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Por O Globo e agências internacionais — Caracas

A Venezuela libertou dois ex-militares dos EUA que foram condenados, em 2020, a 20 anos de prisão pela participação em uma tentativa de derrubar o governo de Nicolás Maduro, em maio daquele ano. A decisão, que ainda não foi comentada pelas autoridades em Caracas, é associada ao diálogo travado entre os governos da Venezuela e dos Estados Unidos, que inclui, além das libertações, a melhora dos laços e o fim de sanções econômicas.

"Nos deixa feliz a libertação dos cidadãos americanos Airan Berry e Luke Denman", escreveu, no Twitter, a Coalizão Por Direitos Humanos e Democracia, uma ONG responsável por denunciar abusos cometidos dentro da Venezuela. "Por sorte, eles estarão com suas famílias no Natal, mais de 300 presos políticos venezuelanos estão na prisão e também merecem suas liberdades."

Em maio de 2020, um grupo liderado por um ex-militar americano dono de uma empresa militar privada, Jordan Goudreau, e por um general desertor, Cliver, Alcalá lançaram um ataque, a partir de um campo em território colombiano, com o objetivo de invadir a Venezuela e capturar Nicolás Maduro. Mas a operação fracassou, terminando com oito combatentes mortos e mais de 60 presos, incluindo Berry e Denman, dois ex-integrantes das Forças Especiais do Exército dos EUA.

Caracas emitiu uma ordem de prisão contra Goudreau, mas ele já estava em território americano. Depois do ataque frustrado, ele chegou a dizer ao Washington Post que Goudreau que a operação era apoiada pelo governo dos Estados Unidos, algo negado à época, levantando ainda suspeitas de que o plano poderia ter tido o aval de Juan Guaidó, um dos principais nomes da oposição venezuelana naquele momento. Ele também nega as alegações.

Ao contrário de Goudreau, Berry e Denman foram capturados em uma zona pesqueira, e foram apresentados à exaustão na TV estatal como responsáveis por uma tentativa de golpe — dois anos antes, Maduro foi alvo de uma suposta tentativa de assassinato, realizado com drones em Caracas. No tribunal, os dois foram acusados de conspiração, tráfico ilegal de armas e terrorismo, e receberam uma pena de 20 anos de prisão cada um.

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As libertações confirmam que o canal aberto entre Washington e Caracas segue em plena operação. Depois da saída de Donald Trump da Casa Branca, o governo Biden se mostrou mais aberto a um diálogo com Caracas, mas o grande impulso veio em 2022, com a guerra na Ucrânia e as instabilidades no mercado internacional de petróleo. A Venezuela tem uma das maiores reservas do planeta, mas sanções e anos de investimentos escassos reduziram a capacidade local de produção.

Os americanos insistem que, antes de qualquer medida mais ampla de eliminação de sanções, os venezuelanos façam gestos que ao menos sugiram um retorno à normalidade democrática. E isso inclui a libertação de presos políticos.

Em outubro, após um acordo histórico com a oposição, o regime concordou com cinco libertações, entre elas a do ex-deputado venezuelano Juan Requesens, acusado pelo ataque em Caracas, em 2018, e o jornalista Roland Carreño, assessor do líder político Juan Guaidó. Em troca, o governo dos Estados Unidos suspendeu por seis meses as sanções ao petróleo, gás e ouro, impostas em 2019.

Contudo, Washington ainda pressiona Caracas para que as eleições de 2024 sejam limpas e democráticas, e acompanha com preocupação a situação de Maria Corina Machado, candidata mais votada nas primárias da oposição, mas que foi inabilitada pelas autoridades eleitorais por 15 anos. Outro oposicionista inabilitado e que se apresenta como candidato é Henrique Capriles, que já concorreu à Presidência contra Maduro e contra Hugo Chávez.

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