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Por AFP — Kiev

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou, nesta terça-feira, um projeto de lei que prevê a redução da idade do alistamento militar de 27 para 25 anos, em um momento em que as Forças Armadas registram falta de homens para enfrentar a invasão russa. O projeto de lei, votado há um ano pelos deputados e que aguardava a promulgação da Presidência, entra em vigor a partir de quarta-feira, indicou a Rada, o Parlamento ucraniano, em seu site.

O governo deve, então, aplicar os diversos textos regulamentares no prazo de seis meses, de acordo com a nova idade de recrutamento. O alistamento tem sido objeto de debate há meses desde que o Exército ucraniano sofreu perdas cuja magnitude mantém em sigilo. Ao contrário do início do conflito, hoje o Exército enfrenta dificuldades para encontrar voluntários para a frente de batalha.

Estima-se que 330 mil homens e mulheres estejam atuando no campo de batalha, e diante de um Exército russo que vem construindo capacidades defensivas e que, ao contrário da Ucrânia, não parece ter problemas para manter seus arsenais, o número parece insuficiente impedir os avanços da Rússia.

No ano passado, quando a proposta de redução da idade de alistamento e convocação foi anunciada, Zelensky disse que esse era um tema "muito sensível", ao mesmo tempo em que deixou no ar a proposta de mobilizar cerca de meio milhão de pessoas ainda em 2024. Segundo integrantes do governo, a ideia é usar essas pessoas em ações de capacitação — inclusive para a operação de equipamentos modernos fornecidos pelo Ocidente — e para substituir militares que estão nas linhas de frente desde os primeiros momentos da guerra. Mas o novo comandante das Forças Armadas, general Oleksandr Syrskyi, afirmou em entrevista, no mês passado, que o número de 500 mil mobilizados foi "consideravelmente reduzido" desde o final de 2023.

O Parlamento votou em primeira instância, em fevereiro, uma série de medidas destinadas a facilitar a mobilização, mas um primeiro projeto preparado pelo governo foi devolvido para ser reescrito semanas antes. O próprio Zelensky reconhece hoje que a convocação em massa divide a população: ao mesmo tempo em que o apoio aos militares segue em níveis elevados, cada vez menos pessoas estão comparecendo aos centros de alistamento militar. E muitos afirmam que mandar os ucranianos mais jovens para uma guerra que traz um elevado custo humano pode ser algo "suicida" a médio prazo, quando o conflito cessar e o país colocar em práticas seus planos de reconstrução.

Recentemente, militares lançaram campanhas publicitárias voltadas aos mais jovens, oferecendo cargos como operadores de drones — as ações são promovidas pelas próprias brigadas, e não passam pelo crivo do comando das Forças Armadas. Apesar da idade mínima para o alistamento obrigatório ser de 25 anos, homens de 18 a 60 anos podem se apresentar de maneira voluntária. Mulheres também podem se voluntariar, e há cerca de 45 mil elas atuando em funções militares.

— Essas campanhas são muito mais eficazes porque estamos indo atrás exatamente das pessoas que precisamos — disse ao New York Times Dmytro Koziatynskyi, que se tornou recrutador de um batalhão criado após a anexação russa da Crimeia em 2014. Outras unidads apostam em ações como as tradicionais publicidades com temática patriótica e atividades com a população civil.

Além da redução da idade para a convocação, Zelensky sancionou nesta terça-feira uma lei que cria um banco de dados digital sobre todos os homens entre 17 e 60 anos, incluindo informações já existentes em registros governamentais, que não necessitam do aval dos cidadãos para serem compartilhados internamente.

De acordo com uma comissão parlamentar ucraniana, há hoje 11,1 milhões de homens entre 25 e 60 anos no país, mas apenas 3,7 milhões "aptos" ao serviço militar. Os demais estão nas linhas de frente, foram feridos, deixaram o país ou são profissionais de funções consideradas críticas, como serviços médicos e de manutenção de infraestruturas.

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