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Por O Globo e agências internacionais — Jerusalém

Um dia depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, alertar o governo israelense sobre uma corrosão do apoio mundial devido ao que chamou de "bombardeios indiscriminados" em Gaza, autoridades do país reiteraram que a guerra vai continuar, de uma forma ou de outra. O chanceler Eli Cohen declarou que a ofensiva continuará "com ou sem" o apoio internacional, e o próprio premier Benjamin Netanyahu disse que Israel “irá até o fim”.

Durante visita a uma instalação militar no sul do país, onde combatentes do Hamas presos estão sendo interrogados, Netanyahu não pareceu se importar com o crescente volume das críticas à condução dos ataques em Gaza, e não sinalizou mudanças na estratégia de guerra.

— Vamos até o fim, não há dúvida quanto a isso. Digo isso mesmo diante da grande dor, e também apesar das pressões internacionais. Nada vai nos parar, vamos até o fim, até que saiamos vitoriosos, e nada além disso — disse.

Mais cedo, o chanceler Eli Cohen fez um discurso parecido.

— Israel vai manter a guerra contra o Hamas com ou sem o apoio internacional. Um cessar-fogo no atual momento é um presente à organização terrorista Hamas, e permitirá que retornem [às posições originais] e ameacem os residentes de Israel — disse Cohen à imprensa, citado pela agência Reuters.

Na fala, o chanceler israelense ainda exigiu que a comunidade internacional proteja as rotas de navegação no Mar Vermelho, um dia depois de um navio norueguês que seguia para Israel ser atingido por um foguete lançado pelos houthis, uma milícia apoiada pelo Irã que participa do longo conflito civil no Iêmen.

Israel intensifica ofensiva em Gaza após fracasso de resolução para cessar-fogo

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As declarações de Cohen são uma reação das autoridades israelenses a uma terça-feira no mínimo difícil para o país no cenário internacional. A começar pelas declarações de Biden, seu aliado mais próximo. Em um evento de campanha, o presidente americano afirmou que Israel estava perdendo o apoio de governos mundo afora por causa dos "bombardeios indiscriminados" em Gaza, reforçou que Israel não poderia negar um Estado Palestino e ainda afirmou que o Gabinete israelense precisava de mudanças imediatas.

Mais tarde, durante uma entrevista coletiva ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Biden amenizou as declarações, reiterando o apoio aos israelenses mas voltou a pontuar que "a segurança dos palestinos continua sendo uma grande preocupação". Em comunicado, Netanyahu declarou que seu governo havia recebido o "apoio pleno" dos americanos à incursão em Gaza, e que Washington "barrou a pressão internacional para parar a guerra". Contudo, reconheceu que há diferenças sobre o "dia seguinte" ao fim do conflito em Gaza.

Nesta quarta-feira, Biden deve se reunir com parentes dos israelenses sequestrados pelo Hamas em Gaza, na Casa Branca. O grupo está fazendo visitas a líderes internacionais em busca de apoio para libertar as mais de 100 pessoas que ainda estão em poder do Hamas. Na véspera, parentes de Michel Nisenbaum, brasileiro que integra o grupo de sequestrados, se encontraram com o presidente Lula em Brasília, e o tema dos reféns esteve presente no primeiro discurso dele na presidência do G-20.

Além das palavras de Biden, a Assembleia Geral da ONU aprovou, na terça, mais uma resolução pedindo um cessar-fogo imediato em Gaza. Foram 153 votos a favor, 10 contra — incluindo EUA e Israel — e 23 abstenções. O texto pede, além da suspensão dos combates, que todos os envolvidos no conflito respeitem as leis internacionais, em especial sobre a proteção dos civis. No X (antigo Twitter), Cohen destinou palavras duras à decisão do plenário, que não tem poder vinculante.

"O Hamas, uma organização terrorista cujos terroristas massacraram 1,2 mil pessoas em um dia, estupraram mulheres, sequestraram sobreviventes do Holocausto e queimaram famílias, parabenizam a ONU. Essa é uma nova degradação moral e uma marca da desgraça nessa enviesada e hipócrita organização", escreveu o diplomata.

Nesta quarta-feira, foi a vez do chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, fazer críticas pontuais a Israel. Ao mesmo tempo em que defendeu a segurança de Israel, disse não ver qualquer intenção por parte das autoridades locais e do Ocidente de permitir a criação de um Estado palestino.

— De acordo com os nossos dados, o Ocidente e a atual liderança israelense não querem a unificação de Gaza com a Cisjordânia, conforme exigido pela decisão de criação de um Estado — disse Lavrov, citado pela Tass. — Nunca concordaremos com acordos que prejudiquem ou infrinjam a segurança de Israel. Mas também estamos convencidos de que esta segurança só pode ser garantida de acordo com as decisões da ONU, que pressupõem e exigem que, junto a este Estado, também em segurança e em boa vizinhança, o Estado palestino viva e se desenvolva.

Mortes em combate

Em meio aos ruídos na diplomacia, a situação no campo de batalha se mostra complexa. Segundo o Exército de Israel, 10 militares, incluindo dois oficiais, morreram no Norte de Gaza na terça-feira. Nove deles foram vítimas de uma emboscada na vizinhança de Shejaiya, enquanto outro morreu em um combate em outra área de Gaza. Esse foi o dia com o maior número de baixas entre as forças israelenses, que já perderam 115 militares desde o início da ofensiva terrestre.

Já nesta quarta, as Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, declararam ter atacado um grupo de 15 militares na região central de Gaza, deixando "mortos e feridos" em uma ação que contou com o uso de morteiros de alto calibre. As Brigadas al-Quds, ligadas à Jihad Islâmica, também participaram da ação, que não foi comentada pelas autoridades militares de Israel.

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