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Por AFP — Caracas

Corina Yoris, filósofa e professora universitária venezuelana, foi a candidata indicada na sexta-feira pela líder da oposição María Corina Machado para enfrentar o presidente Nicolás Maduro, que buscará um terceiro mandato nas eleições de 28 de julho. A notícia acontece dois dias depois do Ministério Público emitir nove mandatos de prisão contra dirigentes do partido de María Corina, o Vem Venezuela, pelo suposto planejamento de "ações desestabilizadoras" no país.

A oposição tinha até a próxima segunda-feira para registrar um substituto de María Corina — uma das favoritas nas pesquisas e vencedora das primárias da oposição com mais de 90% dos votos, mas proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, controlado por chavistas.

— Ela é uma pessoa de minha total confiança, honrada, que concluirá esse processo com o apoio e a confiança de todos — disse María Corina em uma coletiva de imprensa ao anunciar o nome de Yoris. — Aqui vamos juntos. Somos uma grande equipe.

Yoris agradeceu a confiança:

— Sinto-me não apenas honrada, mas comprometida com o povo e com María Corina. Este ato de confiança, de designar esse desafio a mim, me pareceu de uma gentileza e desprendimento únicos —disse a professora, enquanto dezenas de apoiadores gritavam "Vote Cori, vote Cori!

Especialistas concordam que María Corina, com um índice de aprovação de 70% em algumas pesquisas, tem alto poder de transferência, o que poderia impulsionar a candidatura da substituta que ela nomear. De fato, ela insistiu que continuará a liderar a campanha.

'As pessoas estão com a gente'

Yoris, que é formada em Filosofia e Letras e tem doutorado em História, também foi membro da comissão que organizou as eleições primárias de 22 de outubro passado, nas quais Machado venceu com mais de 90% dos votos.

María Corina tem insistido que continuará lutando para reverter sua inabilitação. Mas isso parece improvável: a Suprema Corte manteve a sanção e, nos últimos dias, as autoridades prenderam diversos de seus colaboradores mais próximos, e ordenaram diversos mandados de prisão, incluindo contra seu braço direito, Magalli Meda, que era vista como uma possível substituta.

Segundo o Ministério Público, María Corina Machado e seu entorno planejavam "ações desestabilizadoras" para forçar a sua viabilidade na disputa. O suposto plano incluía o estímulo a um motim, com apoio de estudantes, e articulação com militares exilados para um levante. O MP, no entanto, não apresentou acusações formais contra a líder da oposição.

— O regime sabe que perdeu. O regime sabe que o povo está conosco — insistiu Machado. — Todos sabemos que somos uma imensa maioria que cresce a cada dia e que estamos dispostos a fazer o que for preciso pela Venezuela, por nossos filhos, por nossa liberdade.

Maduro está buscando um terceiro mandato de seis anos. O presidente chegou ao poder em 2013, após a morte de Hugo Chávez (1999-2013), e foi reeleito em 2018 em uma eleição disputada, sob suspeita de fraude.

A inscrição

Machado insistiu que o nome de Yoris está limpo perante o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), também acusado de servir ao chavismo. Ela não ocupou cargo público, portanto, em teoria, não deveria ser desqualificada politicamente.

As indicações de candidatos são feitas em um sistema automatizado do CNE, ao qual a oposição alega não ter conseguido ter acesso. Se Yoris for bem-sucedida e nomeada, o CNE deve dar sua aprovação para que ela se torne oficialmente uma candidata. Se ele a rejeitar, nenhum outro nome poderá ser apresentado.

A oposição tem apenas duas cédulas partidárias autorizadas: a da MUD, a antiga aliança substituída pela atual Plataforma Unitária (PUD), e a da Un Nuevo Tiempo (UNT) de Manuel Rosales, que enfrentou Hugo Chávez nas eleições presidenciais de 2006, estava exilado no Peru e agora é governador do estado produtor de petróleo de Zulia. Isso se traduz em apenas duas candidaturas.

Algumas organizações da aliança que apoia Maduro nessas eleições já foram ao CNE para apresentar seus nomes, mas o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), presidido por Maduro, ainda não formalizou sua candidatura.

Os políticos que se dizem anti-Chávez, mas que a oposição acusa de colaborar com o chavismo, foram os primeiros a se registrar.

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