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Por O Globo — Tel Aviv

Familiares dos três reféns idosos que aparecem no vídeo divulgado pelas Brigadas Ezzedine al-Qassam, baço armado do Hamas, na segunda-feira, manifestaram preocupação com sua saúde. Os homens, que aparecem sentados, vestindo roupa branca e com barba longa, têm entre 79 e 84 anos. O vídeo, intitulado "não nos deixe envelhecer aqui", dura pouco mais de um minuto e não dá indícios de quando e onde foi gravado.

O idoso ao centro, que fala para a câmera, identificou-se como Chaim Peri, de 79 anos. Ele é morador do kibutz Nir Oz. Os outros dois também são moradores do mesmo kibutz e foram identificados como Yoram Metzger, de 80 anos, e Amiram Cooper, de 84, segundo o jornal Times of Israel. Peri, o único que fala ao longo do vídeo, afirma que "todos têm doenças crônicas" e que estão vivendo em "condições severas".

Familiares mostram preocupação com saúde de reféns que aparecem em vídeo do Hamas

Familiares mostram preocupação com saúde de reféns que aparecem em vídeo do Hamas

Pelo menos 240 pessoas foram levadas como reféns pelo Hamas para Gaza durante o ataque terrorista, no dia 7 de outubro. Segundo um balanço da AFP, no fim de novembro, pelo menos oito reféns teriam mais de 80 anos. A mais velha era Yaffa Adar, de 85 anos. Ela foi libertada pelo Hamas no primeiro dia do acordo entre o Hamas e o Estado judeu. A guerra, que teve início com o ataque sem precedentes do Hamas, também deixou cerca de 1,2 mil mortos em Israel, a maioria civis, de acordo com as autoridades israelenses.

O filho mais novo de Metzger, Roni contou que seu pai é diabético e tem problemas de locomoção. Ele também disse que o pai parecia ter perdido bastante peso e parecia que tinha "envelhecido muitos anos".

— Meu pai não está em boas condições — observou o filho à rádio Kan News, citado pelo jornal israelense. — Deve ser feito de tudo para trazê-los de volta para casa.

Roni admitiu que os outros dois idosos também "não parecem estar em boas condições, não são eles mesmos."

— Você não vê um pingo de vivacidade em seus rostos — afirmou à Ynet, citado pelo Times of Israel.

A esposa de Cooper, Nurit, de 80 anos, — que também foi levada como refém pelo Hamas, mas foi solta ainda no fim de outubro — afirmou ao Haaretz que seu marido estava com dor e não estava recebendo tratamento médico.

Mai Albini, neto de Peri, afirmou ao N12, citado pela CNN, que não assistiu o vídeo, mas sabia que o avô estava "em uma situação muito ruim e parece estar definhando no cativeiro".

O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, afirmou que o "vídeo é criminoso e terrorista" e que "mostra a brutalidade do Hamas sobre inocentes, civis idosos que necessitam de cuidados médicos".

"Chaim, Yoram e Amiram — espero que vocês possam me ouvir esta noite. Fazemos tudo para que você volte com segurança. Alguns de seus familiares já estão em casa e não descansaremos até que você volte também", disse Hagari em uma publicação em hebraico, divulgada no X (antigo Twitter).

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, apesar de ainda não ter visto o vídeo, afirmou que o conteúdo era outro exemplo da "depravação e brutalidade do Hamas contra vidas inocentes", citado pelo Haaretz.

Pressão por novo acordo

No vídeo, Peri pediu para que o governo israelense trabalhe por sua libertação "não importa o custo" e disse não entender por qual motivo foram "abandonados ali".

— Não queremos ser vítimas diretas como resultado direto de um bombardeio israelense. Nos liberte sem nenhuma condição. — pediu.

Segundo um oficial israelense citado pelas mídias locais, a gravação serviria como forma de pressionar Israel a entrar em mais um acordo com o Hamas. Pelo menos 95 civis (entre cidadãos com dupla cidadania e trabalhadores estrangeiros) foram libertados durante o acordo entre as partes, mediado pelos EUA, Catar e Egito. Em troca, foram libertados 240 prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses — todos mulheres e menores de idade.

As tratativas, com exceção dos trabalhadores estrangeiros, não abrangeram militares e nem homens (independente se eram civis e idosos), apenas mulheres e menores de idade. A estimativa é de que 132 reféns ainda estejam nas mãos do Hamas e de grupos afiliados.

Em seu último balanço, o Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, reportou mais de 19 mil mortes, majoritariamente mulheres e crianças, após as operações de retaliação israelenses que deixaram o território palestino em ruínas. A ofensiva israelense, segundo as autoridades, também têm como objetivo — e justifica-se em grande parte em — resgatar os reféns.

Na sexta-feira, o Exército de Israel admitiu ter matado a tiros três dos reféns sequestrados, após terem sido confundidos "como uma ameaça". Todos foram fuzilados. O Hamas alega que "cerca de 50" reféns teriam sido mortos ainda em Gaza por bombardeios de Israel.

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