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Por O Globo e agências internacionais — Moscou

Alexei Navalny, principal opositor do presidente russo Vladimir Putin, morreu aos 47 anos na prisão, anunciou o Serviço Penitenciário Federal nesta sexta-feira. O órgão afirmou que ele “sentiu-se mal após uma caminhada, perdendo quase imediatamente a consciência”, e que a causa da morte está sendo investigada. Apesar disso, a notícia já gerou repercussão mundial, e algumas autoridades internacionais culparam a Rússia pelo caso, que não é o primeiro no país. Relembre, abaixo, como morreram os adversários de Putin nos últimos anos.

Yevgeny Prigojin, 2023

Líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigojin morreu em agosto de 2023, exatamente dois meses após ter comandado um motim contra a cúpula militar do governo de Putin. Ele estava em um jato executivo que caiu próximo de Moscou, segundo autoridades russas. Aliados do empresário de 62 anos acusaram o Kremlin pela morte. A desconfiança se deu porque, apesar de fracassado, o levante mudou a imagem de Prigojin diante da elite russa, passando de um aliado próximo para a de um traidor. Além dele, estavam na aeronave dez passageiros, incluindo Dmitry Utkin, comandante da organização. Todos morreram. Depois do acidente, Putin afirmou que foram encontrados fragmentos de granadas nos corpos, e sugeriu que todos estavam usando drogas a bordo.

Denis Voronenkov, 2017

Em março de 2017, o ex-deputado russo Denis Voronenkov foi assassinado. Crítico de Putin, ele havia conseguido asilo de refugiado na Ucrânia meses antes, e sabia que estava em perigo. Sua morte foi particularmente descarada: em plena luz do dia, Voronenkov foi baleado em Kiev com uma pistola TT, um modelo da era soviética. O guarda-costas do político revidou, os dois dispararam pelo menos 20 tiros a poucos metros de distância. Na semana que antecedeu o crime, ele alertou que estava sendo alvo de ataques hackers e mensagens ameaçadoras.

Boris Nemtsov, 2015

Proeminente líder da oposição russa e ex-vice-primeiro-ministro, Boris Nemtsov foi morto a tiros em 2015. O caso, que ocorreu em uma ponte perto da Praça Vermelha, encerrou a carreira de duas décadas de Nemtsov como defensor de reformas democráticas. Na época, Putin chegou a condenar o assassinato, e o porta-voz do governo afirmou que o presidente iria liderar pessoalmente a investigação. Uma das principais críticas de Nemtsov ao governo russo havia surgido apenas um ano antes, quando ele classificou as Olimpíadas de Inverno como uma “falcatrua descarada”. Segundo ele, 60% do orçamento final dos jogos foram superfaturados.

Stanislav Markelov e Anastasia Baburova, 2009

Em janeiro de 2009, o advogado Stanislav Markelov, então com 34 anos, havia acabado de sair de uma entrevista coletiva em Moscou quando foi baleado por um homem mascarado. Ele, que passou quase dez anos trabalhando em casos controversos de direitos humanos e justiça social, tinha anunciado pouco antes que continuaria lutando contra a libertação antecipada da prisão de Yuri Budanov, um ex-comandante russo preso por assassinar uma jovem. Embora não fosse o alvo principal, com ele também morreu a jornalista Anastasia Baburova, de 25 anos.

Sergei Magnitsky, 2009

Também advogado, Sergei Magnitsky morreu aos 37 anos em 2009, após ter sido espancado e supostamente ter recusado os cuidados médicos. Quase um ano antes, Magnitsky foi acusado de fraude fiscal e preso. No entanto, segundo a imprensa internacional, seu verdadeiro “crime” foi ter denunciado uma rede de corrupção que envolveu policiais, oligarcas e os próprios tribunais russos. O financista britânico Bill Browder, responsável por contratar o advogado para realizar a investigação que custou sua vida, disse: “Magnitsky foi assassinado pelo regime de Putin por expor um esquema de corrupção maciça”. O crime levou à aprovação de uma lei nos EUA para punir acusados de violações aos direitos humanos pelo mundo, um projeto batizado de "Ato Magnitsky".

Alexander Litvinenko, 2006

Ex-espião e ex-funcionário da KGB, Alexander Litvinenko fugiu da Rússia e foi para Londres, onde se tornou um duro crítico de Putin. Em 2006, aos 41 anos, ficou subitamente doente, com traços de envenenamento por polônio-210 radioativo, após um jantar em um restaurante da cidade. Agonizando no hospital, acusou dois agentes que haviam sido seus colegas — e atribuiu o ataque a Putin. Na época de sua morte ele investigava o assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, naquele mesmo ano. Amigos do ex-espião acusaram o Kremlin de orquestrar o plano para envenená-lo, embora Moscou tenha negado a alegação. Em 2021, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos concluiu que a Rússia era responsável pela morte.

Anna Politovskaya, 2006

A jornalista Anna Politovskaya se destacou como uma crítica contundente do Kremlin e de suas políticas na Chechênia. Baleada na cabeça, ela foi encontrada morta em seu apartamento em 2006. Aos 48 anos, Politovskaya defendia os direitos humanos e mantinha uma posição franca sobre a política nacional. Com o tempo, passou a ser uma figura internacional que frequentemente falava no exterior sobre Putin, a quem acusava de sufocar a sociedade civil e permitir um clima de corrupção e brutalidade. Em 2014, cinco homens foram condenados pelo crime, mas os mandantes nunca foram descobertos. Após sua morte, foi publicado o livro "Um Diário Russo", no qual afirmava que a Rússia de Vladimir Putin estava se aproximando de um modelo autocrático e centrado no presidente.

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