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Por O Globo e agências internacionais — Nova York

Foram selecionados os 12 membros que integrarão o júri que decidirá o destino de Donald Trump durante o histórico julgamento do qual o ex-presidente é réu, anunciou nesta quinta-feira o juiz de instrução do caso, três dias depois do início do processo. O caso criminal, o primeiro de um ex-presidente americano e um desafio à sua tentativa de reconquistar a Casa Branca em novembro, decorre de um suposto suborno feito durante a campanha presidencial de 2016 a uma estrela pornô, Stormy Daniels.

O juiz Juan Merchan, responsável pelo caso, disse que espera que o processo de escolha seja concluído na sexta-feira, com a seleção dos seis suplentes e depois do contratempo que foi a retirada de dois dos sete primeiros membros do júri selecionados na terça-feira, por contestação sobre a imparcialidade dos escolhidos. Segundo Merchan, as declarações de abertura podem começar já na segunda-feira.

Na segunda-feira, quando começou o processo, dos 96 potenciais jurados que compareceram ao tribunal, mais de 50 foram rapidamente dispensados após alegarem que não poderiam ser justos e imparciais.

O júri deve ser composto por 12 cidadãos nova-iorquinos e seis suplentes, escolhidos após responderem a um questionário minucioso sobre as suas preferências políticas e, sobretudo, sobre sua imparcialidade e capacidade de definir o destino de um dos políticos mais influentes dos últimos anos. Nesta sexta-feira, um grupo de 22 novos candidatos será avaliado.

Mas não basta sobreviver ao interrogatório para sentar no Grande Júri. Tanto a defesa quanto a promotoria podem entrevistar os candidatos por até 15 minutos cada e dispensá-los sem motivo dez vezes. A equipe de Trump já usou o recurso contra seis potenciais jurados, enquanto a promotoria o utilizou quatro vezes.

Há a expectativa de que o julgamento possa se estender até julho, possivelmente com uma decisão antes da Convenção Nacional do Partido Republicano, que consagrará a candidatura de Trump à Casa Branca após a vitória acachapante nas primárias.

Trump é acusado de fraudar 34 registros contábeis para ocultar o pagamento de US$ 130 mil (R$ 660 mil, na cotação atual) feito em troca do silêncio de Daniels, com quem teria tido um relacionamento extraconjungal no passado. O pagamento teria sido feito poucos meses antes da eleição de 2016, para evitar que o vazamento da história prejudicasse a sua imagem durante a campanha contra a democrata Hillary Clinton. A história foi revelada pelo jornal Wall Street Journal em 2018, quando ele já era presidente. Se for condenado, ele pode pegar até quatro anos prisão.

Este é, no momento, o caso mais frágil de todas as questões jurídicas que Trump enfrenta, segundo analistas. Não estão claros quais os efeitos em caso de uma eventual condenação, seja na perda de apoio do eleitorado ou no cenário jurídico, uma vez que não há impedimento a pessoas presas de concorrerem a cargos públicos.

Por sua vez, o magnata republicano se declara inocente das acusações e diz ser vítima de uma "caça às bruxas" por parte dos democratas para o impedir seu regresso à Casa Branca. O republicano critica que tenha de comparecer ao tribunal em vez de fazer campanha como o seu provável concorrente Joe Biden, atual presidente, a quem culpa por orquestrar uma cruzada judicial contra si.

Além do julgamento em Manhattan, o republicano tem outras batalhas judiciais em aberto, desde tentar reverter os resultados eleitorais de 2020 para permanecer na Casa Branca ao manuseio e retenção de documentos secretos depois de deixar a Presidência em 2021.

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