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Por O Globo e agências internacionais — Quito

A polícia equatoriana invadiu a Embaixada do México em Quito nesta sexta-feira e deteve o ex-vice-presidente Jorge Glas Espinel, um dos políticos mais poderosos do Equador e que estava no local desde dezembro. A incursão policial provocou o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países. Desde seu primeiro cargo oficial, como chefe do Fundo de Solidariedade da primeira gestão do ex-presidente Rafael Correa, em 2007, Glas teve uma ascensão meteórica no governo – e foi marcado por polêmicas e condenação por corrupção.

Ele começou coordenando empresas de eletricidade e telecomunicações. Depois, assumiu o Ministério da Coordenação dos Setores Estratégicos, um dos mais importantes do Equador. Era responsável pela política pública de recursos petrolíferos, minerais, elétricos, de telecomunicações e de água. Na época, o país vivia um grande momento de desenvolvimento devido ao petróleo e às matérias-primas. O ex-vice, que é engenheiro de formação, ficou conhecido também por plagiar sua tese de graduação – e seu pai, diretor de uma escola, foi condenado por abusar sexualmente de uma estudante de 13 anos, que engravidou.

O bom relacionamento nos círculos de Correa levou Glas a acompanhá-lo na campanha presidencial de 2013. No mesmo período, porém, também começaram os problemas dele com a lei. Em 2017, após quatro anos no cargo, Glas foi condenado a seis anos de prisão por associação criminosa no caso Odebrecht. Depois, foi considerado culpado pelo crime de suborno, recebendo uma sentença de oito anos. Ambas as investigações colocavam Glas na liderança de uma rede de corrupção que, com Correa e outros funcionários do governo, negociava contribuições de empresas multinacionais para o partido Aliança País.

Em 2017, Glas era vice-presidente de Lenin Moreno, governo sucessor de Correa. Meses após assumir o cargo, no entanto, Glas foi afastado do cargo. O decreto foi feito um dia depois do então vice publicar uma longa lista de críticas a Moreno, incluindo acusações de que ele havia entregado o controle da mídia estatal a “representantes da mídia privada” e tinha “uma maneira perversa de lidar com dados econômicos”. Como o vice-presidente é eleito por voto popular no país, ele não poderia ser demitido pelo chefe de Estado. A única maneira de perder o cargo seria por um julgamento na Assembleia Nacional, algo que foi descartado na ocasião.

Glas se refugiou na Embaixada do México para evitar voltar à prisão – onde ficou por cinco anos pelos dois casos de corrupção em que está envolvido. Além dessas sentenças, o ex-vice está sendo investigado por um suposto crime de peculato, que consiste em desviar fundos públicos. Segundo a Promotoria, Glas desviou fundos que deveriam ser destinados à reconstrução das províncias de Manabí e Esmeraldas, afetadas pelo terremoto de 2016. A investigação do Ministério Público sugere que pelo menos 386 milhões de dólares (R$ 1,8 bilhão, na cotação atual) foram usados em outras obras que não eram urgentes.

Antes que o mandado de prisão fosse emitido, Glas se antecipou e se refugiou na Embaixada do México. Acreditava estar seguro lá, e parecia uma vitória ter recebido asilo. Ninguém contava com a ordem do atual presidente do Equador, Daniel Noboa, de capturá-lo a qualquer preço, mesmo que isso significasse romper com o México. (Com El País)

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