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Por AFP — Nova York

Um juiz que já condenou a empresa familiar de Donald Trump, um promotor progressista e uma ex-atriz pornô. Saiba quem são alguns dos principais atores do julgamento que começou nesta segunda-feira contra o magnata, o primeiro ex-presidente americano a sentar no banco dos réus da Justiça Criminal. O republicano, que tenta retornar à Casa Branca na eleição em novembro, disse, nesta segunda-feira, que a denúncia contra ele representava um "ataque aos EUA" e era fruto de uma "perseguição política".

Donald Trump

Aos 77 anos, o 45º presidente dos Estados Unidos (2017-2021) é o primeiro ex-ocupante da Casa Branca a ser acusado criminalmente. O processo coincide com sua revanche eleitoral contra Joe Biden por seu esperado retorno à Presidência em 2025.

O republicano é acusado de falsificar documentos comerciais da sua empresa, a Organização Trump, para ocultar o pagamento feito para comprar o silêncio de Stormy Daniels, uma ex-atriz pornô com quem supostamente teve uma relação extraconjugal. O suborno teria ocorrido em 2016, às vésperas das eleições contra a democrata Hillary Clinton, com o objetivo de evitar que o vazamento da história prejudicasse sua imagem no pleito.

A ex-estrela de filmes pornô

Stormy Daniels em evento na Califórnia em 2018 — Foto: Robyn Beck/AFP
Stormy Daniels em evento na Califórnia em 2018 — Foto: Robyn Beck/AFP

A história de Trump e Daniels começou no verão de 2006, quando os dois tiveram um caso depois de se cruzarem num resort de luxo no estado de Nevada durante um torneio de golfe. Ela havia aparecido no filme “O Virgem de 40 Anos”, e Trump tinha acabado de ter um filho com Melania, sua mulher.

A atriz contou que o político teria feito promessas sobre uma aparição em O Aprendiz, reality show que ele apresentava antes de chegar à Casa Branca em 2017. Em 2016, a ex-atriz pornô recebeu US$ 130 mil dólares em 2016 (R$ 458 mil na época) para permanecer em silêncio sobre uma relação sexual que afirma ter tido com Trump em 2006, o que ele sempre negou. "Tudo o que precisei fazer foi assinar um papel para ficar calada", diz ela em um documentário recente sobre sua vida.

O pagamento teria sido feito pelo advogado pessoal de Trump, Michael Cohen, que foi reembolsado por meio de honorários falsos pagos pela Organização Trump.

Quando o caso veio à tona em 2018, ela se viu sob os holofotes, tornando-se um ícone feminista para alguns, mas odiada por apoiadores do magnata. Ela deve testemunhar no julgamento.

O 'pitbull' que virou inimigo

O ex-advogado de Trump Michael Cohen deixa o escritório do promotor distrital de Manhattan após completar depoimento ao grande júri — Foto: Yuki Iwamura / AFP
O ex-advogado de Trump Michael Cohen deixa o escritório do promotor distrital de Manhattan após completar depoimento ao grande júri — Foto: Yuki Iwamura / AFP

O ex-advogado pessoal de Trump, que não negou o apelido de 'pitbull' dado pelo candidato republicano, tornou-se seu inimigo e será a testemunha chave da acusação. Foi ele quem pagou a Stormy Daniels, do próprio bolso, para silenciá-la, a pedido de Trump, afirma.

Em agosto de 2018, foi condenado a três anos de prisão após se declarar culpado de violar as leis de financiamento de campanha devido a este pagamento.

Michael Cohen deverá detalhar ao júri a suposta participação do ex-presidente, mas a defesa pretende impugnar seu depoimento, por sua condenação por falso testemunho ao Congresso.

O promotor

Promotor do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, explica denúncia contra Donald Trump — Foto: Kena Betancur/Getty Images/AFP
Promotor do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, explica denúncia contra Donald Trump — Foto: Kena Betancur/Getty Images/AFP

Alvin Bragg, autoproclamado garoto do Harlem, bairro multicultural da classe trabalhadora de Manhattan, foi vítima dos métodos violentos da polícia de Nova York na adolescência, antes de se formar em Harvard. Em janeiro de 2022, tornou-se o primeiro promotor negro do gabinete distrital de Manhattan, onde tramitam casos delicados e financeiros.

Eleito pela chapa democrata, ficou encarregado do processo de Trump. Foi inicialmente criticado por um suposto desejo de arquivar o caso, antes de se tornar o primeiro promotor a acusar um ex-presidente dos EUA.

O homem de 50 anos também liderou a acusação contra a Organização Trump por fraude fiscal, que resultou na primeira condenação criminal do grupo em 2022.

O juiz

Juan Merchan, juiz que conduzirá a audiência de acusação contra o ex-presidente americano Donald Trump nesta terça-feira — Foto: Ahmed Gaber/New York Times
Juan Merchan, juiz que conduzirá a audiência de acusação contra o ex-presidente americano Donald Trump nesta terça-feira — Foto: Ahmed Gaber/New York Times

Com fama de gentil, mas firme, o juiz colombiano Juan Merchan, 61 anos, será encarregado de conduzir o processo e conter o temperamento eruptivo de Trump. Nascido em Bogotá, emigrou para os Estados Unidos aos 6 anos, foi promotor antes de ser nomeado juiz de família no Bronx e depois juiz criminal na Suprema Corte do Estado de Nova York.

Em audiências anteriores, avisou Trump que não toleraria qualquer interrupção do processo e o proibiu de atacar testemunhas e funcionários do tribunal.

A equipe de Trump pediu que se afastasse do caso, já que sua filha trabalha em uma consultoria que atende a Biden e por uma doação de US$ 35 feita à campanha do democrata em 2020. Ao final do processo, o júri decidirá se Trump é culpado, mas será o juiz quem fixará a pena para os crimes dos quais é acusado, que podem ser de prisão.

Os advogados

Joe Tacopina (esquerda) e Todd Blanche, advogados de Trump se dirigem para audiência de acusação em Nova York — Foto: John Moore/ AFP
Joe Tacopina (esquerda) e Todd Blanche, advogados de Trump se dirigem para audiência de acusação em Nova York — Foto: John Moore/ AFP

Os advogados de Trump, Susan Necheles e Todd Blanche, são especialistas em crimes de colarinho branco. Necheles tem seu próprio escritório, estudou em Yale e é conhecida por seus interrogatórios incisivos.

Blanche, por sua vez, passou dez anos na Promotoria Federal de Manhattan antes de se tornar advogado. Ele deixou um renomado escritório de Nova York para se dedicar à defesa do ex-presidente.

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