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Por — Buenos Aires

Ele é chamado por muitos opositores do governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro de “joia da Coroa”. O empresário colombiano Alex Saab que, segundo informações ainda não confirmadas oficialmente, será entregue pelos Estados Unidos — onde está detido desde 2021, após alguns meses de prisão em Cabo Verde — à Venezuela, é uma das figuras mais enigmáticas do esquema de poder chavista dos últimos anos.

Acusado na Colômbia e nos EUA de lavagem de dinheiro, entre outras denúncias, Saab, que colaborou com o governo chavista durante mais de dez anos, já foi investigado em vários países, e é considerado por adversários de Maduro peça chave no esquema montado por seu governo para driblar sanções internacionais com a ajuda de sócios como os governos da Turquia, Irã e Rússia.

Numa clara negociação entre Caracas e Washington, Saab seria extraditado para a Venezuela em troca da liberação de americanos detidos em prisões do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), e vários presos políticos venezuelanos . Um homem em troca de, segundo informações extraoficiais, dois ou até três americanos, e mais de 30 presos políticos venezuelanos — o que atende, também, demandas da oposição venezuelana. Outra parte importante do entendimento entre Maduro e o governo de Joe Biden é a flexibilização de sanções, sobretudo em matéria de petróleo.

O que torna este homem tão importante para o Palácio de Miraflores? É uma pergunta que não quer calar. A história de Saab já virou livro, e contém elementos de uma novela de suspense e espionagem. O jornalista colombiano Gerardo Reyes escreveu “Alex Saab, a verdade sobre o empresário que se tornou multimilionário nas sombras de Nicolás Maduro”, e no livro fala sobre o esquema montado pelo empresário para ajudar o chavismo a violar sanções internacionais e conseguir alimentos em momentos de forte isolamento internacional. O livro fala de uma pessoa essencial para o esquema financeiro de Maduro, que ficou rico com seus negócios com o governo chavista, como tantos outros empresários que pertencem à chamada burguesia bolivariana.

Desde que chegou aos EUA, Saab, que após ser preso em Cabo Verde — onde fez uma escala técnica num voo que tinha como destino final o Irã — obteve passaporte diplomático como parte da estratégias do chavismo de trazê-lo de volta ao país, fez um acordo de colaboração com as autoridades americanas. Sua provável liberação indica, também, que este acordo já rendeu ao governo americano o que se esperava. Basicamente, informação sobre o esquema internacional chavista, suas alianças e estratégias para obter ajuda financeira e alimentos apesar das sanções.

Em artigo publicado no site do Center for a Secure and Free Society (Centro para uma Sociedade Segura e Livre), dos EUA, Joseph M. Humire, diretor executivo do instituto, a refere a Saab como um “super facilitador” nas relações entre a Venezuela chavista, a Turquia e o Irã. Humire lembra que Saab é um fugitivo da Justiça colombiana, pela qual foi acusado, junto a seus sócios, de criar empresas fantasmas para lavar dinheiro.

“A importância de Saab para o regime de Maduro vai além de seus mecanismos de lavagem de dinheiro baseados no comércio. Ele é um arquiteto financeiro e logístico, um super facilitador das redes e vínculos estratégicos da Venezuela com o Oriente Médio”, escreveu Humire. No mesmo artigo, o pesquisador publicou um mapa que mostra, segundo ele, a rede construída por Saab para tirar ouro da Venezuela e usá-lo para pagar pelos alimentos trazidos da Turquia. O mesmo artigo afirma que o empresário também construiu uma rede entre a Venezuela e o Irã, para enfrentar a escassez de combustível no país — que tem a maior reserva de petróleo do mundo, mas está limitada pelas sanções internacionais.

Saab conhece os esquemas internacionais de Maduro e sua detenção em Cabo Verde e posterior extradição para os EUA foi um dos golpes mais duros sofridos pelo chavismo nos últimos anos. Para o empresário, retornar a Caracas não era apenas uma opção, era prioritário, já que sua família nunca conseguiu sair do país.

Depois de meses de negociações entre O Palácio de Miraflores e a Casa Branca, os dois lados parecem estar conseguindo resultados positivos. O governo de Biden, frisou nesta quarta o porta-voz do Conselho de Segurança, John Kirby, tomou uma "decisão difícil para resgatar americanos". "Nada é mais importante para o presidente Biden do que a segurança dos americanos no exterior", disse Kirby. E nada é mais importante para Maduro do que controlar de perto os que conhecem em detalhe a máquina chavista.

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