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Por AFP — Jerusalém

Israel anunciou nesta sexta-feira o confisco de 800 hectares de terra no Vale do Jordão, na Cisjordânia — o maior desde os acordos de paz de Oslo em 1993, em meio à visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken, ao país. Em sua sexta viagem ao Oriente Médio desde o início o conflito em outubro, o chefe da diplomacia americana desembarcou em Tel Aviv para pressionar uma pausa nas hostilidades na Faixa de Gaza e classificou a expansão de assentamentos como "contraproducentes" para a paz na região.

O confisco de terras é supervisionado pelo ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich. O dirigente afirmou que a região do norte do Vale do Jordão foi declarada "terras do Estado", o que, segundo a Corporação Israelense de Radiodifusão Pública (ou Kan), permitirá a construção de centenas de unidades habitacionais em assentamentos, além de uma área destinada à indústria e comércio.

— Embora existam pessoas em Israel e no mundo que procuram minar o nosso direito à Judeia e Samaria [termo bíblico usado por políticos de Israel para se referir à Cisjordânia] e ao país em geral, promovemos o movimento de assentamento com trabalho árduo e de forma estratégica em todo o país — disse o ministro, que vive em um assentamento.

Smotrich, um dos nomes mais proeminentes da extrema-direita israelense, defendeu em novembro o aumento do financiamento às colônias judaicas na Cisjordânia. Para o ministro, citado pelo Times of Israel, decretar as terras como sendo do Estado "é uma questão importante e estratégica".

A organização israelense anticolonização Paz Agora disse que a medida trata-se do maior confisco de terra desde os Acordos de Oslo de 1993, uma tentativa de paz entre palestinos e israelenses, e pontuou que “2024 marca um pico na extensão das declarações de terras estatais”. No ano passado, quando eclodiu o conflito, os acordos completaram 30 anos.

Os assentamentos judaicos na Cisjordânia — território palestino governado pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), mas ocupado desde 1967 por Israel — são considerados ilegais pelas leis internacionais. De acordo com números oficiais, cerca de três milhões de palestinos vivem na região, e o governo israelense reconhece a presença de 465.400 pessoas em colônias judaicas no território. O número não inclui os assentamentos em Jerusalém Oriental, e as autoridades palestinas afirmam que o número real de colonos supera 700 mil.

Na segunda-feira, a União Europeia (UE) anunciou um acordo para impor sanções contra colonos israelenses extremistas. Por sua vez, as as Nações Unidas advertiram, no início do mês, que a expansão de assentamentos em territórios palestinos ocupados constituem "crime de guerra" e ameaçam "qualquer possibilidade prática" de um Estado palestino viável.

Assentamentos 'contraproducentes'

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, descreveu a expansão dos assentamentos como "contraproducente para alcançar uma paz duradoura" com os palestinos. Blinken realiza sua sexta visita ao Oriente Médio desde o início do conflito, e nesta sexta-feira desembarcou em Tel Aviv para pressionar uma pausa nas hostilidades, após passar pela Arábia Saudita e o Egito.

Blinken se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma reunião privada, e a expectativa é de que o gabinete de guerra junte-se a eles em seguida. Na véspera, o secretário americano confirmou à uma emissora saudita que os Estados Unidos apresentaram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para um "cessar fogo imediato", condicionado à soltura dos reféns. A proposta acabou sendo rejeitada nesta sexta após o veto da Rússia e da China.

Embora não tenha revisto posições históricas, como o direito de defesa de Israel, as autoridades americanas se tornaram mais vocais ao pressionar pelo fim ou ao menos por uma trégua no conflito, incluindo o presidente Joe Biden. O líder americano tem apoiado Israel desde os ataques de outubro, enviando milhões de dólares em ajuda militar e armas, mas recentemente lançou críticas cada vez mais veementes ao número de civis palestinos mortos, à potencial incursão em Rafah, no sul de Gaza, e à situação humanitária no enclave, onde a ONU alertou para o risco de fome.

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