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Por O Globo e agências internacionais

A Casa Branca tem feito pressão sobre a Ucrânia para que o país evite ataques contra refinarias de petróleo dentro da Rússia, afirmou nesta sexta-feira o Financial Times, citando fontes de dentro do governo dos EUA. A iniciativa, segundo a publicação, teria a ver com o temor de que as ações impactem o preço do barril, a poucos meses da eleição presidencial, e com dinâmica da guerra.

Os alertas, aponta o Financial Times, foram feitos a integrantes do serviço de segurança ucraniano, o SBU, e da unidade de inteligência militar, a GUR, e demonstraram o incômodo do governo Biden com as ações recentes de Kiev — entre os alvos estão refinarias, terminais de serviço e exportação e unidades de armazenamento ao redor da Rússia, incluindo em São Petersburgo, por onde boa parte do petróleo é escoado. Na semana passada, houve uma série de ataques consecutivos contra essas instalações, sempre com drones.

Apesar das sanções internacionais aplicadas pelo Ocidente e aliados desde o início da invasão à Ucrânia, a produção de petróleo russa segue estável, graças à forte demanda de alguns de seus principais clientes, como China e Índia — em 2022, a Agência Internacional de Energia estimou que a produção russa poderia sofrer um corte de até três milhões de barris diários com a guerra, mas a previsão não se concretizou. A expectativa da Opep, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, é de que o país mantenha em 2024 o mesmo ritmo do ano passado, com 10,4 milhões de barris diários.

Contudo, os ataques ucranianos podem afetar essa equação. Com unidades paralisadas, o que chegou a acontecer após alguns ataques, a Rússia pode reduzir os volumes disponíveis para exportação, forçando seus compradores a buscar alternativas, potencialmente elevando o valor do barril, hoje em US$ 85. Até agora, não houve qualquer informação por parte das autoridades russas ou organizações internacionais do setor apontando para uma queda na capacidade de produção.

Mapa de refinarias russas — Foto: Editoria de Arte
Mapa de refinarias russas — Foto: Editoria de Arte

Com Joe Biden tentando mostrar suas credenciais econômicas para o eleitorado antes da disputa com Donald Trump em novembro, um aumento no preço dos combustíveis seria catastrófico em uma eleição que promete ser uma das mais polarizadas e disputadas dos últimos anos. Desde o começo do ano, o preço médio do galão (3,78 litros) subiu US$ 0,15 (R$ 0,75), e está em US$ 3,50 (R$ 17,47).

Segundo o Financial Times, a Casa Branca teme que oleodutos usados por outras nações, como o Cazaquistão, que passam por território russo até os terminais de exportação, também possam ser alvo de represálias. Alguns deles são operados parcialmente por empresas americanas, e chegaram a ser fechados brevemente em 2022.

Outro questionamento, que foi expressado inclusive por lideranças ocidentais, é que os ucranianos passem a usar equipamentos ocidentais capazes de atingir alvos mais distantes, como sistema de mísseis Himars, nessas ações dentro da Rússia, elevando o risco de uma resposta mais contundente por causa de Moscou. Esse ponto tem sido central na decisão da Alemanha de não transferir o sistema de mísseis Taurus, com autonomia de até 500km, aos ucranianos.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, citado pelo jornal, disse que “não encoraja ataques dentro da Rússia”, enquanto representantes das agências militares da Ucrânia não se pronunciaram. Já a Vice-Primeira-Ministra para a Integração Europeia e Euro-Atlântica, Olha Stefanishyna, discordou dos americanos, afirmando que as refinarias russas são alvos legítimos.

— O lado ucraniano respondeu, penso eu, precisamente alcançando os seus objetivos e através de operações muito bem-sucedidas realizadas no território da Federação Russa — disse Stefanishyna, durante o Fórum de Segurança de Kiev nesta sexta-feira, citada pelo Ukrainska Pravda. — Há também declarações de outros funcionários de que estes [refinarias] são objetivos absolutamente legais do ponto de vista militar. Compreendemos os apelos dos parceiros americanos. Ao mesmo tempo, lutamos com as capacidades, recursos e práticas que temos.

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