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Por O Globo — Buenos Aires

O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta sua primeira greve geral nesta quarta-feira. A paralisação, convocada pela principal união sindical do país, começou ao meio-dia, com duração prevista de 12 horas, até a meia noite desta quarta-feira. Um comício em frente ao Congresso, no centro da cidade de Buenos Aires, ocorreu às 15h, com advertências dos sindicalistas contra a "lei ônibus" que Milei quer aprovar no Congresso. Por falta de apoio, a votação sobre a medida, que estava prevista para esta quinta-feira, foi adiada para a semana que vem. Segundo a Central Geral de Trabalhadores (CGT) — união sindical historicamente vinculada ao peronismo —, os protestos reuniram 1,5 milhão de pessoas em território nacional, incluindo 350 mil só em Buenos Aires. Já o governo aponta comparecimento só de 40 mil na capital argentina.

Antes do início dos protestos, tensões foram registradas nos pontos de acesso à capital, apesar do "protocolo antipiquete" implantado pelo governo. Diferentes sindicatos e centrais sindicais, como os de transporte, bancários, trabalhadores da saúde e administração pública aderiram à paralisação, de modo que muitas atividades serão adiadas ou completamente interrompidas.

Manifestantes se reúnem ao lado de fora do Congresso, em Buenos Aires, em meio à greve geral na Argentina — Foto: TOMAS CUESTA/AFP
Manifestantes se reúnem ao lado de fora do Congresso, em Buenos Aires, em meio à greve geral na Argentina — Foto: TOMAS CUESTA/AFP

A greve convocada pela CGT ocorre em momento em que o Executivo está mergulhado em negociações complicadas com possíveis aliados no Legislativo para tentar aprovar a Lei Ônibus até 15 de fevereiro, quando terminam as sessões extraordinárias convocadas pela Casa Rosada — prorrogadas nesta quarta-feira pela segunda vez.

O megaprojeto de lei prevê reformas profundas em matéria econômica, de funcionamento do Estado, Código Civil, privatização de empresas, impostos, política de segurança, cálculo de aposentadorias, Judiciário, organismos estatais, entre muitos outras.

Segundo o jornal La Nacion, ônibus com centenas de manifestantes entraram em Buenos Aires desde cedo. Os primeiros grupos chegaram à Praça de Maio, no centro da cidade, por volta das 9h35, relatou a publicação, acrescentando que o local estava completamente cercado por forças policiais, que faziam parte de uma operação do governo que inclui o uso de caminhões hidrantes, veículos de assalto, caminhonetes e motocicletas no perímetro do Congresso.

O "protocolo para a manutenção da ordem pública diante de bloqueios de estradas", também conhecido como "protocolo antipiquete", foi acionado pelo Ministério da Segurança, comandado por Patricia Bullrich, e estará em vigor durante todo o dia, visando "garantir o direito de se mover e circular livremente" para todos aqueles que precisam e desejam fazê-lo, afirmou a pasta.

​Sindicatos da Argentina fazem primeira demonstração de força contra reformas de Milei

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Bullrich atacou os organizadores da greve geral, a quem chamou de "mafiosos" em uma mensagem em sua conta no X (antigo Twitter):

"Sindicalistas, gerentes da pobreza, juízes cúmplices e políticos corruptos, todos defendendo seus privilégios", afirmou. "Não há greve que possa nos deter, não há ameaça que possa nos intimidar."

Uma operação da Polícia Civil montada na Rodovia Pan-Americana apreendeu um ônibus que tentava entrar em Buenos Aires. Líderes sindicais também denunciaram que a polícia da capital parou os veículos que se dirigiam às manifestações a partir do município de Ituzaingó.

Mais cedo, uma coluna com 2,5 mil membros de um sindicato ligado aos trabalhadores da construção civil foi barrada por policiais ao tentar atravessar a Ponte Bartolomeu Mitre em direção a Buenos Aires.

— Estamos organizados, seremos 2.500 pessoas no total. Queremos atravessar a ponte. Iríamos em fila única, sem bloquear uma única faixa, mas eles não nos deixam. Não se pode nem mesmo caminhar em uma democracia. Nosso líder está negociando com a polícia para ver se nos deixam [passar], mas acho que é difícil — explicou ao La Nación um dos organizadores da coluna antes do início dos protestos.

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