O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, buscará oficialmente um terceiro mandato de seis anos após aceitar a candidatura dada a ele "por aclamação", neste sábado, pelo partido do governo. Mais de quatro milhões de militantes do Partido Socialista Unido Unido da Venezuela (PSUV), presidido pelo líder Venezuelano, decidiram apresentar o governante de 61 anos para as eleições de 28 de julho.
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O dia escolhido para a votação coincide com o aniversário do ex-presidente Hugo Chávez, assim como o anúncio da definição da data do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano foi feito no momento em que se comemoraram 11 anos de sua morte.
— Aqui há apenas um destino: a vitória popular — declarou Maduro após receber a indicação em um congresso do PSUV em Caracas. — Façam o que fizerem, digam o que disserem, não puderam e nunca poderão conosco.
O nome do líder venezuelano havia sido proposto no domingo passado pelo PSUV, e o ato foi uma mera formalidade. Maduro está em campanha há semanas e tem multiplicado suas aparições públicas, o que até recentemente era uma exceção. Herdeiro do falecido Hugo Chávez, juntos os dois somam um quarto de século governando a Venezuela.
— O Partido Socialista Unido da Venezuela, de suas bases, decidiu por aclamação, por consenso, que o candidato da Revolução Bolivariana é Nicolás Maduro — disse o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, acrescentando e dirigindo-se ao presidente: — Aqui está o seu partido, o partido do comandante Chávez.
Apesar da certeza na busca pela reeleição de Maduro, uma pergunta ainda paira sobre o pleito: quem ele enfrentará? A oposição busca, correndo contra o tempo, definir um nome que possa concorrer, após a inabilitação para cargos públicos de María Corina Machado, que venceu as primárias da principal coalizão da Plataforma Unitária em outubro passado, por 15 anos.
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Há vozes dentro da oposição que exigem que Corina dê um passo para o lado e permita uma nova candidatura que esteja na órbita dos opositores. A candidata de centro-direita, no entanto, descartou abandonar sua candidatura e continua em campanha, repetindo que recebeu um mandato do povo nas primárias, nas quais teve mais de 90% dos votos. Ela permanece firme e segue percorrendo o país:
— Aqueles que estão falando de substitutos (...) sim, aqui há um substituto, sabem quem? A que vai substituir Nicolás Maduro, que sou eu — disse a líder em um comício na semana passada.
Colapso econômico e sanções
Em fevereiro, o chavismo comemorou 25 anos no poder, os últimos 11 liderados por Maduro após a morte de Chávez em 2013. Sua presidência foi marcada por acusações de violações dos direitos humanos, sanções internacionais, o colapso da economia — o PIB contraiu 80% em uma década — e a migração de mais de sete milhões de pessoas que fogem da fome e da pobreza.
Também neutralizou qualquer ameaça a seu poder, como a chamada presidência interina de Juan Guaidó, exilado nos Estados Unidos, e agora Machado, a quem o governo acusa de corrupção e de pedir uma invasão estrangeira, embora ela negue.
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A reeleição de Maduro em 2018 foi considerada "fraudulenta" pela oposição, que boicotou as eleições, pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, que impuseram uma bateria de sanções para tentar, sem sucesso, retirá-lo do poder.
'Induzir erros'
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou o convite para missões de observação da UE e de outros atores, como a ONU e o Centro Carter, dos Estados Unidos, para observar o processo eleitoral, embora até agora não tenha feito um chamado formal.
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A indicação oficial de candidatos ao CNE ocorrerá entre 21 e 25 de março, o que deixa pouca margem para a principal coligação da oposição, a Plataforma Unitária, que insiste em Machado em público enquanto decide nos bastidores quem lançar.
— [O governo] procura induzir a oposição e a comunidade internacional a erros, especialmente com o controle do calendário eleitoral — explicou à AFP Mariano de Alba, conselheiro do International Crisis Group.
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