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Por e — Rio de Janeiro

A empresa privada norte-americana Intuitive Machines pousou, nesta quinta-feira, uma sonda na lua, marcando o retorno da presença dos Estados Unidos no satélite natural da Terra após 52 anos das missões Apollo. A missão IM-1 tocou no solo lunar por volta de 20h24, com o módulo de pouso Nova-C, de formato hexagonal e chamado de "Odysseus".

O pouso da nave na superfície lunar foi anunciada por Tim Crain, chefe de tecnologia da missão. "Estamos na superfície", disse ele durante a transmissão online. O módulo de pouso Odysseus, no entanto, apresentou problemas de comunicação com a Terra e informações sobre seu estado exato ainda não foram divulgadas.

— Hoje, pela primeira vez em mais de meio século, os EUA regressaram à Lua. Hoje, pela primeira vez na história da humanidade, uma empresa comercial, uma empresa americana lançou e liderou a viagem até lá. E hoje é um dia que mostra o poder e a promessa das parcerias comerciais da NASA. Parabéns a todos os envolvidos nesta grande e ousada busca na Intuitive Machines, na SpaceX e aqui mesmo na Nasa — disse Bill Nelson, administrador da Nasa.

Equipe comemora pouso de sonda na superfície lunar — Foto: Divulgação
Equipe comemora pouso de sonda na superfície lunar — Foto: Divulgação

O módulo de alunissagem é equipado com um motor de metano líquido e oxigênio super-resfriado que forneceu a potência para chegar rapidamente ao seu destino, evitando uma longa exposição à região de alta radiação ao redor da Terra, conhecida como cinturão de Van Allen.

Nesta quarta-feira, a Intuitive Machines anunciou que Odysseus completou sua queima programada de inserção na órbita lunar do motor principal e já estava em uma órbita lunar circular de 92 km. Depois de viajar mais de 1 milhão de quilômetros, a Odysseus está agora mais perto da Lua do que a distância de ponta a ponta que atravessa Houston, no Texas.

Infográfico mostra trajeto realizado por empresa até a Lua, assim como o pouso na superfície do astro — Foto: Arte O Globo
Infográfico mostra trajeto realizado por empresa até a Lua, assim como o pouso na superfície do astro — Foto: Arte O Globo

As cargas a bordo

A Nasa pagou US$ 118 milhões de dólares (R$ 586 milhões) a Intuitive Machines para o transporte de equipamentos científicos até o satélite natural, para ajudar a compreender de modo mais eficiente e mitigar os riscos ambientais para os astronautas.

Entre os equipamentos estão uma câmera estéreo para observar a nuvem de poeira levantada durante o pouso e um receptor de rádio para medir os efeitos de partículas carregadas nos sinais de rádio, na superfície da lua. Há também cargas de outros clientes que não a NASA, como uma câmera construída por estudantes da Embry-Riddle Aeronautical University, em Daytona Beach, Flórida.

Mas a nave transporta uma carga mais colorida, incluindo um arquivo digital do conhecimento humano e 125 pequenas esculturas da Lua do artista Jeff Koons. Após o pouso, as cargas devem operar por sete dias, antes do início da noite lunar no polo sul, quando Odysseus ficará inoperante.

Infográfico mostra como é o módulo de alunissagem enviado para Lua — Foto: Arte O Globo
Infográfico mostra como é o módulo de alunissagem enviado para Lua — Foto: Arte O Globo

Etapas para o pouso

A sonda vai voar até o local de pouso pretendido na Lua, até que o software de bordo escolha de forma autônoma um local de pouso considerado seguro, com a menor inclinação, livre de perigos e com alcance do módulo de pouso.

Arte divulgada pela Intuitive Machines do lander na Lua — Foto: Divulgação
Arte divulgada pela Intuitive Machines do lander na Lua — Foto: Divulgação

Os sistemas da Odysseus vão combinar a gravidade lunar com a propulsão do motor até chegar ao local ideal. Durante este tempo, o motor principal é desacelerado continuamente, diminuindo a potência do motor para compensar o módulo de pouso ficando cada vez mais leve, com parte do combustível gasto já eliminado.

O sistema de navegação vai deixar a nave pairando a aproximadamente 30 metros do local selecionado para pouso, até que o módulo inicie a descida vertical a três metros por segundo. Nos últimos momentos, o módulo de pouso freia para uma descida de um metro por segundo, preparando-se para alunissar.

"A Unidade de Medição (IMU) detecta a aceleração como um ouvidos internos humanos, que sentem rotação e aceleração. A descida terminal é como caminhar em direção a uma porta e fechando os olhos nos últimos centímetros. Você sabe que está perto o suficiente, mas seu ouvido interno deve guiá-lo até a porta", descreve a empresa.

O desafio de pousar na Lua

Essa é a segunda tentativa de uma empresa privada neste ano, após o fracasso de outro grupo em janeiro. A primeira, da empresa Astrobotic, foi lançada em janeiro, mas a nave Peregrine sofreu um vazamento de combustível e seu módulo de pouso teve que ser destruído deliberadamente em pleno voo.

A alunissagem suave é um desafio porque implica navegar em um terreno instável, com um atraso de vários segundos na comunicação com a Terra, e utilizar os propulsores sem a presença de uma atmosfera que suporte paraquedas.

Nave espacial privada dos EUA decola para a Lua

Nave espacial privada dos EUA decola para a Lua

No ano passado, o módulo japonês Hakuto-R, da empresa Ispace, ficou sem combustível por conta de um erro de cálculo de altitude durante uma tentativa de pouso na Lua. Já a companhia israelense SpaceIL quase conseguiu concluir sua missão em 2019, mas falhou a poucos metros do pouso.

Apenas cinco países conseguiram tal feito: a União Soviética foi a primeira nação, seguida pelos Estados Unidos, que até hoje é o único país a colocar pessoas na superfície lunar.

A China já posou três vezes desde 2013, a Índia conseguiu em 2023 e o Japão em fevereiro do ano passado, embora o módulo nipônico tenha enfrentado dificuldades para permanecer ativado.

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