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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, prometeu neste sábado que o país vencerá a Rússia, apesar dos avanços recentes das tropas de Moscou e da redução do apoio ocidental, no dia em que a invasão completa dois anos.

— Nós estamos lutando por isto durante 730 dias de nossas vidas. E nós venceremos, no melhor dia das nossas vidas. Qualquer pessoa normal deseja que a guerra termine. Mas ninguém permitirá o fim da Ucrânia — afirmou Zelensky em um evento ao ar livre no aeroporto de Gostomel, perto de Kiev.

O presidente ucraniano discursou ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e dos primeiros-ministros do Canadá, Itália e Bélgica, Justin Trudeau, Giorgia Meloni e Alexander de Croo respectivamente, que visitam Kiev para expressar apoio ao país no aniversário de dois anos do conflito.

Meloni presidirá em Kiev uma reunião virtual do G7 sobre a Ucrânia, que examinará uma nova série de sanções contra Moscou, depois das medidas anunciadas recentemente por Estados Unidos, UE e Reino Unido

A chefe de Governo italiana também assinará com o presidente ucraniano um acordo bilateral de segurança, similar aos que Kiev anunciou nas últimas semanas com Reino Unido, Alemanha, França e Dinamarca.

— A luz sempre prevalece sobre as trevas — afirmou algumas horas antes o comandante das Forças Armadas ucranianas, general Oleksander Sirski.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, esperava ocupar a capital Kiev em poucos dias quando ordenou a invasão, em 24 de fevereiro de 2022. Mas as tropas de seu país sofreram derrotas humilhantes para a resistência ucraniana.

A Ucrânia, por sua vez, teve seus planos frustrados em 2023 com o fracasso de uma grande contraofensiva no verão (hemisfério norte, inverno no Brasil). Atualmente, o Exército de Kiev enfrenta a escassez de soldados, munições e de baterias antiaéreas.

Armamento é prioridade

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, chega a Kiev para participar de ato que marca os dois anos da guerra na Ucrânia — Foto: AFP/PALAZZO CHIGI PRESS OFFICE
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, chega a Kiev para participar de ato que marca os dois anos da guerra na Ucrânia — Foto: AFP/PALAZZO CHIGI PRESS OFFICE

A presença de vários líderes ocidentais neste sábado em Kiev não modifica a realidade: a ajuda dos Estados Unidos está bloqueada pelos opositores republicanos do presidente, Joe Biden, e a assistência da União Europeia enfrenta atrasos.

Zelensky afirmou na sexta-feira que as decisões sobre a entrega de ajuda militar devem ser "a prioridade".

— Nossa infantaria teve que enfrentar tanques, aviões e artilharia do inimigo com rifles e granadas — declarou um recruta de 39 anos de Kiev, que está em combate há dois anos e se identifica com o codinome 'Sportsman'.

A Rússia prossegue com os ataques contra cidades ucranianas com mísseis e drones. Três pessoas morreram durante a madrugada em Dnipro e Odessa, segundo as autoridades locais.

A Ucrânia anunciou que atingiu uma das maiores siderúrgicas russas, em um ataque com drones na região oeste de Lipetsk.

O Reino Unido anunciou neste sábado um pacote de 245 milhões de libras (1,54 bilhão de reais) a Kiev para estimular a produção de armas e mais 8,5 milhões de libras (R$ 53,8 milhões) de ajuda humanitária.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou que Kiev e os aliados não devem perder a esperança porque "o objetivo do presidente (russo Vladimir) Putin de dominar a Ucrânia não mudou".

Ao desembarcar em Kiev, Von der Leyen, presidente do Executivo europeu, destacou a "resistência extraordinária do povo ucraniano" e afirmou que o bloco apoiará a nação "até que o país seja finalmente livre".

Uma questão de fé

Ao mesmo tempo, a Rússia celebra o aumento das ações no front e reivindicou vitórias como a tomada de Avdiivka, no leste do país, em 17 de fevereiro, após meses de combates violentos.

As tropas russas também passaram à ofensiva em outra área da região leste, nas proximidades Mariinka.

— Hoje, em termos de proporção de forças, a vantagem está do nosso lado — afirmou o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, durante uma visita às tropas neste sábado.

Porém, os ucranianos entrevistados em Kiev pela AFP se declararam convencidos da vitória contra os invasores.

— Aprendemos a resistir, a nos fortalecer e a acreditar. Aqui dizemos que quem tem fé será recompensado — declarou Nina, uma aposentada.

Putin parabenizou na sexta-feira os "heróis" de seu Exército que lutam na Ucrânia. Quase 500.000 pessoas se alistaram nas Forças Armadas em 2023 e outras 50.000 em janeiro, enquanto a economia do país foi orientada para apoiar a máquina de guerra.

A oposição russa foi dizimada pela repressão e pela morte de seu principal líder, Alexei Navalny, em 16 de fevereiro em uma prisão na região do Ártico.

Putin não tem nenhum obstáculo no caminho de sua vitória nas eleições presidenciais programadas para março.

Mas os críticos, que podem ser condenados a longas penas de prisão, mantêm prudência.

— Estamos tão afastados da verdade que é difícil tomar decisões — disse Konstantin, um professor de teatro.

Neste sábado, a polícia russa prendeu várias pessoas, incluindo jornalistas, durante uma manifestação de esposas de soldados russos que exigem o retorno dos militares que estão na batalha da Ucrânia.

Todos os sábados, as esposas dos soldados depositam flores no túmulo do soldado desconhecido, uma ação simbólica perto do muro do Kremlin, conhecida como movimento "Put Domoi" (caminho para a casa, em russo).

Ao comentar as sanções que isolaram a Rússia do mundo ocidental, o ex-presidente russo e atual número dois do Conselho de Segurança, Dmitri Medvedev, afirmou que o país se vingará das medidas.

— Temos que nos recordar e nos vingarmos deles sempre que possível. São nossos inimigos — escreveu no Telegram após as novas restrições anunciadas nos últimos dias por Estados Unidos, UE e Reino Unido.

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