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Por O Globo

Membro do Knesset, o Parlamento de Israel, desde 1998, Israel Katz é o atual ministro das Relações Exteriores do país e um membro importante do Gabinete do premier Benjamin Netanyahu. Nesta terça-feira, em meio à crise diplomática que se instalou entre Israel e o Brasil nos últimos dias, o chanceler cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pedido de desculpas pela declaração que comparava a ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza — que já deixou cerca de 30 mil palestinos mortos, sendo a maioria mulheres e crianças — ao extermínio de judeus cometido pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

O ministro, em publicação no X (antigo Twitter), criticou fortemente a fala de Lula, rotulando-a como "promíscua" e "delirante". Ele afirmou, ainda, que a comparação era uma "vergonha para o Brasil" e uma afronta aos judeus brasileiros. Além disso, Katz reiterou que o ex-presidente Lula permanecerá persona non grata em Israel até que ele se desculpe pelos seus comentários — algo até então descartado pela diplomacia brasileira.

Ao longo de sua carreira política, Katz, que é filho de sobreviventes do Holocausto, ocupou uma série de cargos ministeriais em Israel, incluindo ministro das Finanças, dos Transportes, da Energia e Infraestrutura, da Agricultura e dos Assuntos de Inteligência. Desde 1998, ele é membro do Knesset pelo partido Likud, o mesmo de Netanyahu, participando de várias comissões, incluindo as de Assuntos Exteriores e Segurança, Finanças e Constituição.

Sua gestão como ministro dos Transportes, de 2009 a 2019, foi marcada por reformas significativas nos setores de infraestrutura, portos, estradas, ferrovias e aviação. Em 2019, ele iniciou seu primeiro mandato como chanceler, simultaneamente atuando como ministro da Inteligência.

Durante a pandemia de coronavírus, ele assumiu a pasta das Finanças, enfrentando os desafios econômicos do período. Em janeiro de 2023, foi nomeado ministro da Energia e Infraestrutura, supervisionando os setores de energia, eletricidade, gás e água.

Foi apenas em janeiro de 2024 que iniciou seu segundo mandato no Ministério das Relações Exteriores.

Katz nasceu em Ashkelon em 1955 e é graduado em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele é casado e tem dois filhos.

Entenda a crise

A crise diplomática foi desencadeada pela declaração de Lula, que também classificou como "genocídio" a guerra em Gaza, sobre o Holocausto no último domingo. A fala do presidente brasileiro ocorreu durante uma crítica aos países ricos que suspenderam o financiamento à agência da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês). Como resposta, o governo israelense declarou Lula persona non grata.

Quando o integrante de um governo estrangeiro é considerado persona non grata, ele deixa de ser aceito pelo governo do Estado que o declarou, mas não equivale à expulsão. A definição, entre outros pontos, também serve para mostrar descontentamento.

Em uma acentuação da crise diplomática, o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, embarcou nesta terça-feira de volta ao seu país. Um dia antes, Meyer fora convocado para uma reunião no Museu do Holocausto, em Jerusalém, para dar explicações sobre a fala de Lula. Ao lado de Meyer, o chanceler israelense fez uma declaração à imprensa em hebraico, após o encontro, sem direito a intérprete.

Foi nesta ocasião que o chanceler foi visto usando um microfone de lapela, um detalhe que mostra como o governo de Israel se preparou para expor o conteúdo da conversa com o embaixador do Brasil em Tel Aviv. A quebra de protocolo, com a mudança de última hora de local da reunião, foi avaliada por diplomatas brasileiros como forma de constranger o representante do presidente Lula e criar um fato político a favor do governo de Israel, levando o governo a pedir a volta de Meyer ao Brasil.

Israel declarou guerra contra o grupo terrorista Hamas e passou a bombardear a Faixa de Gaza após os ataques 7 de outubro, com o objetivo de "aniquilar" o grupo fundamentalista. Em quatro meses de conflito, mais de 29 mil pessoas, a maioria civis, foram mortas no território palestino, segundo o Ministério da Saúde local.

Mais recente Próxima Ministro diz que chanceler de Israel espalha 'conteúdo falso' sobre declarações de Lula

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