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Por , Em El País — Caracas

Trinta e duas pessoas, entre civis e militares, foram presas acusadas de cinco supostos planos para assassinar o presidente venezuelano Nicolás Maduro. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pelo procurador-geral do país, Tarek William Saab, aliado político de Maduro. Ele também ordenou a captura de 11 pessoas, um grupo que inclui ativistas de direitos humanos, jornalistas e militares no exílio.

Na lista estão a jornalista Sebastiana Barráez, especializada em informações das Forças Armadas, e a advogada e defensora dos direitos humanos Tamara Suju, que reside fora do país. Em comunicado transmitido pelo canal do Estado, Saab também anunciou ordens de prisão contra os youtubers Wender Villalobos e Norbey Marín, e os militares aposentados Mario Iván Carratú Molina e José Antonio Colina.

Na operação em que as 32 pessoas foram detidas, segundo o governo, foram capturados “mercenários e militares” do Peru, Colômbia, Estados Unidos e Venezuela, embora suas identidades não tenham sido divulgadas. “Eles tinham o objetivo de me assassinar, assassinar importantes líderes políticos e militares da Venezuela e criar caos e comoção no país”, afirmou na semana passada o presidente venezuelano.

Maduro ainda apontou, na ocasião, para o serviço de inteligência dos EUA, grupos de narcotraficantes colombianos e a ultradireita, como se refere à oposição venezuelana, como os autores do plano. Nesta segunda-feira, Saab apresentou um vídeo no qual militares detidos acusaram Sebastiana, Tamara e os outros mencionados de atuarem no plano para atacar o presidente e o governador chavista Freddy Bernal.

A operação supostamente seria realizada durante a noite de Ano Novo, sob coordenação do ex-militar Ángelo Heredia, que já havia sido preso em 2019 por traição à pátria e, segundo as autoridades, fugiu. Sebastiana cobre informações militares há décadas. Tamara, que vive na República Tcheca desde 2014, denunciou casos de tortura e outras violações de direitos humanos a prisioneiros políticos militares, que são mais de 100.

A advogada também alimentou o processo contra Maduro no Tribunal Penal Internacional, e ambas denunciaram os maus-tratos sofridos durante a recaptura de Heredia, em dezembro passado, quando ele tentava atravessar para a Colômbia. Em resposta às acusações, Tamara escreveu: “O procurador da ditadura continua criminalizando o trabalho dos advogados e defensores dos direitos humanos”.

Embora o governo da Venezuela tenha retomado o diálogo na negociação promovida pela comunidade internacional para encontrar uma saída pacífica ao conflito político, e nessas conversas tenha sido acordado melhorar as garantias democráticas para a oposição, o chavismo mantém seu aparato de controle e continua a prender dissidentes.

Nas últimas semanas, alguns presos políticos foram soltos, mas também houve novas prisões, com mais de 200 pessoas permanecendo detidas por motivos políticos. Além disso, há a implementação, em vista das próximas eleições presidenciais, da chamada “fúria bolivariana”, uma organização cívico-militar-policial “para enfrentar qualquer tentativa terrorista e golpista, seja como for”, como explicou o próprio Maduro.

Defensores dos direitos humanos, no entanto, veem a ação como parte de uma estratégia de intimidação à dissidência.

Chavismo marcha contra 'golpismo'

Milhares de militantes chavistas marcharam nesta terça-feira na Venezuela contra o “golpismo” após a denúncia de Maduro e a notícia das prisões por conspiração em ano eleitoral. Já a oposição criticou a ação do presidente venezuelando como um ato de intimidação, e mencionou a prisão de um ativista. Também nesta terça, o país comemora a queda da ditadura militar de Marcos Pérez Jiménez, que ocorreu em 1958.

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez, segura uma bandeira venezuelana durante uma marcha em apoio ao presidente Nicolás Maduro — Foto: Gabriela Oraa/AFP
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez, segura uma bandeira venezuelana durante uma marcha em apoio ao presidente Nicolás Maduro — Foto: Gabriela Oraa/AFP

A líder opositora María Corina Machado, que aspira ser candidata à presidência, apesar de estar politicamente impedida, denunciou que as sedes de seu partido, o Vente Venezuela, amanheceram com grafites com a consigna “Fúria Bolivariana”, em alusão a um plano anunciado por Maduro na semana passada para combater “qualquer tentativa terrorista”. Um ativista dessa organização foi detido.

As eleições da Venezuela ocorrerão no segundo semestre deste ano, após um acordo entre o governo e a oposição em uma negociação mediada pela Noruega. Os Estados Unidos, protagonistas do processo, pressionaram para criar um mecanismo de impugnação das inabilitações que impedem a candidatura de vários líderes opositores, ao qual Machado aderiu, apesar de não reconhecer formalmente sua sanção.

“Acreditam que assim vão intimidar a vontade de um povo determinado a alcançar a mudança”, criticou Machado, que liderou as primárias da principal aliança opositora venezuelana. A líder liberal planejava apresentar uma aliança em torno de sua candidatura em uma praça, mas foi deslocada pela marcha chavista que passou por essa área.

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