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Por O Globo com agências internacionais — Nova York

A Universidade de Columbia, em Nova York, anunciou que oferecerá aos alunos a opção de assistir as aulas de maneira remota, um reflexo dos protestos pró-Palestina e contra a guerra na Faixa de Gaza que eclodiram nos últimos dias. Na quinta-feira, mais de 100 pessoas que participavam de um protesto foram detidas no principal campus da instituição. Desde então, outras manifestações contrárias ao conflito foram registradas no local e se espalharam pelas universidades do país, com mais detenções. Nesta terça-feira, a polícia informou que 133 pessoas foram detidas durante uma manifestação no campus da Universidade de Nova York na noite anterior.

"A segurança é a nossa maior prioridade", escreveu a superintendente da Universidade de Columbia, Angela Olinto, no anúncio enviado por e-mail na noite de segunda-feira. O texto sugere um reconhecimento de que muitos estudantes se sentiam, no mínimo, desconfortáveis no campus. A universidade entrou na última semana do período acadêmico, e as aulas acabam no próximo dia 29. Olinto afirmou que se pelo menos um aluno quisesse terminar o semestre online, os professores deveriam oferecer aulas híbridas – ou mudar para totalmente remotas, se isso não fosse uma opção. "É vital que o ensino e a aprendizagem continuem durante este período".

Manifestantes pró-palestinos se reúnem na Universidade de Michigan em Ann Arbor. — Foto: Cydni Elledge/The New York Times
Manifestantes pró-palestinos se reúnem na Universidade de Michigan em Ann Arbor. — Foto: Cydni Elledge/The New York Times

Os estudantes não se intimidaram com a onda de detenções na semana passada, montando um novo acampamento no gramado da universidade. As detenções contra os estudantes foram criticadas por centenas de membros do corpo docente, realizando na segunda-feira uma greve em solidariedade. O professor da Faculdade de Direito de Columbia e advogado supervisor do laboratório de direitos humanos da universidade, Bassam Khawaja, disse ao The Guardian que estava "chocado e consternado" com a ordem da reitora, Nemat Shafik, para a "iniciar a limpeza do acampamento", em comunicado na semana passada.

Muitas universidades, a partir da decisão tomada por Columbia, escolheram outras estratégias para lidar com os protestos. Várias instituições fecharam partes do campus para evitar movimentações semelhantes, incluindo Harvard, que fechou os portões do Harvard Yard ao público. Em Barnard, onde muitos estudantes receberam suspensões provisórias pela manifestação, a reitora, Laura Ann Rosenbury, ofereceu uma oferta de paz através de um e-mail na noite de segunda-feira.

A faculdade ofereceu suspender a maioria das suspensões e restaurar o seu acesso ao campus se concordassem em seguir as regras, disse, num reconhecimento de que muitos “não se tinham envolvido anteriormente em má conduta”. Para aqueles que ainda cursam alguma disciplina, estarão disponíveis o acesso às refeições, aconselhamento de saúde mental e apoio acadêmico, escreveu a reitora. Os membros do corpo docente também podem optar por permitir que esses alunos concluam suas aulas virtualmente.

Prisões na NYU

A polícia informou nesta terça-feira que deteve 133 pessoas na noite de segunda-feira após uma manifestação estudantil pró-Palestina no campus da Universidade de Nova York (NYU). A fachada da Escola de Negócios da instituição foi inundada por centenas estudantes que protestavam contra a guerra na Faixa de Gaza, movimento que tem crescido nas universidades do país. O porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York afirmou que os detidos foram libertados após receberem intimação judicial.

Na segunda-feira, os manifestantes montaram cerca de dez barracas do lado de fora de prédio. A administração do local emitiu uma ordem para que a fachada fosse liberada, o que foi ignorado pelos estudantes. Até o momento, a polícia havia apenas montado cavaletes de contenção, sem forçar a saída dos manifestantes. Até que, segundo o New York Times, os oficiais começaram a atuar contra os estudantes após líderes universitários terem afirmado que o grupo havia violado as barricadas e se comportado de maneira "desordenada, perturbadora e irritante".

Manifestante é detida pela polícia durante um protesto contra a guerra em Gaza, em frente à Universidade de Nova York, em Manhattan. — Foto: Adam Gray/The New York Times
Manifestante é detida pela polícia durante um protesto contra a guerra em Gaza, em frente à Universidade de Nova York, em Manhattan. — Foto: Adam Gray/The New York Times

Além da Universidade de Nova York, também foram registrados protestos na New School, também no estado, na Universidade Yale, no estado de Connecticut, onde 47 pessoas foram detidas, e na Universidade do Michigan, em Ann Arbor. A Universidade da Califórnia em Berkeley também foi palco de protestos recentes. Há décadas as universidades americanas convivem com o debate sobre a Questão Palestina, mas o ataque do Hamas em 7 de outubro e a subsequente operação militar de Israel na Faixa de Gaza aprofundaram as diferenças.

Denúncias de antissemitismo pulularam nos campi, incluindo agressões físicas, e a percepção de insegurança aos estudantes judeus levou a audiências no Congresso e à saída de pelo menos duas reitoras de instituições de primeira linha. Ao mesmo tempo, estudantes críticos ao conflito no Oriente Médio — incluindo vários discentes judeus — veem as ações das autoridades como um cerceamento à liberdade de expressão, além de alertar para um aumento de islamofobia no ambiente acadêmico. (Com NYT e AFP)

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