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Por — Buenos Aires

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GERADO EM: 09/08/2024 - 16:49

Embaixador argentino em missão diplomática em Brasília.

Com a relação Brasil-Argentina esfriada, novo embaixador argentino, Raimondi, é enviado a Brasília. Apesar de tensões entre presidentes Milei e Lula, diplomacia mantém cordialidade. Diferenças políticas, como apoios a líderes como Netanyahu e Trump, são expressas. Chancelarias mantêm diálogo. Missão do novo embaixador é preservar a cordialidade e evitar escalada de tensões.

O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, finalmente escolheu quem será seu novo embaixador no Brasil. O sucessor do ex-embaixador e agora secretário de Esporte, Turismo e Meio Ambiente, o peronista Daniel Scioli, será o ex-vice chanceler Guillermo Daniel Raimondi, um diplomata de carreira, que atualmente representa a Argentina na Organização de Estados Americanos (OEA), em Washington.

Com a relação bilateral esfriada pelas abismais diferenças entre os dois chefes de Estado, o objetivo dos dois lados, comentaram fontes argentinas e brasileiras, é evitar azedar um clima entre as duas chancelarias que, apesar de tudo, preservam a cordialidade e o compromisso, por parte de diplomatas dos dois países, de blindar o vínculo bilateral. Em palavras de uma fonte argentina em Buenos Aires, "continuamos trabalhando como se nada tivesse mudado".

Raimondi é um técnico com ampla trajetória e sua especialidade é o Mercosul. Sua escolha, portanto, confirma a decisão da chanceler argentina, Diana Mondino, de promover uma boa relação com o Brasil de Lula, apesar do alinhamento do presidente Milei com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Quando Scioli deixou o posto, em janeiro, houve especulações de que Milei deixaria apenas um Encarregado de Negócios em Brasília, rebaixando, assim, o nível da relação bilateral. Mas prevaleceu a visão de Mondino.

Segundo o jornal Clarín, Raimondi já comunicou sua saída ao secretário geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro. Fontes do governo brasileiro confirmaram que o pedido de agrément do novo embaixador argentino no Brasil já teria chegado ao Itamaraty, e a intenção do Brasil seria anunciar sua aprovação no curto prazo. O pedido foi enviado na última sexta-feira pelo governo argentino e, passou, primeiro, pela embaixada brasileira em Buenos Aires.

As relações bilaterais entraram numa fase de cautela, mas não, ainda, de estremecimento. Apesar de os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Milei estarem em posições políticas e ideológicas antagônicas, tanto na região como no mundo, as duas chancelarias estão em permanente contato e sem sobressaltos.

A lista de diferenças entre os dois governos é grande. Milei, por exemplo, é um fervoroso apoiador do governo do premier israelense, Benjamin Netanyahu, e Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao que Hitler fez contra os judeus. O Brasil apoia a ação movida pela África do Sul contra o Estado de Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), na qual o governo sul-africano acusa as autoridades israelenses de cometerem um genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza. 

Milei respalda a candidatura de Donald Trump à Presidencia dos Estados Unidos, expressa solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro e considera a Venezuela de Nicolás Maduro uma ditadura. As diferenças com Lula são abismais, mas as chancelarias dos dois países têm conseguido, apesar de tudo, manter um canal de diálogo e trabalho conjunto aberto.

Na semana que vem, a secretária-geral do Itamaraty, embaixadora Maria Laura Rocha, viajará para Buenos Aires onde fará uma visita de mais alto nível de um funcionário do governo Lula à Argentina, desde a posse de Milei. A secretária-geral participará de consultas políticas com funcionários da chancelaria argentina, com uma agenda, comentaram fontes, puramente técnica.

Na cerimônia em que o presidente argentino foi empossado, o Brasil foi representado pelo chanceler Mauro Vieira, que teve de fazer malabarismo para não esbarrar com Bolsonaro, tratado com honras de chefes de Estado pelo novo governo argentino. Desde então, não houve visitas importantes de representantes do governo Lula em Buenos Aires, nem de argentinos em Brasília.

A missão de Raimondi será manter esse vulnerável ambiente de cordialidade entre os dois países, e evitar que as tensões entre os presidentes escalem e causem problemas na relação bilateral. O mesmo vem fazendo, com grandes méritos, o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli.

Não há previsão de encontro entre Milei e Lula antes da cúpula do Mercosul prevista para julho, no Paraguai. O presidente argentino também é um dos convidados para a reunião de chefes de Estado do G20, no Rio, em 19 de novembro.

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