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Por O Globo, com ações internacionais

O massivo ataque aéreo lançado pela Rússia contra a Ucrânia nesta sexta-feira cortou o fornecimento de energia de mais de 1 milhão de ucranianos, afirmaram autoridades do país do Leste Europeu, que classificaram a ofensiva como o pior ataque ao setor energético nos últimos tempos. Os bombardeios afetaram inclusive a maior usina hidrelétrica da Ucrânia, a DniproHES, em Zaporíjia, informou a empresa estatal de energia hidrelétrica ucraniana, acrescentando que a barragem não tinha risco de ruptura.

Segundo o ministro de Energia da Ucrânia, German Galushchenko, esse foi o “maior ataque em larga escala contra a indústria energética ucraniana em tempos recentes": "O objetivo não é apenas causar danos, mas tentar novamente, como no ano passado, causar uma falha em larga escala na operação do sistema de energia do país", afirmou em uma publicação. Moscou classificou a ofensiva como uma "resposta" aos ataques ucranianos em Belgorod, a 40 km da fronteira entre os dois países.

De acordo com as Forças Armadas da Ucrânia, Moscou disparou 88 mísseis de diversos tipos e 63 drones Shahed (iraniano, capaz de levar uma ogiva explosiva e de atingir alvos a até 2 mil km) contra diferentes áreas do país, de Kharkiv a Odessa. O sistema de defesa antiaéreo ucraniano derrubou parte dos projéteis (55 drones e 37 mísseis), mas não conseguiu impedir a totalidade dos ataques, que o presidente Volodymyr Zelensky disse terem sido direcionados principalmente contra infraestruturas de energia.

"O mundo vê os alvos dos terroristas russos com clareza: usinas de energia e linhas de fornecimento de energia, uma barragem hidrelétrica, edifícios residenciais comuns e até mesmo um ônibus”, afirmou o presidente ucraniano nas redes sociais.

A Ukrenergo, operadora de energia do país e que também administra a rede de barragens da Ucrânia, comunicou que "dezenas de instalações elétricas foram danificadas" em virtude dos bombardeios, e que foram necessários "cortes urgentes" em sete regiões. A empresa ainda acrescentou que as situações mais preocupantes seriam nas regiões de Kharkiv, Odessa, Kirovograd e Dnipropetrosvk.

Bombeiros ucranianos combatem incêndio após bombardeio russo em Kharkiv — Foto: Sergey Bobok/AFP
Bombeiros ucranianos combatem incêndio após bombardeio russo em Kharkiv — Foto: Sergey Bobok/AFP

Sobre a usina de DniproHES, a Ukrenergo afirmou que "há um incêndio na estação. Serviços de emergência e trabalhadores de energia estão trabalhando no local, lidando com as consequências de numerosos ataques aéreos".

Em Kharkiv, segunda cidade mais importante do país, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, o prefeito Igor Terejov afirmou que a cidade está completamente privada de eletricidade e aquecimento após ser acertada por "mais de 20 mísseis". O prefeito ainda informou que o abastecimento de água funciona parcialmente, mas que "a pressão é mínima".

Em Odessa, a estimativa é que 260 mil casas estejam com o acesso à energia cortado.

De acordo com o ministro de Energia ucraniano, German Galushchenko, confirmou que os alvos eram infraestruturas energéticas e militar-industriais, eixos ferroviários e arsenais.

Ainda de acordo com Galushchenko, uma das linhas de energia elétrica que abastecem a central nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada por Moscou, foi cortada por um bombardeio, pondo em risco a operação. Mas, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por enquanto a linha de emergência ligada à sede continua funcionando.

"Esta situação é extremamente perigosa e ameaça provocar uma situação de emergência, pois se acontecer uma ausência de conexão dessa última linha de comunicação com a rede elétrica nacional, a central nuclear de Zaporijia ficará à beira de um novo 'apagão'", alertou a operadora ucraniana Energoatom, especializada em energia nuclear.

Ao longo da guerra, uma série de infraestruturas estratégicas do setor hidrelétrico da Ucrânia foram destruídas, incluindo a barragem da usina hidroelétrica Nova Kakhovka. (Com AFP)

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