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Por O Globo com agências internacionais — Caracas

O governo venezuelano prometeu na quarta-feira uma "resposta proporcional, enérgica e legal" caso seja iniciada a perfuração de poços de extração de petróleo junto ao litoral de Essequibo, região disputada há mais de um século com a Guiana. A declaração ocorre após o anúncio, um dia antes, da petrolífera americana ExxonMobil de que vai perfurar ainda este ano dois poços exploratórios no local.

"Se a ExxonMobil tiver uma empresa de segurança privada representada pelo Comando Sul e uma pequena filial no governo da Guiana, bom para eles, mas no espaço marítimo que pertence legitimamente à Venezuela, eles receberão uma resposta proporcional, enérgica e legal", escreveu o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, em sua conta no X (antigo Twitter).

Em uma entrevista coletiva na terça-feira, o presidente da ExxonMobil na Guiana, Alistair Routledge, anunciou que a petrolífera planeja perfurar dois poços exploratórios ainda este ano na costa de Essequibo. O anúncio ocorreu após a diminuição das tensões entre a Guiana e Venezuela, exacerbadas no fim do ano passado depois que Georgetown abriu uma licitação de poços petrolíferos na região.

Território do Essequibo — Foto: Editoria de Arte
Território do Essequibo — Foto: Editoria de Arte

"Essa transnacional energética não apenas sub-roga a soberania da Guiana, governa as altas autoridades desse país [...], mas também pretende proteger suas operações ilícitas em um mar pendente de delimitação sob o manto belicista dos Estados Unidos em cumplicidade com a Guiana", escreveu a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, na quarta-feira.

Empresa 'está tranquila'

Na terça-feira, o presidente da Exxon Mobil disse que a crise bilateral havia "deixado muita gente nervosa", mas enfatizou que a empresa "está tranquila", pois o contrato com a Guiana "é válido de acordo com as leis locais" e "internacionais". Ele também elogiou a "colaboração (...) com outros países na frente militar", uma declaração que irritou Caracas.

A disputa secular sobre o Essequibo, que remonta ao século XIX, intensificou-se em 2015, quando a Exxon Mobil encontrou depósitos de petróleo na costa da região — o que equivale a dois terços da Guiana. Mas novos capítulos foram adicionados à crise quando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, organizou um referendo consultivo em 3 de dezembro sobre a anexação do território, aprovado por mais de 95% da população.

O "sim" em massa apoiava a criação na região de uma província venezuelana, a "Guiana Essequiba", e a concessão da nacionalidade a seus habitantes — em meio à escalada da tensão, a Venezuela chegou a abrir um escritório do serviço de identificação e migração (Saime), em Tumeremo, na fronteira com o Essequibo.

Desde o início, a Guiana considerou a consulta uma "ameaça direta", e o presidente guianês, Irfaan Ali, chegou a levar a questão ao Conselho de Segurança da ONU, que terminou sem declaração final. Dias antes, a Guiana anunciou que estava em contato com "aliados" militares e deu sinal verde para uma possível presença do Comando Sul dos Estados Unidos em seu país, ato classificado como "imprudente" pela Chancelaria da Venezuela.

O Brasil, que defende uma solução pacífica, também reforçou a presença militar na fronteira e intensificou seus contatos diplomáticos para mediar a disputa pela região, tentando exercer um papel de liderança regional.

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