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Por O Globo e agências internacionais — Moscou, Rússia

Os territórios parcialmente ocupados pela Rússia no leste e sul da Ucrânia participarão nas eleições presidenciais russas de 2024, anunciou nesta segunda-feira a Comissão Eleitoral Central da Rússia (CEC). O pleito deve marcar a reeleição de Vladimir Putin, que anunciou na última semana o desejo de concorrer novamente.

As Forças Armadas da Rússia e o Serviço Federal de Segurança (FSB) haviam afirmado anteriormente que eles “consideram possível” que a votação aconteça em áreas onde os combates continuam, quase dois anos após o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

A legislação russa permite que a CEC convoque eleições em regiões sob lei marcial após consultar primeiramente o FSB e o Ministério da Defesa. O Kremlin afirma ter anexado partes das regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, uma ação amplamente condenada pela comunidade internacional.

Grandes áreas desses territórios, incluindo duas das capitais regionais, Zaporizhzhia e Kherson, não estão atualmente sob controle militar russo. De acordo com o vice-presidente da CEC, Nikolai Bulayev, “não apenas o sistema eleitoral dos quatro [territórios] está em pleno funcionamento, mas é também altamente profissional”.

O presidente Vladimir Putin anunciou na semana passada que planeja concorrer a um quinto mandato no cargo, uma corrida que ele deve vencer, já que grande parte da oposição do país está presa ou exilada. A CEC estabeleceu um período de votação de três dias para a eleição presidencial de 2024, que ocorrerá de 15 a 17 de março.

‘Não há outro caminho’

Na última sexta-feira, Putin afirmou que participaria das eleições porque “não há outro caminho”. A princípio, ele não poderia tentar a reeleição, mas mudanças feitas na Constituição garantem agora a sua manutenção no poder até 2036. Ao todo, o Kremlin já contabiliza 23 anos no poder.

Passeando entre os cargos de presidente e primeiro-ministro desde 1999, Putin já passou por quatro mandatos como chefe de Estado e um como chefe de governo. É o líder mais longevo do país desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, superado apenas por Josef Stalin, considerando o período soviético.

Embora haja pouca dúvida sobre os resultados, a próxima votação tem mais significado que as anteriores, porque é a primeira desde que Putin ordenou a invasão em grande escala da Ucrânia em 2022. A guerra no país vizinho foi talvez a decisão mais importante que o líder russo tomou durante seus 23 anos no poder.

Por causa do conflito, ordenou uma campanha de mobilização impopular no ano passado, na qual milhares de russos foram convocados para lutar. Externamente, a ofensiva fez de Putin um pária entre as potências ocidentais, que adotaram uma onda de sanções sem precedentes, destinadas a cortar o financiamento para sua operação militar.

A oposição

Até o momento, a guerra não teve grande destaque nas aparições públicas de Putin — uma estratégia que os observadores dizem ser intencional. Na disputa, o Kremlin não enfrenta nenhum adversário relevante e, segundo analistas, é provável que busque ampliar o seu poder para esconder as diferenças internas sobre a ofensiva na Ucrânia.

Alguns dos nomes mais conhecidos internacionalmente como opositores de Putin estão presos. É o caso do ativista Alexey Navalny, detido desde janeiro de 2021. Em comunicado divulgado pela sua equipe, ele incentivou que os russos votassem em “qualquer outro candidato” sem ser Putin, e chamou a eleição de “farsa”.

Outro opositor que anunciou pretensões de concorrer em 2024 foi o blogueiro militar nacionalista Igor Girkin, de 52 anos, mais conhecido pelo apelido Strelkov. Pouco depois, Girkin foi preso por críticas a Putin e ao comando militar da guerra na Ucrânia, o que foi enquadrado pelo Kremlin como “apelos públicos a atividades extremistas”.

Não está claro se o blogueiro militar conseguirá ser candidato oficialmente, considerando que ele aguarda julgamento preso. Ele pode pegar até cinco anos de prisão pela acusação atual.

Na prática, cinco grandes partidos foram autorizados a apresentar um candidato sem recolher assinaturas — todos apoiadores do Kremlin e da invasão da Ucrânia. Vários grupos de direitos humanos afirmam que as eleições anteriores foram marcadas por irregularidades e que o trabalho dos observadores independentes provavelmente não será permitido.

(Com AFP).

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