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Por AFP — Quito

O principal líder da dissidência colombiana das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) conhecida como ‘Oliver Sinisterra’, que rejeitou o processo de paz de 2016 para traficar cocaína, foi capturado no Equador, informou a polícia do país nesta segunda-feira. Carlos Arturo Landázuri Cortés, conhecido como Comandante Gringo, foi capturado na província de Imbabura, no norte andino, na noite de domingo, informou o comandante geral da Polícia Nacional equatoriana, César Augusto Zapata Correa, pelo X (antigo Twitter).

"Ontem à noite em #Imbabura (norte andino), atividades de investigação e inteligência, realizadas durante 3 meses, conseguiram capturar Carlos L., conhecido como ‘El Gringo’, um alvo de alto valor. Líder do grupo armado Oliver Sinisterra da Colômbia e ligado a atividades terroristas em Esmeraldas", disse Zapata, seguido de uma imagem do preso.

Landázuri está entre os criminosos mais procurados da Colômbia e é acusado de envolvimento no sequestro e assassinato do repórter Javier Ortega, do fotógrafo Paúl Rivas, e do motorista Efraín Segarra, do jornal equatoriano El Comercio, em 2018. Ele substituiu o equatoriano Walther Arizala, conhecido como Guacho, que foi morto pelos militares colombianos em dezembro de 2018. Na época, as autoridades estimaram sua idade em cerca de 24 anos.

As autoridades equatorianas já entregaram as informações sobre a captura do Comandante Gringo às autoridades colombianas, informou ainda a imprensa local. Ainda segundo a mídia colombiana, Gringo seria sócio da facção criminosa equatoriana "Los Tiguerones".

O acordo de 2016

Assinado em meados de 2016, o acordo entre as Farc e o governo tinha como objetivo pôr fim a décadas de conflito armado. Ao menos 13 mil guerrilheiros aderiram ao acordo e entregaram 8.994 armas à Organização das Nações Unidas (ONU), entrando em um processo de desmobilização, numa transição gradual para a vida civil.

Contudo, alguns se opuseram ao acordo e à entrega das armas, no ano seguinte. Os dissidentes não estavam de acordo com alguns dos pontos acertados sobre o desarmamento, e diziam que as áreas que seriam ocupadas por eles estariam à mercê de outros grupos armados. Especialistas alegam que a razão para essa oposição era a proteção de negócios ilegais, como o tráfico de cocaína e a mineração ilegal. Mais de 9,5 milhões de pessoas já foram vítimas, a maioria delas deslocadas.

De acordo com o governo colombiano de Iván Duque (2018-2022), Landázuri era procurado pela justiça equatoriana e acusado de participar de diferentes atentados: um deles foi o "ataque com carro-bomba contra o comando da polícia de San Lorenzo, localizado em Esmeraldas, no Equador, (...) que deixou 28 militares feridos" em 2018, segundo declaração do então ministro da Defesa, Guillermo Botero.

O atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que chegou ao poder em agosto de 2022, tenta colocar em prática seu plano de "Paz Total". Ele instalou uma mesa de diálogo com o chamado Estado-Maior Central (EMC), maior e mais organizado grupo de dissidentes das Farc, marcada por altos e baixos. Além deles, há também o grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN). Oficialmente, não se sabe se o governo e o Oliver Sinisterra fizeram algum contato.

Os promotores colombianos incluem a "Oliver Sinisterra" entre as "organizações transnacionais dedicadas ao tráfico de cocaína". De acordo com as autoridades do país, o grupo dissidente "domina" os corredores através da América Central para os Estados Unidos e a Europa no sudoeste do país.

Em janeiro, o governo colombiano prorrogou até 15 de julho um cessar-fogo bilateral, em meio a negociações de paz para desmobilizar cerca de 3,5 mil rebeldes. As partes estão realizando sua terceira rodada de negociações em Bogotá, com alguns marcos, em que o maior avanço foi o compromisso dos rebeldes do ELN de abandonar o sequestro por resgate, uma das principais táticas do grupo.

'Mais tranquilidade'

A província equatoriana Esmeraldas faz fronteira com a Colômbia e teria sido usada por muitos dissidentes do grupo guerrilheiro, envolvidos com o narcotráfico, para entrar no Equador. Localizado entre o Peru e a Colômbia, os maiores produtores de cocaína, o pequeno país sul-americano está sofrendo um novo ataque dos traficantes de drogas. Mais de 20 gangues associadas a cartéis mexicanos e colombianos têm mantido o Equador sob controle desde o início de janeiro.

Nas últimas semanas, o país foi atingido por uma onda de violência após a fuga de Fito, líder de Los Choneros, maior facção criminosa do país, e pouco depois de Fabricio Colón Pico, um dos principais nomes da facção Los Lobos. A região, assim como lugares em Quito e Guayaquil, foi sacudida por ataques nas ruas, fugas de detentos e a tomada de agentes penitenciários como reféns. Segundo a imprensa local, Landázuri estaria ligado à violência perpetrada em Esmeraldas. Cerca de 20 pessoas morreram. Em um dos eventos mais emblemáticos, homens encapuzados atacaram o canal público TC Televisión, ameaçando jornalistas com armas e explosivos durante uma transmissão ao vivo.

No mesmo dia do anúncio da prisão do Comandante Gringo, o presidente do Equador, Daniel Noboa, garantiu que "há mais tranquilidade" no país depois de ordenar o estado de exceção e aumentar a pressão militar e policial contra os traficantes de drogas. Ao canal Teleamazonas, o líder equatoriano disse que há "menos mortes violentas, há mais tranquilidade, as pessoas se sentem mais seguras, também estão denunciando os vacinadores (extorsionários), o que não faziam antes por medo".

— É, para mim, a maior vitória — acrescentou o presidente, no poder desde novembro.

Em relação ao Conflito Armado Interno, medida que se soma ao estado de exceção, Noboa afirmou que "está funcionando, estamos dando duros golpes nesses grupos narcoterroristas".

Desde 9 de janeiro, o seu "Plano Fênix" de segurança deixou quase 2,8 mil detidos, cinco "terroristas" mortos, recapturou 32 prisioneiros foragidos e libertou 11 policiais sequestrados.

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