Um tribunal de Moscou ordenou que uma jornalista responsável pela cobertura dos julgamentos de Alexei Navalny — principal opositor do presidente russo, Vladimir Putin, e morto na cadeia em fevereiro — em fosse mantida em prisão preventiva sob acusações de "extremismo".
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Os promotores dizem que Antonina Kravtsova, correspondente do canal independente SotaVision, participou de uma "organização extremista". Se for condenada, ela pode pegar até seis anos de prisão.
O Kremlin proibiu as organizações de Navalny como "extremistas" antes da morte do opositor e reprimiu seus aliados que permaneceram na Rússia.
"O Tribunal Distrital de Basmanny ordenou que Antonina Kravtsova fosse detida sob custódia por um período de dois meses", disse o serviço de imprensa dos tribunais de Moscou, numa publicação no Telegram.
Kravtsova, que também atende pelo nome de Antonina Favorskaya, cobria regularmente os julgamentos de Navalny. Ela filmou uma audiência do opositor um dia antes de ele morrer em uma colônia prisional no Ártico, no mês passado.
Ela foi presa ao deixar uma cadeia no início desta semana, onde já havia cumprido pena de 10 dias sob a acusação de desobedecer ordens policiais. Kravtsova havia sido detida horas depois de visitar o túmulo de Navalny, no sul de Moscou, durante as eleições presidenciais russas.
Os promotores dizem que Kravtsova postou materiais proibidos na Rússia nas plataformas de mídia social de Navalny.
No tribunal, nesta sexta-feira, Kravtsova disse que o caso era uma represália por um artigo que ela escreveu sobre como Navalny foi "torturado" na prisão, informou a SotaVision.
O artigo foi compartilhado no X (antigo Twitter) pela mulher de Navalny, Yulia Navalnaya, que o descreveu como um "texto importante".
A equipe de Navalny condenou o caso e disse na sexta-feira que o regime russo tenta criar uma “nova onda de medo” entre os seus críticos.
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