Mundo
PUBLICIDADE

Por AFP — Porto Príncipe

O Conselho Presidencial transitório do Haiti, que irá supervisionar a transição política e tentará impor alguma estabilidade ao país, prometeu nesta quarta-feira restaurar a "ordem pública e democrática" e anunciou a criação de "critérios e mecanismos" para a escolha do seu presidente. Em seu primeiro comunicado à nação caribenha, assinada por oito dos nove membros, o grupo destacou o progresso alcançado internamente frente aos impasses, abrindo caminho para sua instalação oficial em breve e, consequentemente, a nomeação do novo primeiro-ministro e gabinete.

"Estamos determinados a aliviar o sofrimento da população haitiana, presa há muito tempo entre governança ruim, violência multifacetada e descaso com suas perspectivas e necessidades", disse no comunicado o conselho presidencial.

O conselho, anunciado em 11 de março, após reuniões de emergência entre líderes haitianos e representantes de vários países e organizações, incluindo a Comunidade do Caribe (Caricom), é composto por nove membros — sete representando partidos políticos, o setor privado e o Acordo de Montana, e dois observadores.

Foram indicados: Edgard Leblanc Fils, nomeado pelo Coletivo de Partidos Políticos de 30 de janeiro; Leslie Voltaire, delegada do por Fanmi Lavalas; Smith Augustin, da coalização EDE/RED/Compromis historique, próxima ao falecido presidente Jovenel Moïse, assassinado em 2021; Fritz Alphonse Jean, escolhido pelo Acordo de Montana; Laurent St Cyr, designado pelo setor privado; Louis Gérald Gilles, representa o coletivo 21 de Dezembro, do primeiro-ministro, Ariel Henry; e Emmanuel Vertilaire representa Pitit Dessalines.

"Assim que for instalado, o Conselho Presidencial nomeará um primeiro-ministro, com o qual formará um governo de unidade nacional e colocará o Haiti de volta no caminho da legitimidade democrática, da estabilidade e da dignidade", disse a declaração. O documento foi assinada por oito dos nove membros, e a assinatura faltante é a de um candidato que acabou de ser eleito para o conselho.

Impasse superado

As disputas entre os líderes partidários atrasaram a formação do conselho. Segundo a imprensa local, a escolha do presidente do grupo, marcada para segunda-feira, teria sido adiada. Nesse sentido, a declaração desta quarta-feira destacou o progresso rumo à instalação oficial do conselho, afirmando que "elaborou os critérios e mecanismos para escolher o presidente do Conselho Presidencial, nomeando um novo primeiro-ministro e um gabinete".

A expectativa é que o governo interino prepare o terreno para novas eleições. "Juntos, implementaremos um plano de ação claro com o objetivo de restaurar a ordem pública e democrática", melhorando a segurança e realizando eleições livres, continuou a declaração, e acrescentou que está atualmente "finalizando um documento sobre sua organização e modo de operação, incluindo um acordo político transparente entre os setores envolvidos no processo

Enquanto aguarda a transição política, o país caribenho sofre com a instabilidade causada pela violência de gangues poderosas que multiplicaram os ataques contra as autoridades e a população nas últimas semanas. O Quênia, que concordou em liderar uma missão de apoio policial aprovada pela ONU no Haiti, suspendeu seus planos até que o conselho de transição esteja em vigor.

Violência em Porto Príncipe

As gangues, que agora controlam a maior parte da capital, exigiam a renúncia de Henry. Mas, o anúncio no início do mês não diminuiu a violência: embora o tiroteio tenha cessado em Porto Príncipe na terça-feira, membros de gangues saquearam e incendiaram farmácias, clínicas e casas próximas ao hospital da Universidade Estadual do Haiti, de acordo com relatos de três moradores no dia anterior.

O hospital, um dos maiores do país, ficou inoperante devido à atividade das gangues. Os haitianos também estão sofrendo com a escassez de alimentos enquanto aguardam a formação de um novo governo de transição.

— Milhares de crianças estão à beira do abismo, enquanto os suprimentos que salvam vidas estão prontos para serem entregues se a violência cessar e as estradas e hospitais forem abertos — alertou Catherine Russell, chefe da Unicef, na terça-feira.

Apesar disso, as empresas estavam abertas na capital e as atividades continuavam como de costume, embora o toque de recolher noturno tenha sido estendido até sexta-feira. Helicópteros foram vistos sobrevoando a cidade, já que vários países estão trabalhando para repatriar seus cidadãos. Nesta quarta, a França também anunciou a retirada de 170 civis e cerca de 70 cidadãos de outras nacionalidades.

Mais recente Próxima Chuva forte alaga ruas de Lisboa e de outras regiões de Portugal; veja vídeos

Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY

Mais do Globo

Pelo menos duas mil pessoas que fugiram dos seus países vivem na cidade

Debate sobre refugiados travado por candidatos a prefeito de Niterói  repercute entre imigrantes

Trata-se de mais um caso que pode beneficiar uma figura ligada ao jogo do bicho

'Gerente' ligado a Rogerio Andrade pede a Nunes Marques para sair da prisão

Wide receiver foi imobilizado de bruços perto de estádio e liberado a tempo de partida do Miami Dolphins contra o Jacksonville Jaguars

Policial que algemou astro da NFL a caminho de jogo é afastado, e atleta quebra silêncio: 'E se eu não fosse Tyreek Hill?'

Como acontece desde 1988, haverá uma demonstração aberta ao público no Centro de Instrução de Formosa, em Goiás

Tropas dos EUA e da China participam de treinamento simultaneamente dos Fuzileiros Navais no Brasil

Auxiliares do presidente veem influência excessiva de integrantes da legenda do deputado em eventos de campanha

Entorno de Lula vê campanha de Boulos muito 'PSOLista' e avalia necessidade de mudanças