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Por O Globo e agências internacionais — Nova York

Um homem ateou fogo em si mesmo do lado de fora do tribunal onde o julgamento histórico do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump estava em andamento nesta sexta-feira. Identificado por um alto funcionário do Departamento de Polícia como Max Azzarello, de 37 anos, ele estava em uma área isolada para apoiadores do republicano quando, por volta das 13h35 (14h35 em Brasília), se encharcou com um líquido e deu início às chamas. Ainda não se sabe o que motivou a ação.

O caso ocorreu pouco depois de, na corte, ter sido concluída a seleção dos jurados (12 titulares e seis suplentes) que decidirão o destino de Trump no julgamento — o primeiro em que um ex-presidente dos EUA se senta no banco dos réus. O republicano, que busca voltar à Casa Branca nas eleições de novembro, é acusado de tentar ocultar pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels para comprar seu silêncio na reta final da campanha eleitoral de 2016, na qual foi eleito.

Dentro da sala de audiências, de acordo com o Guardian, o juiz Juan Merchan estava aparentemente alheio ao ocorrido e tinha acabado de encerrar o expediente para o almoço. Ele também disse aos jurados recém-selecionados para atuar no caso que as declarações de abertura estavam marcadas para a próxima segunda-feira, às 9h30 (10h30 em Brasília). No local, conforme relatado pela CNN, uma pessoa se aproximou de Trump e falou algo em seu ouvido.

Homem ateia fogo em si mesmo durante julgamento de Trump

Homem ateia fogo em si mesmo durante julgamento de Trump

Após Azzarello atear fogo em si mesmo, pessoas chegaram a correr para tentar extinguir as chamas. A intensidade do calor, no entanto, podia ser sentida a metros de distância. Após alguns minutos, dezenas de policiais correram para tentar abafar o fogo. O homem, que parecia estar vivo, foi colocado em uma ambulância e levado para o hospital em estado crítico.

Azzarello também estava no parque nesta quinta-feira. Ele foi visto com vários cartazes e, segundo o New York Times, chegou a gritar em direção a um grupo de repórteres: “O maior furo de reportagem de suas vidas ou seu dinheiro de volta”. Um dos panfletos que ele segurava dizia que Trump e o presidente dos EUA, Joe Biden, estavam prestes a dar um “golpe fascista”. Em entrevista naquele dia, ele afirmou que suas visões críticas sobre o governo americano foram moldadas por suas pesquisas sobre Peter Thiel, bilionário do setor tecnológico, e sobre criptomoedas.

Uma testemunha que pediu para não ser identificada afirmou que Azzarello jogou panfletos para o ar antes de se incendiar. Alguns deles faziam referência ao ex-presidente George W. Bush (2001-2009), ao ex-vice-presidente Al Gore (1993-2001) e ao advogado David Boies, que representou Gore na recontagem do pleito de 2000. Ele também exibia o link de um site que o identificava como um pesquisador investigativo e dizia: “Me incendiei do lado de fora do julgamento de Trump”.

Imagens do momento foram transmitidas ao vivo por emissoras locais, que já estavam reunidas no local para acompanhar o caso de Trump. Porta-voz do sistema judiciário, Al Baker disse que o calendário do julgamento não seria afetado, embora um oficial do tribunal tenha sido levado ao hospital pela inalação de fumaça. A expectativa é que o julgamento possa se estender até julho, e que a Convenção Nacional do Partido Republicano confirme a candidatura de Trump à Casa Branca.

— Quando vi e senti o cheiro da fumaça, pensei que alguém, que presumi que fosse um dos manifestantes pró-Trump, tivesse acendido uma fogueira no parte — disse Gideon Oliver, um advogado que disse ter visto a fumaça e um oficial do tribunal correndo com um extintor de incêndio. — Vi a polícia e os oficiais e pensei que poderia ter sido uma bomba.

Outra testemunha afirmou que Azzarello “fez um barulho e jogou todos os panfletos [para o ar]”. A mesma pessoa, que também não foi identificada, disse que algumas pessoas choraram no parque.

Julgamento de Trump

Donald Trump é acusado de fraudar 34 registros contábeis para ocultar o pagamento de US$ 130 mil (R$ 675 mil, na cotação atual) feito presumivelmente em troca do silêncio de Daniels, com quem teria tido um relacionamento extraconjugal no passado. O pagamento teria sido feito poucos meses antes da eleição de 2016 para evitar que o vazamento da história prejudicasse sua imagem diante da campanha contra a democrata Hillary Clinton. A história foi revelada pelo jornal Wall Street Journal em 2018, quando Trump já era presidente.

Este é, no momento, o caso mais frágil de todas as questões jurídicas que Trump enfrenta, segundo analistas. Se for condenado, ele poderá pegar até quatro anos de prisão, mas não estão claros quais os efeitos práticos diante desse cenário — seja na perda de apoio do eleitorado ou no cenário jurídico, uma vez que não há impedimento a pessoas presas de concorrerem a cargos públicos no país. Além deste caso, o republicano tem outras batalhas judiciais em aberto por ações que vão desde tentar reverter os resultados eleitorais de 2020 até ao manuseio e retenção de documentos secretos após deixar a Presidência, em 2021.

Trump, por sua vez, se declara inocente das acusações e diz ser vítima de uma “caça às bruxas” por parte dos democratas para impedir seu regresso à Casa Branca. O republicano critica a obrigatoriedade de comparecer ao tribunal em vez de fazer campanha com Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos e seu provável concorrente no pleito. Trump culpa Biden por orquestrar uma cruzada judicial contra ele.

— Não teremos um julgamento justo — disse Trump do lado de fora do tribunal nesta segunda-feira, após o fim do primeiro dia de audiência.

Desde o início do julgamento, o tribunal de Manhattan se mantém em alerta máximo para prováveis manifestações que, segundo autoridades, podem partir tanto de seguidores quanto de oponentes do republicano. Um “pacote de segurança triplo” foi desenvolvido especialmente para a ocasião, segundo a CNN. Ele inclui o Serviço Secreto (para cuidar da proteção de Trump), o Departamento de Polícia de Nova York (para cuidar das estradas e ruas), e oficiais do tribunal (para a segurança local). Diferentemente de outros estados, não são permitidas câmeras de televisão nos tribunais de Nova York.

(Com AFP e New York Times)

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