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Por AFP

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, desembarcou no Egito, nesta quarta-feira, para negociações sobre um cessar-fogo com Israel em Gaza, depois que o Estado judeu anunciou que estaria disposto a aceitar uma nova pausa na linha de frente e nos bombardeios em troca da libertação de reféns. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por sua vez, descartou qualquer possibilidade de um cessar-fogo total, afirmando que "continuará [a lutar] até que o Hamas seja eliminado".

Após mais de dois meses de guerra e diante da pressão internacional, as duas partes parecem dispostas a estabelecer uma segunda trégua. A primeira, que durou uma semana, resultou na libertação de 105 reféns sequestrados pelo Hamas e de 240 palestinos detidos em prisões israelenses.

No Egito, Haniyeh terá uma reunião com Abbas Kamel, diretor do serviço de inteligência deste país. De acordo com um comunicado do Hamas, o chefe chegou ao Cairo "para negociações com autoridades egípcias sobre o desenvolvimento da agressão sionista na Faixa de Gaza e outros temas".

Uma fonte do grupo terrorista ouvida pela agência AFP afirmou que as negociações se concentraram em "interromper a agressão e a guerra, preparar um acordo sobre a libertação de prisioneiros (palestinos) e acabar com o cerco imposto à Faixa de Gaza".

A possibilidade de um cessar-fogo total foi descartada pelo primeiro-ministro israelense. Em uma publicação na sua conta oficial e na do seu gabinete, ambas no X (antigo Twitter), Netanyahu afirmou que "continuará com a guerra até o fim".

"Quem pensa que iremos parar está desconectado da realidade", escreveu o premier como legenda do vídeo publicado.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse a jornalistas que as negociações são "muito sérias" e que se espera que elas "cheguem a algum lugar".

Janela para negociação

Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007, depois do ataque terrorista de 7 de outubro, uma ofensiva que matou quase 1,2 mil pessoas, a maioria civis. Quase 250 pessoas foram tomadas como reféns, e 129 delas continuam em Gaza, segundo o governo de Israel.

Apesar dos ataques aéreos constantes e da invasão por terra em curso — que já mataram mais de 19 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, gerido pelo Hamas —, o presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou, na terça-feira, que o país está "preparado para outra pausa humanitária e ajuda humanitária adicional para facilitar a libertação de reféns".

Segundo o portal americano de notícias Axios, David Barnea, diretor do serviço de inteligência israelense Mossad, se reuniu na Europa com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, e com o diretor da CIA, Bill Burns, para discutir um possível acordo de libertação de reféns.

Axios também informou que Israel propôs uma pausa nos combates em Gaza de pelo menos uma semana em troca de mais de 30 reféns sob poder do Hamas. O Catar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos, ajudou a negociar a trégua de uma semana de novembro.

Negociações na ONU

As negociações também prosseguirão nesta quarta-feira na ONU. Desde segunda-feira, o Conselho de Segurança não consegue votar uma resolução para acelerar o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

A votação foi adiada duas vezes e os membros do Conselho buscam a fórmula adequada para evitar o veto dos Estados Unidos, principal aliado de Israel. O texto, que inicialmente pedia um "cessar urgente e duradouro das hostilidades" em Gaza, agora cita a "suspensão" dos combates.

Enquanto as negociações continuam, Israel mantém a ofensiva contra Gaza. Fontes do Hamas afirmaram nesta quarta-feira que pelo menos 11 pessoas morreram em bombardeios noturnos.

Sob cerco total de Israel desde 9 de outubro, o território palestino enfrenta uma profunda crise humanitária: a maioria dos hospitais está fora de serviço e 85% da sua população, ou seja, 1,9 milhão de pessoas, fugiu da destruição no norte do enclave para buscar refúgio no sul.

Um relatório do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU publicado nesta quarta-feira destaca que metade da população sofre de fome extrema ou grave.

"Sem água potável, os alimentos e o saneamento que apenas um cessar-fogo humanitário pode proporcionar, as mortes de crianças por doenças podem superar o número de mortos nos bombardeios", alertou um porta-voz do Unicef na terça-feira.

Com suas casas em ruínas, muitos habitantes de Gaza procuraram refúgio em abrigos superlotados, onde lutam para encontrar comida, água e atendimento médico.

— Não sabemos para onde ir. Hoje não há água, não há comida, não há nada — disse Nizar Chahine, um jovem de 15 anos deslocado pelos combates em Rafah, cidade do sul de Gaza que recebeu centenas de milhares de pessoas.

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