxima quinta-feira, na Cúpula do Mercosul, teremos um momento decisivo nessa negociação. Reitierei ao chanceler a expectativa que a União Europeia decida se tem ou não interesse na conclusão de um acordo equilibrado. Em um contexto de fragmentação política, a aproximação entre nossas regiões é central para a construção de um mundo multi polar e o fortalecimento do multilateralismo — disse Lula.

Lula contou que pediu para Macron abriu o coração e conversar com a esposa, Brigitte Macron, sobre o assunto.

— Quando eu me despedi do presidente Macron, eu falei pro Macron: "quando você pegar o avião, que você sentar na sua cadeira no avião, abra o seu coração, converse com a sua esposa, e aceite fazer um acordo entre União Europeia e Mercosul". Se isso não o sensibilizou, eu não vou desistir do Macron. Vamos ter outra reunião, outras necessidades, eu vou continuar até um dia eu conseguir.

Olaf Scholz, por sua vez, lembrou que a Comissão Europeia é a responsável por negociar o acordo, e não os países diretamente, e que está convencido de que terá maioria.

— Eu estou convencido de que será possível ter uma maioria dos dois órgãos (Comissão Europeia e Parlamento Europeu), tanto no conselho quanto no Parlamento, uma vez que as negociações forem concluídas — disse.

Entenda os entraves

O acordo entre Mercosul e UE é negociado desde 1999. Em 2019, com a conclusão de uma parte das conversas, foi iniciada a fase de revisão. Desde então, os dois grupos mantiveram as negociações, mas não chegaram a um entendimento final.

A expectativa do governo brasileiro era anunciar o acordo nesta semana, durante a reuniao da cúpula do Mercosul, no Rio. No último fim de semana, ao participar da COP28, Emmanuel Macron disse ser contra o acordo, acrescentando, que o texto foi "mal remendado".

Já o presidente eleito na Argentina, Javier Milei, fez críticas ao Mercosul durante a campanha. Também insinuou que poderia sair do grupo, mas recentemente amenizou o discurso e passou a defender aperfeiçoamentos no bloco.

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