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Por O Globo e agências internacionais — Nova York

Israel não apresentou evidências que sustentem as alegações de que muitos funcionários da Agência para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) são membros de organizações terroristas, segundo uma revisão independente encomendada pela ONU divulgada nesta segunda-feira. O documento, porém, não abordou a acusação de Tel Aviv de que uma dúzia de trabalhadores do órgão estiveram envolvidos no ataque liderado pelo grupo terrorista Hamas contra o território israelense em 7 de outubro do último ano.

— É uma missão separada e não está em nosso mandato — afirmou Catherine Colonna, ex-ministra das Relações Exteriores da França, que liderou a investigação independente publicada nesta segunda-feira.

A revisão foi anunciada em janeiro pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, antes de Israel divulgar alegações de que um em cada dez dos 13 mil funcionários da UNRWA em Gaza era membro do Hamas ou da Jihad Islâmica Palestina, e que alguns atuaram na invasão terrorista do ano passado. No entanto, quando os investigadores começaram a trabalhar na revisão, em fevereiro, o governo israelense já havia apresentado essas acusações, o que deu à investigação uma importância adicional. Colonna afirmou que o suposto envolvimento no ataque de 7 de outubro ainda está sob investigação interna pela ONU.

A ex-chanceler pontuou, ainda, que embora Israel não tenha produzido evidências de vínculos desses funcionários com o Hamas e outros grupos, isso não significa que elas não existam. No entanto, ao menos oito países, incluindo os Estados Unidos, suspenderam o financiamento para a UNRWA após as alegações. A ONU demitiu 10 dos 12 funcionários acusados de participar do ataque e implorou que as nações doadoras restaurassem o financiamento, ressaltando que a maioria dos palestinos depende da organização para conseguir alimentação e abrigo e destacando a acentuação da crise humanitária no enclave palestino.

O documento independente diz que a UNRWA tem “problemas de neutralidade política”, mas que a agência é “insubstituível e indispensável” para o desenvolvimento humano e econômico dos palestinos, sendo “crucial no fornecimento de ajuda humanitária vital e de serviços essenciais, especialmente na saúde e na educação, aos refugiados palestinos em Gaza, na Jordânia, Líbano, Síria e Cisjordânia”. A revisão também pontua que a UNRWA há muito compartilha listas de seus funcionários com Israel, e que o governo israelense não levantou preocupações sobre os trabalhadores da agência desde 2011.

Oren Marmorstein, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, afirmou nesta segunda-feira que “o Hamas infiltrou-se tão profundamente na UNRWA que não é mais possível determinar onde ela termina e onde o Hamas começa”.

A revisão ofereceu recomendações para proteger a neutralidade da agência, incluindo triagem e treinamento adicionais de membros da equipe e uma cooperação mais estreita com os países anfitriões e Israel na partilha de listas de funcionários. Stéphane Dujarric, porta-voz de Guterres, disse nesta segunda-feira que ele aceitou as recomendações do relatório e apelou aos doadores “para apoiarem ativamente a UNRWA, pois é uma linha de vida para os refugiados palestinos na região”.

Entre os países que suspenderam os pagamentos devido às alegações de Israel, vários – incluindo Canadá, Japão e Austrália – retomaram o financiamento citando a catástrofe humanitária em Gaza e medidas adotadas pela agência para melhorar a responsabilização. Os Estados Unidos disseram que aguardariam os resultados das investigações da ONU antes de decidirem retomar as doações à UNRWA.

A UNRWA foi criada para fornecer ajuda aos palestinos em todo o Oriente Médio, cujas famílias fugiram ou foram forçadas a deixar suas terras durante as guerras que cercaram a criação de Israel em 1948. Desde que o Hamas venceu as eleições palestinas na Faixa de Gaza em 2006 e expulsou uma facção rival do enclave um ano depois, o grupo cedeu muitas de suas responsabilidades civis para a UNRWA. Israel alega que a agência está fundamentalmente comprometida, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu que ela fosse fechada e substituída “por agências internacionais de ajuda responsáveis”.

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