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Por O Globo e agências internacionais — Paris

O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta segunda-feira que o envio de tropas ocidentais à Ucrânia "não pode ser excluído", uma fala que surge no momento em que países aliados de Kiev tentam angariar apoio, especialmente militar, diante de avanços importantes da Rússia nas frentes de combate.

— Nós faremos tudo que seja necessário para garantir que a Rússia não vença essa guerra. Tudo o possível para alcançar esse objetivo — disse o presidente francês, ao discursar em uma conferência de apoio à Ucrânia, em Paris.

Segundo Macron, nem mesmo o envio de tropas ocidentais "deve ser excluído", mas ele reiterou que "não há consenso hoje para mandar forças terrestres de forma oficial, declarada e endossada", pelos governos ocidentais. A possibilidade da participação de tropas de países apoiadores de Kiev de maneira oficial foi algo que se chegou a cogitar nos primeiros momentos da guerra, quando havia o temor de uma operação rápida e bem sucedida da Rússia, inclusive contra a capital ucraniana.

— Muitas pessoas que dizem "nunca, nunca" hoje foram as mesmas que diziam "nunca [mandaremos] tanques, aviões, mísseis de longo alcance" há dois anos — afirmou Macron. — Tenhamos a humildade de notar que muitas vezes tenhamos nos atrasado ​​de seis a doze meses [na tomada de decisões]. Este foi o objetivo da discussão desta noite: tudo é possível se for útil para atingir o nosso objetivo.

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Mas há um ponto que impede a participação direta ocidental na guerra: como a Otan, a principal aliança militar do Ocidente, e que serve de principal sustentáculo militar para a Ucrânia, iria considerar os combates diretos entre suas forças e a Rússia? Eventuais mortes de soldados poderiam se enquadrar em um ataque direto à aliança, trazendo riscos de uma guerra total e direta entre a Otan e a Rússia, o que poderia, em um cenário catastrófico, envolver armas nucleares.

Não oficialmente, há militares de países como os EUA dentro da Ucrânia, prestando consultorias e inspecionando entregas de equipamentos enviados por aliados.

— Nós estamos sendo bem claros ao afirmar que não há forças de combate na Ucrânia, não há forças dos EUA realizando ações de combate na Ucrânia. Há militares indo a áreas onde não estão em risco, apenas para realizar essas inspeções — disse, em novembro de 2022, o secretário de Imprensa do Pentágono, Pat Ryder, em resposta a alegações feitas em redes sociais de que haveria militares americanos lutando lado a lado com ucranianos. Ele não citou, contudo, os cidadãos americanos que se voluntariaram para integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, formada por pessoas de mais de 50 países.

Ainda na reunião desta segunda-feira em Paris, Macron anunciou a criação de uma coalizão internacional para fornecer mísseis de médio e longo alcance aos ucranianos, sem citar as nações envolvidas. No encontro, o premier da República Tcheca, Petr Fiala, apresentou uma iniciativa dentro da União Europeia para que as nações se unam para comprar munições fora do continente europeu e destiná-las a Kiev.

— Essa é uma mensagem muito forte enviada à Rússia — disse Fiala, citado pelo Le Monde.

Um dos grandes "calcanhares de Aquiles" do apoio ocidental à Ucrânia é a capacidade insuficiente de suprir munições, como as usadas em artilharia, à Ucrânia. Ao mesmo tempo, a Rússia tem conseguido ampliar sua capacidade interna de produção e contado com parceiros, como a Coreia do Norte, para fortalecer seus arsenais. Essa disparidade tem dado vantagem aos russos em combates recentes, como pelo controle da cidade de Avdiivka, no Leste do país.

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