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Por O Globo com agências internacionais — Washington

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, repreendeu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre o aumento do número de mortes de civis na Faixa de Gaza e disse que a abordagem do premier na guerra "prejudica mais do que ajuda Israel". A declaração foi feita durante uma entrevista à emissora MSNBC no sábado.

— Ele [Benjamin Netanyahu] tem o direito de defender Israel, o direito de continuar combatendo o Hamas, mas ele deve prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas — disse Biden, acrescentando: — Na minha opinião, ele está prejudicando mais do que ajudando Israel. É contrário ao que Israel representa e acho que é um grande erro. Por isso, quero ver um cessar-fogo.

Quando perguntado pelo entrevistador Jonathan Capehart se tinha uma "linha vermelha" que Netanyahu não deveria cruzar, como uma invasão terrestre de Rafah, no sul de Gaza, Biden deu uma resposta confusa, mas disse que "a defesa de Israel ainda é essencial".

— Ele não pode ter mais 30 mil palestinos mortos como consequência [de sua perseguição ao Hamas]. Há outras maneiras de lidar, de alcançar, de enfrentar o trauma causado pelo Hamas — acrescentou.

Biden não deu detalhes. O Ministério da Saúde de Gaza, em um novo balanço divulgado neste domingo, afirmou que mais de 31 mil pessoas foram mortas no enclave desde que Israel iniciou a guerra em resposta aos ataques de 7 de outubro lançados pelo Hamas, que deixou 1,2 mil pessoas mortas e fez mais de 240 como reféns, segundo autoridades israelenses. Mas os comentários do presidente mais uma vez destacaram a posição delicada em que os Estados Unidos se encontram: armar Israel e, ao mesmo tempo, fornecer ajuda humanitária a Gaza.

Biden tem sido mais enérgico nos últimos dias com relação à situação dos civis em Gaza, pedindo a Netanyahu que não siga em frente com seus planos declarados de lançar uma grande ofensiva terrestre em Rafah sem um plano para proteger os civis abrigados lá. Mais de um milhão de habitantes de Gaza buscaram refúgio na cidade do sul, muitos dos quais foram deslocados por ordens militares israelenses para se mudarem para as chamadas zonas seguras.

Nos últimos dias, as autoridades das Nações Unidas alertaram que o enclave está próximo da fome. Pelo menos 25 pessoas morreram de desnutrição e desidratação, disse Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde, em um comunicado no sábado.

Sob a direção de Biden, aviões militares de carga americanos lançaram, nos últimos dias, alimentos, água e outras ajudas em Gaza algumas vezes. O democrata está expandindo esse esforço com um plano para construir um píer flutuante na costa do enclave para entregar mais suprimentos. Porém, as autoridades americanas reconheceram que o envio de ajuda por via aérea e a construção de um píer não serão tão eficazes quanto a entrega de suprimentos por terra, uma opção que Israel bloqueou em grande parte.

Na entrevista à MSNBC, Biden disse que continuava esperançoso de que os Estados Unidos pudessem ajudar a intermediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, já que o mês sagrado do Ramadã se aproxima nesta semana:

— Acho que sempre é possível — disse Biden.

Além das vidas dos civis, Biden também tem uma preocupação eleitoral: setores de sua base de apoio, como os árabes-americanos, sinalizam que podem não votar nele em novembro, quando disputa a reeleição contra Donald Trump. Os questionamentos à postura dos EUA na guerra também são cada vez mais numerosos dentro do Partido Democrata. (Com New York Times e AFP)

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